Leo:
“EU SOU IDIOTA. IDOTA. IDIOTA! MAGOEI A SAM. IDIOTA. IDIOTA. IDIOTA. IDIOTA! “SIM” ERA A RESPOSTA CERTA! IDIOTA. IDIOTA. IDIOTA! E EU NÃO PUDE NEM PERCEBER ISSO!”.
Eu estava prestes a escrever mais quantas vezes fosse necessário que sou um idiota, quando percebi que apertava a caneta com tanta força que a quebrei. Joguei os restos no chão e encarei a folha do caderno: rabiscada, manchada de tinta de caneta, cheia de insultos direcionados a mim e escritos por mim, cheia de rabiscos confusos e escuros. De alguma forma, era assim que eu me sentia: confuso, escuro e com raiva de mim mesmo.
Eu estava com tanta raiva que poderia me espancar. Ou explodir. Nem mesmo me balançar estava melhorando a sensação de explodir.
Agarrei meu cabelo como se, caso continuassem preso a mim, ele fosse pegar fogo, porque essa era a sensação.
Ouvi o barulho de alguém andando e, por instinto, olhei.
- Ahm... desculpa. Só vim buscar um copo d’água. Não queria incomodar. – lá estava ela: no outro lado da sala. Quando seu olhar se direciona a mim, me encara com uma expressão que parecia misturar medo, susto, preocupação e tristeza; sempre evitando olhar na direção dos meus olhos. Eu sou o pior ser humano que existe por deixá-la assim. – Você tá bem?
- Sim... eu acho. – não queria usar a palavra talvez nunca mais, pelo menos não perto dela – Eu só... sabe... eu... ahm... na verdade, não sei o que aconteceu. – isso não é totalmente mentira; eu sei sei ao certo o que aconteceu.
- Sua mão tá sangrando.
Olhei para minha mão – que eu não tinha percebido que sangrava um pouco –, me levantei da cadeira que fica perto da janela e fui até o banheiro para pegar o kit de primeiro socorros. Tentei começar o curativo sozinho.
- Você precisa de ajuda?
Na verdade, acho que não precisava, mas aceitei.
Coloquei a maletinha com os remédios e curativos em cima da mesa. Sam e eu nos sentamos em cadeiras que ficam uma ao lado a outra, mas estávamos de frente um para o outro enquanto ela cuidava do corte na minha mão, ainda mantendo o olhar longe do meu rosto.
- Parece que você tá sempre cuidando dos meus machucados. – falei e ela esboçou um sorriso, mas eu sabia que ela não estava feliz e só veio por causa da Maddie – Obrigado.
- Sem problemas. – ela falou, colocou as coisas de volta na maletinha e se levantou para pegar sua água.
- Sam, - falei quando vi que ela estava voltando para o quarto e ela parou – a gente podia ir ao terraço. O céu está bonito hoje, cheio de estrelas. A gente podia fazer um mini piquenique.
Ela só não pode lembrar que eu não como tarde assim..., pensei.
- Não sei se é uma boa ideia. – o fato dela estar de costas para mim e sua voz estar triste só me fez sentir mais urgência em conversar com ela, a sós.
Eu não me importo de conversar com alguém que está de costas, mas sei que a Sam gosta de olhar nos olhos quando fala, te mostrando toda a verdade no que diz e examinando todo o caminho até sua alma.
- Matt e eu vamos lá direto, não tem problema. Não vai demorar muito. É bom pra conversar.
- A gente tem alguma coisa para conversar? – ela finalmente olhou para o meu rosto, mas não parecia nem um pouco mais feliz do que tem estado ultimamente.
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Cartas para Wendy
Romance"Pessoas são como flores: não as escolhemos pelo que as torna forte, mas pelo que as torna frágeis. Assim como as pétalas das flores caem, nossas fraquezas também somem, mas isso deixa nosso núcleo exposto demais e, este precisa ser protegido por n...