Capítulo 38 - Convite inesperado

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1998

Passamos o dia inteiro em Hogwarts. À noite nos reunimos para jantar no Grande Salão. As mesas estavam de volta em seus lugares prontas para nos receber, mas não nos sentamos de acordo com a ordem das casas. Éramos todos uma grande família reunida.

Eu estava sentada entre papai e Tonks quando notei alguém me olhando da cabeceira da mesa. Demorei a reconhecer aquele rosto, mas quando reconheci senti como se tivesse tomado um choque.

- Tudo bem aluadinha?

- Sim - respondi rápido.

- Quem é ela?

Tonks também havia notado a mulher me olhando.

- Rosemarie - olhei para Tonks. - Ela é tia do Jimmy. Eu a conheci quando fui a casa dele depois do Natal em 1996.

A mulher havia se levantado e caminhava na minha direção.

- Oi - disse quando parou atrás de mim. A voz dela era aguda, mas suave. Quase infantil.

Respondi o cumprimento.

- Será que podemos conversar?

- Claro - me levantei e avisei para papai e Tonks que logo estaria de volta.

Saímos juntas do Grande Salão e paramos de pé perto de uma escada.

- Como você está? - perguntou ela.

- Bem, dentro do possível. Sinto muita saudade dele, principalmente aqui em Hogwarts. E você? Como está?

- Bem também, do mesmo jeito. Mamãe e papai estão arrasados, mas se conformando aos poucos.

- Imagino como deve estar sendo difícil para todos vocês.

- Para todos nós querida. Eu sei quanto vocês dois se amavam.

Não consegui segurar as lágrimas que rolaram pelo meu rosto.

- Eu precisava muito falar com você. Tenho uma mensagem do Jimmy.

- Mensagem, de onde? Quando?

- Ele apareceu para mim em um sonho, vários deles na verdade. Ele queria que eu fosse até sua casa te procurar, mas no meio da guerra não haveria como.

Senti uma pontada de ciúmes. Porque Jimmy estava aparecendo nos sonhos de Rose enquanto para mim só restavam os pesadelos onde eu era deixada sozinha? Mas logo parei de pensar dessa maneira. Ela era tia dele, e tinha tanto ou mais direito de ter contato com Jimmy do que eu.

- Qual é a mensagem?

- Ele quer que você vá até a casa dele. Disse ter uma caixa no chão e quer que você fique com ela. Não entendi direito, mas Jimmy falou que você saberia.

A caixa com os pertences preciosos dele. Sabia exatamente do que se tratava e se aqueles ingressos de cinema com o nome da tal Mariah ainda estivessem lá iriam para o lixo. Eu sorri com aquele pensamento. Nem acreditei que estava sentindo ciúmes mais uma vez.

- Eu sei o que é sim. E sei onde está.

- Ah, que bom! Jimmy vai ficar feliz!

- E eu também - claro que eu preferia ter ele de volta, mas ter uma parte tão íntima dele comigo era uma sensação boa.

- Quando você quer ir lá buscar?

- Posso ir amanhã, se papai concordar - não queria pegar o metrô até lá, preferia aparatar. - Tudo bem se ele for também?

- Sem problemas - Rosemarie sorriu.

Nós voltamos para dentro do Grande Salão e papai não se opôs em me acompanhar no dia seguinte. Eu fiquei feliz, mas senti um aperto no peito ao pensar em voltar naquela casa que eu não visitava desde antes da guerra. Desde antes de sermos separados daquela forma tão cruel.

***
Sabia que seria acompanhada pela dor novamente, mas não podia deixar de atender o último pedido de alguém que eu tanto amo, não é mesmo? Se estivessem no meu lugar, vocês fariam a mesma coisa? Comentem! E não esqueçam de votar!

Livro 5 - O Último InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora