17- Noite de planos

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Saímos do restaurante juntos, tinha vindo com Kane e seus com ele que iria regressar a casa, depois de lançar alguns sorrisos para o telemóvel sente para atormentar o homem ao meu lado sinto o carro derrapar, Kane bate no volante...

— Calma, vamos ver os estragos.

Saio do carro e dou a volta até ao pneu traseiro do seu lado, mal me baixo para ver o que passa sinto ele levantar-me...

— Vais sujar o vestido anda comigo!

— Onde? - Estamos no meio do nada.

— Segue-me Angel!

— Está muito escuro! - Ele pega na minha mão e eu agarro no vestido para evitar estragos.

Há um pequeno trilho que parece ter sido limpo de forma a dar passagem a algum local, não muito longe está uma pequena casa de madeira que ele abre a porta e larga a minha mão para acender um antigo candeeiro a petróleo. A casa parece estar desabitada mas tem uma pequena sala com lareira, uma cozinha aberta e umas escadas rústicas para o sótão. Kane demonstra conhecer a casa e pega nos fósforos que estão perto da lareira acendendo as velas e o resto dos candeeiros, dou alguns passos e passo a mão na mesa de refeições que está limpa...

— Onde estamos?

— Esta casa pertence à esquadra era do antigo investigador que morreu e deixou-a para ser usada pelos membros da polícia mas, apenas eu venho aqui.

— Está frio aqui dentro!

—Posso acender a lareira se quiseres. - ele tira o casaco e põe nos meus ombros.

— Não, eu prefiro que trates do carro, combinei com Jason encontra-lo na discoteca.

— Jason, Jason... Já ouvi falar muito dele para uma noite só, já volto.

Ele saiu irritado e eu sorri com a ideia de ele ter ficado com ciúmes se é que é mesmo isso que aconteceu, a vinda até aqui não é casual mesmo, a casa está no local certo na hora certa e quanto ao furo no pneu? Não sou burra, sei que o seu carro usa pneus sealfseal, um sistema anti furo mas que quanto tenta ser danificado por algum objeto alerta o condutor e mesmo que seja um furo real, ainda poderíamos fazer vários quilómetros, poderíamos regressar a casa mas ele tem um plano.

— Não conseguimos sair daqui hoje, há pouca luz por isso aproveitei para apanhar isto. - ele trás alguns troncos de madeira que coloca na lareira.

— A Clarisse vai ficar preocupada se não apareceres, talvez ela tente encontrar-te.

— Ela não fará isso.

— Porquê? - Que noiva prodígio.

— Porque eu disse que tinha trabalho.

— Mentiste à tua noiva?

— Se eu dissesse que ia levar-te a sair porque Brandon não gosta desse tal de Jason achas que ela diria o quê?  - Brandon vai estragar os meus planos.

— Brandon não gosta de Jason e tu fazes de baby-sitter?

— Somos amigos! - E eu sou o pai natal.

A lareira estava a pleno gás, mais uma vez retiro os sapatos e o casaco, sento-me no sofá a ver Kane tirar algo do frigorífico e regressar com duas cervejas na mão, aceito uma e ele faz-me companhia...

— Como conheceste a tua noiva?

— Eu conheci a Clarisse porque ela foi viver para a casa em frente à nossa à três anos atrás.

— Vocês são tão diferentes, ela é toda mulher de negócios e tu descontraído.

— A Alice diz que ela não é a tampa da minha panela! - rimos com esse comentário. - E tu de onde conheces o Jason?

— Somos amigos de Michael e foi ele que nos apresentou. - Não é totalmente mentira.

— Ele também corre?

— Não ele não é esse tipo de homem mas é simpático, bonito, inteligente... - Kane recebe cada palavra como se fossem agulhas a picar a sua pele.

— Vou mostrar-te o quarto para descansares, amanhã trato do carro.

— Vamos!

Levanto do sofá descalça, caminho até às escadas porque é o único lugar lógico para ter um quarto numa casa tão pequena, agarro no vestido enrolando a cauda no braço, quero ir à sua frente provoca-lo, abro a porta que está completamente sem luz, Kane passa por mim e acende um candeeiro enorme, por que raio é tudo iluminado com candeeiros a petróleo? Visto a casa ser de madeira isto representa um risco altíssimo...

— Podes ficar à vontade eu fico no sofá.

— Nem pensar, eu não durmo aqui sozinha.

— Angel não vamos dormir juntos. - Aposto contigo que vamos sim.

— Foste tu que me trouxeste aqui e eu aviso-te que não vou dormir sozinha!

— Está bem vou só lá a baixo apagar a lareira.

Decido sentar-me na cama à sua espera, eu realmente não quero ficar sozinha num sitio que não conheço, oiço os seus passos nas escadas, ele entra no quarto e retira a arma que pousa na mesa de cabeceira e em seguida a sua camisa que atira na minha direção...

— Veste-a! - Fui apanhada a babar e a olhar para ele.

— Obrigado!

O tecido está quente e tem o seu cheiro, vou para o lado da cama oposto ao que ele está e viro costas para o seu olhar, abro o vestido que cai até ao chão e que deixa o meu corpo nu apenas de mini cuecas, rodo um pouco o corpo para apanhar a camisa que está em cima da cama mas cubro o peito com braço, era inevitável olha-lo mesmo sabendo que ele acompanhava os meus movimentos. A sua camisa é enorme, dobro as mangas e viro de frente abrindo a cama para entrar nela e ficar a ver Kane somente de boxeres...

Isso faz parte do seu plano?

Anjo de dia (Livro2)Onde histórias criam vida. Descubra agora