São sete da manhã e eu salto da cama e tomo o pequeno-almoço, o telemóvel tem a bateria carregada, visto uma roupa confortável e ténis, tal como Bernard pediu faço um pequeno saco com uma muda de roupa, uma caixa de primeiros socorros, uma arma que George me deu e eu rezo para que não tenha de usar nada disto. Saio de casa e aperto o comando do BMW preto de vidros fumados que Bernard deixou aqui ontem à noite para mim, respiro fundo e ligo o GPS que me indica o caminho para o casarão que ainda fica longe mas como madruguei posso fazer o percurso com calma a ouvir música e curtir a tranquilidade que vem antes da tempestade. Estaciono carro no sitio indicado e vejo a carrinha da empresa de ar condicionado chegar, George está ao volante por isso olho para o relógio para controlar o tempo, conto exatamente oito minutos e saio em direção ao portão do casarão, com um mapa na mão e um ar de menina inocente finjo estar perdida e peço ajuda aos seguranças de forma a que me ajudem a chegar ao meu destino, depois de dez minutos minutos e de oferecer o meu número de telefone (falso claro) ao loiro no de olhos azuis afasto-me ao mesmo tempo que a carrinha sai pelo portão, caminho descontraída até as o carro onde Bernard já está ao volante. Ele está com um ar preocupado e decido não abrir a boca, andamos alguns metros até às traseiras de um posto de gasolina onde paramos para que a equipe coloque dois sacos pretos desportivos na bagageira mas George bate no vidro do condutor com um ar nada amigável...
— Bernard que merda é esta? A polícia já nos identificou e estão numa caça ao homem.
— Não pode ser eu atrasei o alarme George.
— Eu juro que se somos apanhados eu mato-te, agora vai!
Bernard dá um sorriso torto, não entendi, olho para ele para vê-lo fezer sinal para ficar calada. Já se começam a ouvir sirenes ao longe e o meu coração já bate descompensado, quando parámos num sinal vermelho vejo a polícia na faixa contrária que nem davam por nós mas eu podia jurar que Bernard fez sinais de luzes e a atenção dos carros patrulhas viraram-se para nós. ele arranca a todo o gás e causa um acidente no cruzamento mas nós saímos ilesos...
— Bernard eu não estou a gostar disto!
— Está tudo controlado Angel, agora abre o porta luvasm tira as chaves do carro que te espera no parking e agarra a mochila porque estamos perto.
— Eu estou com um mau pressentimento.
— Foca-te miúda, só tens de pegar no carro e sair do parking discretamente, o GPS tem a morada do ponto de encontro e pronto está feito.
Eu só queria que o tempo passasse, as minhas mãos soavam e a minha perna dava sinal de que se fosse eu a conduzir não chegaríamos tão longe. Essas malditas sirenes só me irritam cada vez mais e dou graças a deus por Bernard estar tranquilo, de longe começo a ver a entrada do parking e temos de acelerar para chegar no momento certo, sabemos que em segundos a cancela vai abrir para a entrada estava tudo combinado com o segurança que faz o segundo turno, eles abrem no momento certo e esperariam que estivéssemos lá dentro para voltar a fechar o acesso á policia...
— Bernard a cancela ainda não está aberta, diminui a velocidade!
— Faltam alguns segundos vamos conseguir.
— Estás louco? Não vamos conseguir.
— Vamos sim vais ver 3, 2, 1. - Eu vou morrer!
Eu fechei os olhos à espera do embate mas nada acontece, volto a olhar e entrámos, pelo retrovisor vejo a cancela levantada, não posso parar de sorrir e bato no seu braço...
— Ok é agora Angel!
Ele estacionou o carro meio de dois outros, fomos à bagageira e cada um pegou numa das sacolas pretas que colocámos cada um no seu carro de fuga, antes de fechar a porta ele grita...
— Cuidado Angel.
— Bernard vai ser rápido e lembra-te que me deves uma bebida com a tua fonte de informação.
Entro no carro com um nó no estômago, algo está errado eu pressinto, as palavras que disse a Bernard foi nada mais que um pedido para que os dois nos mantivessem os vivos. Os carros escolhidos eram banais de baixa cilindrada e disfarçados com cadeiras de crianças e artigos familiares, temos de ser rápidos porque oiço sirenes perto demais, vejo as luzes dos carros da polícia refletidos nas paredes e aí decido sair logo atrás de Bernard bem devagar como se não fosse nada comigo, ele foi em direção a saída que dava para uma avenida principal e eu tal como combinado saí em direção a uma rua lateral, por enquanto parece que conseguimos. O meu telemóvel toca e no visor aparece o nome do meu irmão, rejeito a chamada e concentro-me no gps, faltam apenas alguns quilómetros e paro no cruzamento onde um carro passa a alta velocidade, eu reconheço quem é, o que aconteceu para Bernard estar a correr como um louco? Vou atrás dele, sou louca eu sei mas ele é meu amigo e não o posso deixar na mão, neste momento praguejo por ter não ter o meu Mustang, eu sei que tenho de agir rápido, volto para trás e regresso ao parking, o BMW preto está lá e embora não tenha as chaves eu vou tentar fazer ligação direta como o meu avô me ensinou. Saio do meu atual carro e entro no BMW fazendo uma chamada de alta voz para George...
— Que raio estás a fazer? Porque o sinal de gps mostra que voltaste para trás.
— George cala a boca e ouve, Bernard precisa de ajuda, quero as suas coordenadas, vou ajuda-lo.
— Tu é que sabes princesa.
Foi fácil demais, o que me está a escapar? Saio do caro novamente a correr porque lembrei da mala, vou à bagageira e por curiosidade abro a sacola preta...
— Mas o que...
A sacola está cheia de papel, é uma cilada, eu e Bernard corremos risco de vida por nada, ele simularam a troca, nós nunca tivemos o dinheiro é uma manobra para fugirem enquanto a polícia está ocupada connosco... filhos da mãe!
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Anjo de dia (Livro2)
ChickLitEste livro é a continuação de Anjo da Noite, Karen e Logan finalmente conseguem ficar juntos e o fruto dessa união nasce mas como tudo vai correr agora? Angel Simon não é uma mulher como as outras, ela desafia o perigo!