Sam:
- Finalmente! – eu digo quando a abraço. Sou mais próxima da Pamella do que da Lauren, mas isso não significa que eu não sinta sua falta – Como foi a viagem?
Ela me aperta com um abraço.
- Com um garotinho de dez anos hiperativo e fedorento que me encarava como se eu fosse um ET do meu lado. Ainda bem que cheguei logo.
- Não precisa falar comigo, não. Fica aí só abraçando a Sam. Beleza. Não é como se eu morasse aqui também ou fosse a pessoa mais sensacional desse planeta... – Pamella finge ciúmes. Só por isso, Lauren e eu nos abraçamos ainda mais forte.
***
- Balde da diversão? Essa ideia foi da Pamella, certo?
- Você realmente acha que a Sam pensaria em algo tão maravilhoso assim?
- Algo tão sete anos, você quis dizer. – rebato.
Lauren tira um papel do pequeno balde de decoração.
- Maquiagem vendada. – ela lê – De onde você tirou isso, Pamella?
- AtividadesIdiotasParaFestasDoPijama.com. – ela responde – Mentira. Não existe um site específico, mas foi basicamente assim.
***
- Pamella, eu sei que você tem noção de que essa é minha sobrancelha, não minha boca. – Lauren diz.
- Talvez. – ela responde – Mas você colocou rímel quase na minha narina, então fica quieta. – ela começa a tatear pela mesa de jantar, onde espalhamos tudo – Cadê o gloss?
- Ah, ficou um bigode super legal.
Depois que Pamella terminou de arruinar o rosto da Lauren, a campainha tocou.
- Eu nem moro aqui.
- Eu não. – digo o mais rápido que posso.
- Eu também não. – antes que eu possa falar qualquer coisa, ela diz: - Samantha, eu tô com rímel na narina. Tem sombra de todas as cores possíveis na minha testa e batom em toda a parte de baixo do meu rosto. Além disso, olha meu pijama e minha pantufa, cara!
O pijama em questão era seu onesie de raposa, a pantufa era a sua favorita: uma de pato que faz quack quando ela pisa.
- Eu falei primeiro.
- Eu te odeio.
Lauren e eu nos escondemos e ouvimos os quacks da pantufa até a porta. E então uma risada.
- Desculpe. – ele diz – Eu só não esperava por isso.
- Eu juro que sei me maquiar.
- Eu acredito.
Espiei por trás da porta e vi que era o Jake, o vizinho do outro lado do corredor com quem Pamella e eu esbarramos no elevador outro dia.
- Eu vim devolver o fermento que vocês me emprestaram. Acabei trazendo um pouco de bolo, também. – ouço o barulho da sacola sendo entregue – Obrigado.
- Sem problemas. Obrigada pelo bolo. Quer alguma coisa? Chá, água, maquiagem?
Ele ri, diz que não, se despede e vai embora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cartas para Wendy
Romance"Pessoas são como flores: não as escolhemos pelo que as torna forte, mas pelo que as torna frágeis. Assim como as pétalas das flores caem, nossas fraquezas também somem, mas isso deixa nosso núcleo exposto demais e, este precisa ser protegido por n...