Capítulo 5

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                     SAM       

   - Holmes Chapel versus outros? – Ryan sugeriu.

   Todos concordamos e as pistas separaram os times: Eu, Ryan, Lauren e Leo contra Matt, Scott e Pamella, o que foi justo, já que Matt fez um strike logo de primeira.

   Pamella e Scott também são muito bons.

   Lauren foi a última do nosso time a jogar. Ela foi a primeira derrubar todos os pinos.

   Toda vez que Pamella ou Matt faziam um strike - o que não aconteceu poucas vezes -, os três comemoravam feito crianças.

   No final, eles ganharam por uma diferença pequena e fizeram o Rap da Pizza de graça: Matt fazia a batida e, Pamella e Scott, uma letra de improviso.

   - Só sei de uma coisa: quero a foto da vitória – Pamella falou.

   Eles se juntaram e Leo tirou a foto.

   - Mais uma. - Matt falou.

   Matt, Scott e Pamella fizeram as “poses de vitória” pra foto seguinte.

   - A gente deveria fazer isso mais vezes. - falou Scott, quando chegamos à pizzaria que Leo escolheu - Adoro pizza de graça!

   - Toca aqui! - falou Pamella e os dois bateram as mãos - Acho que a gente deveria ir até o Palácio de Buckingham e fazer uma greve: protestar até conseguir fazer a rainha criar o Dia Nacional da Pizza de Graça.

   Os dois continuaram super empolgados falando sobre isso como se fosse a coisa mais séria e importante do mundo.

   Acabamos todos aderindo ao falso movimento e discutindo como cercar o palácio, distrair os guardas e fazê-los rir, como invadir, chegar até a rainha, os argumentos que iriam usar para conseguir criar o feriado, o símbolo do movimento (por sinal, uma pizza com moedas no lugar da calabresa) e outras coisas essenciais.

   Fiquei feliz por Lauren, a garota de cabelo preto e olhos azuis sentada à minha frente, estar compartilhando esses momentos com a gente.

   Meu maior medo ao me mudar era o de perder o contato com ela. Da mesma forma que aconteceu com Leonard.

                                                            ***

   - Hmm... Conte-me mais sobre esse Thomas.

   - Não tem mais nada. – ela sorri, mas eu sei o que esse sorriso significa e não é exatamente o que sorrisos costumam significar – Nós somos só amigos.

   - Vocês sempre foram amigos?

   - Não...

   Por que ela disse que ele é o único que não é falso se não consegue nem falar sobre o assunto?

   Pensei em todas as coisas que ela já havia me contado e não consegui achar nenhuma hipótese que fizesse sentido para explicar o que aconteceu. Ela nunca tinha falado dele antes, de qualquer forma.

   - Por que você quer saber tanto sobre mim? – ela perguntou, enquanto eu me sentava ao seu lado.

   Seu tom de voz era quase tão sombrio e vazio quanto seu olhar distante, como se o fato de eu me importar com ela fosse algo inimaginável, como se fosse tudo uma pegadinha da minha parte e que, no final, ela fosse sair de idiota.

   É engraçado pensar que essa é a mesma pessoa que fez um rap por causa de pizza.

   - A gente mora no mesmo apartamento, divide o mesmo quarto, rasga almofadas juntas e você sabe de todos os meus segredos. – antes que ela pudesse falar alguma coisa, terminei: - E é minha melhor amiga. – sua expressão relaxou um pouco – Você é muito importante para mim. E eu levei menos de uma semana para perceber isso, lembra?

Cartas para WendyOnde histórias criam vida. Descubra agora