1997
Na manhã seguinte acordei com o barulho de uma forte chuva. Quando abri os olhos e me virei na cama, vi Tonks indo em direção ao quarto dela e de papai com uma bandeja com comida.
Provavelmente ele estava cansado e com dores demais para tomar café à mesa. Eu levantei e fui até lá batendo na porta antes de receber permissão para entrar.
- Eu queria mesmo falar com você - papai estava sentado na cama, vestindo um pijama de mangas e calças compridas.
Senti um aperto no estômago, papai não era de brigar comigo, mas certamente não estava satisfeito com o que eu fizera na noite anterior.
- Vou deixar vocês a sós - Tonks deu um beijo nos lábios de papai e antes de sair me deu um beijo na cabeça.
Ele me chamou para mais perto, então eu dei volta em torno dos pés da cama e sentei ao lado dele no colchão fitando minhas próprias mãos já me preparando para o sermão.
- Filha eu não tenho nem palavras para agradecer o que você fez por mim.
Olhei para ele espantada.
- Eu achei que...
- Sim, eu fiquei bem aborrecido com o que você fez ontem colocando sua vida em risco sem nenhuma necessidade. Mas eu sabia que isso iria acontecer um dia. Que você me veria transformado de novo - ele passou geleia em uma torrada e aproximou da minha boca para que eu mordesse. Não o decepcionei. - Teve pesadelos?
Neguei com a cabeça enquanto mastigava.
- Quero dizer comigo na forma de lobisomem.
- O que eu vi ontem não me lembrou em nada o que vi quando era pequena. Na verdade eu achava que você ficava muito maior.
Papai deu uma risada gostosa e eu sorri para ele.
- Essa noite eu não quero você lá fora, tudo bem?
- Mas você vai precisar fazer aquele ritual de novo? A wolfsbane não funcionou?
Ele bebeu um gole do chá - claro que sim minha filha. Você a preparou perfeitamente. Mas eu prefiro ter esse cuidado a correr o risco de me transformar aqui dentro de casa e acabar machucando alguém ou quebrando alguma coisa.
Concordei com um aceno de cabeça.
- Promete esperar Dora e eu voltarmos quietinha aqui dentro de casa?
- Prometo.
- Vem cá - papai abriu os braços. Eu deitei sobre seu peito e nos abraçamos. Senti que ele se incomodou quando fechei meus braços com muita força em torno dele então afrouxei o aperto.
- Você se machucou?
- Sempre fico com os músculos um pouco doloridos.
- Vou achar um jeito de resolver isso!
Ele sorriu.
- Vou achar uma cura também! Assim você não vai mais sofrer desse jeito!
- Já deixou de ser só sofrimento há muito tempo Lana. Claro que ainda é um incômodo, mas não quero você arriscando sua vida por algo sem necessidade, tá bom?
- Não vou me arriscar papai. Eu prometo! - sentei sobre minhas pernas.
Papai sorriu e repousou a xícara vazia.
- Quer que eu busque mais?
- Não filha. Obrigado.
Ele começou a ajeitar os travesseiros e eu tirei a bandeja com a louça e as sobras de cima da cama deixando na mesinha de cabeceira ao meu lado. Papai se deitou novamente e eu puxei as cobertas para cima dele.
- Posso ficar aqui?
- Pode - ele mexeu os lábios sem emitir som algum.
Deitei a cabeça sobre os travesseiros que Tonks usara e ainda estavam sobre a cama. Me virei de frente para papai e nos demos as mãos.
- Espera só essa guerra acabar - pensei. - Você não vai mais ser lobisomem.
Fechei os olhos e acabei pegando no sono novamente ao lado da melhor companhia que eu tinha no mundo.
***
Sinceramente não dá para viver sem ele. Não sei o que aconteceria se aquele final trágico do qual ouvi falar tivesse acontecido. Continuem votando e comentando e logo contarei à vocês o que realmente aconteceu com a família Lupin!
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Livro 5 - O Último Inimigo
FanficAs mortes de Lupin e Tonks foram terríveis, mas e se esse não foi o verdadeiro desfecho da história? A guerra começou, agora é hora de escolher entre o que é fácil e o que é certo. Nenhum lugar é seguro e parece ser o fim do mundo mágico como conhec...