Capítulo 10 - Justiça

287 35 21
                                    

1997

- Jimmy, vamos embora. Não quero ficar aqui... Tá escuro e frio... Muito frio...

- Lana.

- Solta meus braços - eu estava aflita. De repente senti um chute na altura do tornozelo direito.

- Lana, fala comigo!

Alguém chamava meu nome, mas eu não sabia quem era - papai é você?

De repente senti um puxão nas pernas e o susto me fez despertar. Respirei fundo e olhei em volta. Ainda estava algemada na masmorra. Thomas me olhava assustado.

- Você está bem?

- Tirando a dor e o frio, acho que sim.

- Você está com muito frio?

- Tá congelando aqui - eu estava tremendo.

- Não está tão frio assim não. Coloca a mão na testa - ele pediu.

Minha testa estava encharcada de suor e muito quente. Meu rosto inteiro estava assim na verdade.

- Você estava delirando, deve estar com febre alta.

Dei um risinho - sempre imaginei como os bruxos fazem para calcular a temperatura dos filhos. Eles não devem usar termômetro... - comecei a vacilar de novo.

- Lana...

- Jimmy, é você? Onde esteve esse tempo todo? - me joguei na direção dele, mas algo me prendeu.

- Ele morreu Lana, sou eu que estou aqui. Thomas, você se lembra?

- Cadê o Jimmy? O que você fez com ele? - fiquei confusa e deixei meu corpo escorregar para o chão o máximo que consegui com os braços hiperestendidos enquanto as lágrimas molhavam meu rosto e eu tentava chutar a pessoa que falava comigo.

A porta se abriu, vi um vulto passar ao meu lado e bater na parede oposta. Depois disso ela foi fechada e um menino apavorado, provavelmente do primeiro ou segundo ano, me olhava de volta. Pela gravata percebi que era da Grifinória.

Notei que ainda estava na masmorra e enxerguei meu amigo muito assustado olhando para mim. Eu tentava assimilar toda aquela informação enquanto Thomas começou a conversar com o garoto.

- Qual seu nome? - perguntou.

- Samuel.

- Eu me chamo Thomas e ela é a Lana. De qual ano você é?

- Segundo.

- Sam, eu posso te chamar assim?

O menino concordou com um aceno de cabeça.

- O que aconteceu para mandarem você para cá?

- Eu gritei na aula da Aleto Carrow que a Hermione é uma bruxa nascida trouxa e é uma das mais inteligentes que o mundo bruxo já viu.

Eu ri da ousadia do menino. Um dos principais motivos por nós da Grifinória sempre acabarmos encrencados.

- Você não deveria ter feito isso Sam, estamos vivendo tempos muito perigosos - disse apesar de conhecer bem aquela vontade de enfrentar o mundo, não poderia deixar o menino se arriscar assim.

Ele acenou com a cabeça indicando que compreendera.

- Sam, faz um favor. Pega esse copo e leva para a Lana - Thomas me indicou com uma das mãos. - Ela está com sede, mas com essas correntes não conseguimos chegar até o copo.

- Eu não estou com sede.

- Você vai morrer desidratada desse jeito!

- Não me importo - retruquei.

Livro 5 - O Último InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora