Sam:
- BOOOOOOOM DIIIIAAA!! Os miquinhos fazem – ela faz um barulho de macaco que eu achava impossível ser feito por qualquer humano -, os peixes fazem glub glub, os porquinhos fazem róinc, róinc, e a Samantha faz RÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓINC!!!
E minha mãe achando que eu iria precisar de um despertador quando me mudasse...
- Essa é a pior música de acordar alguém da História! – eu falo, enquanto sento na cama, perto de onde ela se sentou – E, meu Deus, você é uma fazenda ambulante ou algo assim?
- Você não tem nem ideia de que dia é hoje, né?
Não consigo ler seu rosto. Talvez porque eu esteja vendo dois dele.
- Que dia é hoje, Pamella?
- Dez de março.
Dez de março. Não é meu aniversário. Nem o dela. Existe algum Dia Mundial de Fazendas ou coisa do tipo? Alguma sensação me diz que tem algo nesse dia, enquanto eu recobro a consciência.
- Você não lembra? – ok, eu preciso lembrar logo ou vou ter uma colega de apartamento chateada e... espera!
- Pera!!!! Dez de março são – faço uma conta nos dedos – seis meses de amizade!
- ISSO!!! Eu juro que já tava quase te batendo! – eu sorrio – Aqui, eu fiz uma coisinha pra você.
Eu abro o envelope, esperando mais uma de suas cartas, mas desta vez era diferente.
- TÁ DE BRINCADEIRA COMIGO????
Ela ri.
- Gostou?
- Ai, cara... Sério... Vai se foder, cara... – ela ri – Sério, semana passada mesmo eu postei uma foto colocando “Receber minha carta de aceitação de Hogwarts” na minha lista de coisas pra fazer antes de morrer. Vai se foder, cara...
- Bom, não era exatamente essa a reação que eu esperava, mas ok... E eu sei que tava na sua lista, por isso fiz. O Leo que desenhou o brasão, mas o resto fui eu.
Continuo folheando e vejo que até mesmo o uniforme e o material necessário estão ali. Ela fez igualzinho.
- Ai, sério... Eu te amo, cara. Me abraça. – e eu a puxo para um abraço.
- Você sabe que foi só um jeito fofinho de te chamar de bruxa, né?
- Que se foda, cara!!! Uma carta de aceitação de Hogwarts, cara!! – é só agora que a solto.
- Cara, cara, cara!
- Olha só, só não te bato por causa da carta! – Pamella ri de novo – Eu também tenho uma coisinha pra você, mas não é de Hogwarts.
- Não tem problema. Não é como se eu fosse maluca por Harry Potter – ela fala isso com aquela voz e cara de obcecada dela, puxando as bochechas para baixo, deixando os olhos muito bizarros –, feito você.
Ela tem razão. Uma vez Pamella me encorajou tanto a falar sobre a saga que acabamos ficando acordadas até as duas da manhã, e eu chorei feito uma idiota.
Entrego-lhe um envelope com seis cartinhas.
- Uma pra cada mês. Na verdade, eu escrevi a maioria mais recentemente, mas o número é simbólico, mesmo. Elas tão cheias de citações. Tem algumas de uns livros que você gosta e umas outras que eu achei na internet.
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Cartas para Wendy
Romance"Pessoas são como flores: não as escolhemos pelo que as torna forte, mas pelo que as torna frágeis. Assim como as pétalas das flores caem, nossas fraquezas também somem, mas isso deixa nosso núcleo exposto demais e, este precisa ser protegido por n...