Estou quase a chegar na cidade e vejo que nuvens cinzentas se aproximam, embora esteja calor algumas gotas caem no para brisas quando desligo o motor. Dentro do restaurante Michael esperava por mim, fizemos os pedidos e traçámos muitos projetos para o novo local de corridas, também debatemos sobre George eu não podia esconder de Michael que havia um polícia corrupto na cidade que queria ganhar dinheiro connosco, o meu amigo acha uma boa ideia diz que talvez ele nos possa ajudar a afastar os colegas de nós, não acho que seja boa ideia e sei que George vai arrasar connosco quando já não precisar do dinheiro das apostas ou quando for descoberto mas, até lá veremos. Quando saio de restaurante já chove a cântaros mas faço o caminho de volta a casa com prudência, a alguns quilómetros da vila sinto algo, sei pela condução que um pneu está furado, raios tinha de ser agora com tanta chuva? Ligo a sinalização do carro e pego o telemóvel que para ajudar não capta rede tal como é normal em algumas zonas por aqui. Sem poder ligar a ninguém terei de ser eu mesma a fazer tudo, saio do carro sentindo as gotas de água começarem a bater na minha pele, vou ao porta bagagens e retiro a chave, três parafusos estão tirados falta o quarto e já tenho a roupa colada no corpo. O quarto parafuso está muito apertado e eu não tenho força suficiente par o tirar.
— Vá lá só mais este! - praguejo sozinha.
No sentido contrário da estrada vejo os faróis de um carro a aproximar-se, faço sinal com os braços para que pare. O carro para e quando vejo a figura de Kane fico mais aliviada por não ser um estranho, muito embora eu não o conheça assim tão bem.
— Algum problema?
— Não consigo tirar o último parafuso, está preso.
— Deixa-me tentar! - Kane parece também não conseguir.
— Droga logo agora tinha de chover tanto!
— Está preso, preciso de outras ferramentas! - ele já estava ensopado - Vamos, temos de ir buscar qualquer coisa.
— Eu não posso deixa o carro aqui Kane! - Eu não vou mudar de ideias.
— Ninguém vai tirar ele daqui sem um pneu! - Ele levanta-se e fica bem próximo de mim.
— Eu não vou arriscar; investi muito dinheiro nele.
— Olha para nós estamos encharcados.
— Vai embora e pede a um reboque para vir que eu daqui não saio. - Digo chateada sentindo ele puxar o meu braço fazendo os nossos corpos colidirem.
— Que teimosa hein, alguma vez eu sou irresponsável de te deixar sozinha?
Puxo o seu braço caindo na estrada, fico frustrada e as minhas pernas estão descobertas devido a racha frontal da saia, um sorriso malandro baila nos seus lábios quando ele vê o meu estado, eu estico a mão pedindo que me ajude a levantar mas aproveito para puxar o seu corpo fazendo ele cair também ao mesmo tempo que solto uma gargalhada.
— Esta é por se rir de mim chato Sr Kane!
Nossa posição não é muito simpática, ele está por cima de mim, o seu peso é considerável, merda precisava ser tão lindo? Eu mal o conheço mas ele atraí - me como um íman, nunca fui de seguir as regras por isso levo as minhas mãos até a sua cara para que se aproxime mais e beijo os seus lábios, sinto como se veneno passasse nas minhas veias, o seu beijo é diferente, é arrebatador e sou correspondida. Parando por falta de ar ele ajuda a que me levante.
— Entra no carro liga o aquecimento e tira essa saia, volto rápido.
— Prometo não sair daqui!
— Toma espero que não a uses mas... - ele coloca a mão atrás das costas e para retirar uma arma que me entrega.
— Tu andas armado? - Por que raio ele precisa de uma pistola.
— Sem perguntas Angel, entra no carro tranca as portas e espera por mim!
Ele espera eu entrar no carro e sigo as suas recomendações, retiro a saia e ligo o ar quente, com o casaco que sempre tenho no banco traseiro eu seco o cabelo e aguardo que ele regresse. Ligo o rádio, rebato o banco para me deitar e fecho os olhos recordando o beijo, comigo as coisas são sempre muito rápidas, sempre foram, se é bom ou mau eu não sei mas eu sou assim! Abro os olhos quando oiço o bater leve no vidro do carro que está a ficar embaciado, a chuva já passou e Kane mudou de roupa, ele assume sempre um ar tão sério, visto a saia ainda húmida e vejo ele trocar o pneu com agilidade, sem pronunciarmos uma palavra eu fico sempre do seu lado, será que ele tem algo a dizer quanto ao beijo?
— Obrigado por tudo!
— Não tem problema não foi nada!
— Claro! - Não entendi se ele se refere ao carro ou ao beijo.
Após terminar ele avisa que me vai escoltar até casa, por algum motivo a sua frieza trás-me alguma raiva mas, eu não direi nada como uma boa orgulhosa que sempre fui. Assim que paro na porta do meu avô saio do carro e vou até ele, já é tarde por isso tento não fazer barulho...
— Estás entregue por isso boa noite. - ele nem sai do carro.
— Boa noite! - viro costas e caminho não para casa mas sim até à beira do rio.
Sento-me na terra molhada a olhar a água. Porque é que ele haveria de me dar alguma importância? Foi só um beijo...
— Devias entrar, mudar de roupa e descansar! - ele estende a mão para me ajudar a levantar.
— Sim senhor!
— Angel... Aquele beijo simplesmente não podia acontecer!
— Eu entendo!
Entro em casa tomo um banho, visto um pijama e passo a noite em claro, não gostei da rejeição, lamento dizer mas não sou hipócrita e gostaria muito de ter sido correspondida se a minha mãe estivesse aqui sei que me diria o quanto eu sou boa a encontrar problemas.
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Anjo de dia (Livro2)
ChickLitEste livro é a continuação de Anjo da Noite, Karen e Logan finalmente conseguem ficar juntos e o fruto dessa união nasce mas como tudo vai correr agora? Angel Simon não é uma mulher como as outras, ela desafia o perigo!