2 - Férias!

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Adormeci no sofá até ouvir o meu pai me mandar para a cama com um beijo, dez da manhã e acordo com a casa vazia, todos trabalham menos eu, tomo o pequeno-almoço e faço a mala porque sei que o Dr. Logan não me vai impedir de ir para casa do avô, só espero que o meu irmão também venha para aparar os meus golpes. Passo no ginásio e regresso para almoçar e ligar ao avô Paul para lhe perguntar o que ele acha de me ter como companhia nos próximos tempo e é óbvio que ele adorou a ideia mas preveniu que eu levasse o meu carro porque ele não queria ter o dele partido pela terceira vez, concordo plenamente.

No final do dia com toda a família reunida falo com o meu pai e como Brandon também vai comigo então está tudo em ordem, combinei de sairmos bem cedo de casa e de ir cada um no seu carro para que ele possa regressar depois...

— Brandon já são 8 horas, vamos para não apanhar trânsito.

— Estou quase pronto! - Brandon é sempre o último a ficar pronto.

— Angel por favor cuidado na estrada, liga quando chegarem e não dês trabalho ao teu avô!

— Sim pai já sei isso tudo.

— É sempre bom lembrar-te, nós sabemos bem como tu és! - A minha mãe apoia-o.

— Estou pronto! - O meu irmão anuncia com uma mala na mão.

— Finalmente eu já ia partir sozinha!

— Exagerada!

Depois das despedidas entrámos cada um em seu carro, a viagem foi longa e o sol estava quente, parámos a meio o caminho para beber um café e esticar as pernas, regressámos à estrada até chegar ao destino, como é bom chegar aqui e sentir o cheiro das árvores e do grelhador que está pronto para um peixe fresco como o avô gosta de fazer...

— Olhem os meus netos, como foi a viagem?

— Cansativa avô.

— Então deem um beijo ao vosso velho e vão mudar de roupa para irmos almoçar o peixe que eu mesmo pesquei.

O meu avô fica orgulho quando nos brinda com a sua pescaria, ele tem orgulho na família e na sua casa na beira do lago. Aprendi muito com ele, a avó Nath achava que ele era demasiado brando connosco mas o que fazer? Ele é um bom homem, calmo, carinhoso e que já viveu o bastante, tenho noção que a avó Nath não era fácil. Larguei a mala no quarto, liguei apara a minha mãe para avisar que estava tudo bem, passei o corpo por água deixando os cabelos secos para não perder muito tempo e vesti em tempo recorde, Brandon e o avô riam de alguma coisa quando cheguei perto do grelhador, na mesa havia batatas, salada, estava tudo pronto para a refeição, ao terminar levanto a minha loiça e levo para a cozinha, deixo os dois a conversar e decido aproximar-me da beira do lago, sento numa rocha e fecho os olhos para inspirar o forte aroma a pinheiro que vem do coração da floresta, é um paraíso tranquilo, selvagem e natural. Faz algum tempo que não venho aqui, exatamente oito meses porque estive muito ocupada a acabar os estudos mas agora posso aproveitar tudo isto, pode estar um calor enorme que aqui sempre passa um vento fresco e há boas sombras para nos abrigarmos. Regresso para casa do avô onde ele se preparava para sair...

— Vais sair?

— Vou e vocês deviam fazer o mesmo, o centro da vila tem alguns estabelecimentos novos, vão aproveitar para passear! - Na verdade a vila nunca tinha muito para ver.

— E tu, posso saber onde vais?

— Vou ao grande armazém preciso comprar madeira e algum material para construir uma pequena casa onde possa arrumar o material de jardim e de pesca.

— Queres ajuda avô? - Brandon adora a companhia do avô têm sempre muito que conversar.

— Obrigado mas eu vou bem sozinho. - Dizendo isto ele sai.

Nós também entrámos no meu carro e fomos até à vila, sempre que eu passava todos olhavam porque no meio do campo ninguém tem um carro desportivo que desfila com musica alta. Estacionei e andámos um pouco até ver uma cafeteira com um aspeto chamativo, tinha a publicidade de crepes caseiros, eu e Brandon decidimos entrar e experimentar, a jovem que estava por trás do balcão devia ter a minha idade, era muito bonita e ficou hipnotizada com o charme do meu irmão algo que já me habituei...

— Boa tarde, o que vão querer?

— Eu quero um crepe da casa! - Eu vi a foto do crepe no balcão e era de fazer crescer água na boca.

— E o senhor? - ela ficou vermelha só de olhar para ele.

— Quero o mesmo por favor.

— Claro, volto já com os pedidos.

Vi a placa com o seu nome, Alice, coitada ela nunca teria chances com o meu irmão, não digo por maldade as os dois são o oposto. A vila é pequena e nunca me lembro de a ter visto antes e isso é bom assim poderei ter companhia quando estiver por aqui, é bom ver caras novas já que a monotonia reina neste lugar...

— Brandon ela ficou de queixo caído!

— Eu percebi e na verdade ela até é bonitinha.

— Estás a gozar? - mas como assim?

— Não, a verdade é que a sua timidez é muito atraente.

— Espera aí, eu pensei que tu e o Enzo... Quer dizer pensei que eras... tu sabes.

— Eu sou mas a menina dos crepes despertou a minha atenção. - Olha só o sorriso do meu mano, que milagre foi esse?

A Alice chega com os nossos pedidos, ela tem um ar tímido que não passa despercebido e Brandon está encantado com isso...

— Aqui estão e eu espero que vocês gostem!

— Obrigado, eu sou Angel é este é o meu irmão Brandon!

— Muito prazer eu sou Alice e esta é a sorvetaria do meu pai.

— Nós estamos cá de férias na casa do meu avô. - Ela tem um sorriso encantador.

— Eu cheguei aqui à seis meses e ainda não conheço ninguém da minha idade! - Alice parece ser do tipo solitário.

— Então aceitas jantar connosco e o nosso avô hoje? - Uau Brandon acabou de convidar a rapariga para jantar? Eu queria rir da situação mas não quero que a rapariga pense que estou a gozar com ela.

— Sério? Seria um prazer.

— Assim sendo passo aqui às sete para te buscar! - Ok eu acho que ela encantou o Simon Júnior.

Outros clientes entraram e logo ela afasta-se, o que é que aconteceu aqui? Depois de sairmos e de ligar ao avô a avisar que teríamos uma convidada para jantar fomos até ao supermercado. Só depois de entrar reparei que tinha esquecido o telemóvel no carro, Brandon entra no estabelecimento e eu volto atrás reparando que um homem rodava o meu carro...

— Perdeu alguma coisa no meu carro?

Quando ele olhou para mim eu senti um arrepio...

Anjo de dia (Livro2)Onde histórias criam vida. Descubra agora