13 - Cunhada

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Todas das minhas dúvidas sobre Kane agora estão extintas, ele é detetive e traiu-me!

— Angel esta foi a última vez, terei de contar aos pais.

— Eu entendo!

— Só isso? Sem contestar? - Agora ele entende como estou destruída.

— Só isso Brandon!

— Eu não sabia que ele era detetive só quando cheguei à esquadra é que fui confrontado com isso.

— Ele usou-me! - Nesse momento estava difícil conter as lágrimas e olhem que sou fácil de chorar.

— O que aconteceu entre vocês?

— Nada de importante! - Tenho apenas de ver ele como mais um com quem dormi embora tenham sido só três.

— Vocês dormiram juntos?

— Sim, parece que não sou tão inteligente!

— Para com isso, tu erraste e sabes mas, não podias adivinhar quem ele era. - Isso não muda o facto de ele me usar.

A Alice veio ter com Brandon, ela e o avô estavam à nossa espera, sentados na sala, o meu irmão revelou tudo. Eu estava na sala mas a minha cabeça estava longe, tudo o que queria era ir para casa dos meus pais mas nem isso eu posso agora. Alice estava chocada e o avô não disse nada, subi, tomei um banho e dormi até meio da tarde com a ajuda de um comprimido. Eu não sei se isso se chama depressão mas a minha vontade é de ficar na cama para sempre...

— Já acordaste? - A Alice entra no quarto com o seu doce sorriso.

— Infelizmente sim! - Sento na cama contrariada.

— Como estás?

— Quero morrer!

— Angel não digas isso! - ela agarra a minha mão.

— Como estão as coisas com Brandon?

— Ele falou comigo sobre tudo! - Ela olha o teto com um ar triste, graças a Deus que o meu irmão contou tudo.

— Sobre tudo? E tu o que achas?

— É estranho mas eu beijei-o para tirar as suas dúvidas.

— E??

— E foi muito bom, ele é muito carinhoso. - Ela está envergonhada.

— Mas e o meu irmão, o que ele disse?

— Que foi o melhor beijo da vida dele e que finalmente encontrou o que procurava! - Ufa que bom se ele mágoas se esta menina eu não sei o que lhe faria.

— Fico tão feliz por vocês os dois!

— Obrigado Angel - ela puxa a minha mão - Agora vamos lanchar lá fora que está um dia lindo.

— Eu não vou sair daqui!

— Por favor "cunhada"! - Oh que fofa.

— Tu não vais desistir pois não?- Alice vai dar cabo de Brandon com essa cara de anjo.

Vesti uma blusa e uns calções e desci até ao jardim onde o avô esperava por nós com um jarro de limonada e um bolo de chocolate feito por Alice...

— Onde está o meu irmão? - Esperava vê-lo por aqui.

— Foi ter com Kane, parece que eles tinham algo para tratar.

— Vais voltar com ele? - Só agora vejo que interrompi as férias dos dois.

— Não, eu vou ficar aqui, ele pediu para te fazer companhia.

— Podes ir Alice eu não preciso que tomem conta de mim. - respondo torto porque ninguém me deixa em paz.

— Ei menina atenção à língua, a Alice está a ser gentil! - O meu avô chama-me à razão, eu sei que ela quer ajudar mesmo com os seus problemas ela está aqui.

— Desculpa Alice não queria ser mal educada.

— Tudo bem Angel.

Alice contou o que fez nos dias que esteve com a minha família, ela adorou tudo e estava desejosa de regressar de novo mas, ao que parece Kane queria tratar de alguns assuntos pendentes do pai dos dois. O meu avô estará fora na próxima semana e então a Alice ficou de me fazer companhia, por enquanto ainda é quarta-feira e o avô ficará a vigiar-me, sou uma prisioneira desta vila. Brandon chega quando estamos a levantar a mesa, ele vem com Kane que cumprimenta o meu avô com um abraço, entro em casa e pouso a loiça na cozinha tentando afastar-me o mais possível dele. Brandon sobe com a Alice, ele vai regressar ainda hoje e o meu avô grita do jardim...

— Angel faz um café para mim e para o detetive Kane por favor.

— Vou já avô!

Faço os dois cafés e vou até ao jardim, o meu avô está a entrar na cabana que fez e parece procurar alguma coisa, deve ir buscar algo, Kane está sozinho na mesa, pouso os cafés...

— Porque disseste que somos apenas conhecidos? - Ele refere-se ao interrogatório.

— Porque é verdade, eu pensei que te conhecia mas afinal nunca soube quem realmente era o homem com quem dormi!

Ele engole a minha resposta e eu volto para casa com muito mais entalado na garganta mas que terá de ficar para depois, mais tarde despedimo-nos de Brandon e logo a seguir Kane levou Alice para casa. Passei os dias seguintes de pijama e não saí de casam estava sem carro, sem o meu irmão, sem liberdade e pior que isso sem o homem por quem me apaixonei. Hoje é Segunda-feira ficarei sozinha aqui, o avô insiste em deixar a sua carrinha comigo, eu já avisei que não sairei daqui mas, mesmo assim ele não mudou de ideias. São sete da manhã e faço o meu pequeno almoço, coloco num tabuleiro e vou para o jardim, estou de costas para a estrada e de frente para o lago que está parado e calmo como eu agora, nunca fui assim, o meu telemóvel toca e eu atendo sem saber quem é...

— Angel?

— Michael és tu?

— Eu estou a ligar para te agradecer.

— Agradecer o quê? - Eu não fiz nada.

— Eu sei que te negaste a denunciar o meu nome, obrigado.

— Sei que farias o mesmo. Como estás a aguentar-te? - Conheço a sua lealdade.

— Estou em casa com pulseira eletrónica!

— Bom podia ser pior. - É melhor que ficar preso numa cela.

— Podia sim miúda, toma conta de ti Ok?

— Fica tranquilo.

As portas de um carro são fechadas, Alice veio certificar-se que iria à esquadra assinar uns papeis, Kane também veio mas ficou no carro. Subi para trocar de roupa e desci com um nó no estômago. Dentro do carro estava um silêncio aterrador até a Alice começar a falar sobre um jantar de família que ela gostaria de dar. Depois de irmos à esquadra resolver tudo ela foi à florista e eu fui andando um pouco a pé, cheguei atrás da esquadra e vi o meu carro no estacionamento protegido por um gradeamento, só agora vejo os estragos que George fez, a traseira está destruída, oh céus!

— Queres vê-lo de perto! - Eu queria mas não ia admitir.

— Não, quero apenas ir para casa!

— Eu levo-te, a Alice diz que vai demorar. - Tudo o que queria era distância dele mas a cada do meu avô ainda é longe.

— Ok.

Pelo caminho eu fiquei calada a ouvir a música que tocava no rádio e a olhar a paisagem que já não me seduzia tanto como quando eu conduzia o meu querido carro, porque é que não dei ouvidos a Brandon?

Anjo de dia (Livro2)Onde histórias criam vida. Descubra agora