Capítulo 17

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 Sam:

   - BOOOOOOOM DIIIIAAA!! Os miquinhos fazem – ela faz um barulho de macaco que eu achava impossível ser feito por qualquer humano -, os peixes fazem glub glub, os porquinhos fazem róinc, róinc, e a Samantha faz RÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓINC!!!

   E minha mãe achando que eu iria precisar de um despertador quando me mudasse...

   - Essa é a pior música de acordar alguém da História! – eu falo, enquanto sento na cama, perto de onde ela se sentou – E, meu Deus, você é uma fazenda ambulante ou algo assim?

   - Você não tem nem ideia de que dia é hoje, né?

   Não consigo ler seu rosto. Talvez porque eu esteja vendo dois dele.

   - Que dia é hoje, Pamella?

   - Dez de março.

   Dez de março. Não é meu aniversário. Nem o dela. Existe algum Dia Mundial de Fazendas ou coisa do tipo? Alguma sensação me diz que tem algo nesse dia, enquanto eu recobro a consciência.

   - Você não lembra? – ok, eu preciso lembrar logo ou vou ter uma colega de apartamento chateada e... espera!

   - Pera!!!! Dez de março são – faço uma conta nos dedos – seis meses de amizade!

   - ISSO!!! Eu juro que já tava quase te batendo! – eu sorrio – Aqui, eu fiz uma coisinha pra você.

   Eu abro o envelope, esperando mais uma de suas cartas, mas desta vez era diferente.

   - TÁ DE BRINCADEIRA COMIGO????

   Ela ri.

   - Gostou?

   - Ai, cara... Sério... Vai se foder, cara... – ela ri – Sério, semana passada mesmo eu postei uma foto colocando “Receber minha carta de aceitação de Hogwarts” na minha lista de coisas pra fazer antes de morrer. Vai se foder, cara...

   - Bom, não era exatamente essa a reação que eu esperava, mas ok... E eu sei que tava na sua lista, por isso fiz. O Leo que desenhou o brasão, mas o resto fui eu.

   Continuo folheando e vejo que até mesmo o uniforme e o material necessário estão ali. Ela fez igualzinho.

   - Ai, sério... Eu te amo, cara. Me abraça. – e eu a puxo para um abraço.

   - Você sabe que foi só um jeito fofinho de te chamar de bruxa, né?

   - Que se foda, cara!!! Uma carta de aceitação de Hogwarts, cara!! – é só agora que a solto.

   - Cara, cara, cara!

   - Olha , só não te bato por causa da carta! – Pamella ri de novo – Eu também tenho uma coisinha pra você, mas não é de Hogwarts.

   - Não tem problema. Não é como se eu fosse maluca por Harry Potter – ela fala isso com aquela voz e cara de obcecada dela, puxando as bochechas para baixo, deixando os olhos muito bizarros –, feito você.

   Ela tem razão. Uma vez Pamella me encorajou tanto a falar sobre a saga que acabamos ficando acordadas até as duas da manhã, e eu chorei feito uma idiota.

   Entrego-lhe um envelope com seis cartinhas.

   - Uma pra cada mês. Na verdade, eu escrevi a maioria mais recentemente, mas o número é simbólico, mesmo. Elas tão cheias de citações. Tem algumas de uns livros que você gosta e umas outras que eu achei na internet.

Cartas para WendyOnde histórias criam vida. Descubra agora