Anjo de dia (Livro2)

22 - Eu quero descer!

Chegámos a casa do avô em último, um cão enorme corre para nos cumprimentar...

— Kane o cão, eu vou deixar cair os doces. - Ponho-me atrás dele.

— Ele é dócil, olha aqui, Petzel vem cá!

Eles já se conheciam, era o cão da Lis mas que eu nunca tinha visto antes e logo hoje que vim de branco ele resolveu não me largar...

— Então Angel vens para ficar? - a Liz parece gostar de mim.

— Sim, tenho um trabalho de final de curso e preciso de me concentrar.

— Podes ficar connosco! - Alice fica entusiasmada com a ideia.

— Não mesmo Alice, eu sei que se ficar na casa de alguém eu vou distrair-me, preciso de estar sozinha e de Internet só isso.

— Conheço o sítio ideal! - Kane olha para mim - Há uma casa bem simpática que pertence à esquadra e lá ninguém te vai incomodar. - Eu sei a que casa se refere.

— Ela tem sinal de telefone e de Internet? - da última vez não tinha.

— Claro que tem! - Ele sorri.

Claro que tem ele fez de propósito na outra noite, burrice a minha.

— Eu aceito!

Depois de comer Alice decidiu vestir o bikini brasileiro que lhe trouxe e Brandon rosnou para mim, diz que não deveria ter trazido algo tão cavado e reduzido. Os meus pais iriam ficar em casa com o avô, Liz e alguns amigos do avô, Kane tinha planos, ficámos Brandon, Alice e eu que iríamos jantar ao restaurante japonês na cidade. Antes de sair, Kane deu-me uma copia das chaves da tal casa e disse que deixaria as minhas malas lá. Planos, muitos planos é o tema do jantar, a Alice tem mil ideias para o casamento e Brandon começa a ter alguns cliente no escritório, isso significa que está tudo a correr bem para eles os dois. No caminho para casa penso que terei de alugar um carro para me deslocar por aqui, Alice estava reticente em me deixar tão isolada mas Brandon ajudou-me a convencê-la. Quando entrei na casa carreguei no interruptor que acendia as luzes de todo o inferior, sorri ao pensar que ele me fez crer que a casa não tinha eletricidade. As malas estão perto do balcão, tiro o pijama e o portátil, depois de me trocar vou a um site de aluguer de automóveis mas as opções são poucas, terei de tentar amanhã. Dormi pessimamente, sentia-me desprotegida e estranha por estar ali, a casa era tão fria e não falo de temperatura mas sim de calor humano. Acordo com alguém a bater na porta e um arrepio de medo passa por mim, desço as escadas e pergunto quem é...

— Sou eu irmã.

— Brandon que susto!

— Vai despachar-te que estão à nossa espera.

— À nossa espera para quê?

— Surpresa, veste algo prático e rápido espero por ti no carro.

Subi para me vestir e desci em dez minutos com uma maçã na mão, Brandon não me conta o que se passa, o caminho que ele segue vai dar a uma grande herdade, o carro de Kane e do meu pai já cá estão, um pouco distante de nós está um celeiro com as porta abertas e quando nos aproximamos vejo que todos se equipam, o celeiro está repleto de material de desporto, olho para as três motos 4x4 e oiço as instruções de um jovem casal, vamos dar um passeio de moto! O pai e a mãe já estão preparados, Alice está com medo mas acaba por montar a moto e agarrar Brandon, resto eu e Kane já está sentado pronto a conduzir...

— Pronta?

Apenas aceno e sento bem agrada a ele, o caminho é muito atribulado, estamos no meio do mato e não posso larga-lo por um minuto. Fomos até uma linda clareira onde iríamos escalar até chegar ao cimo dos rochedos, quanto mais subia mais ficava nervosa, odeio alturas mas nunca admito as minhas fraquezas assim, estamos quase no topo e Kane estica a mão para me ajudar, eu aceito masao contrário de toda a família que contempla a vista eu só fecho os olhos e ele vê o meu nervosismo...

— Dá-me a tua mão! - Eu dou porque preciso disso.

— Quero descer!

— Vamos descer já já olha ali!

AH NÃO, Slide, teria de descer por um mecanismo agarrado num cabo que vai do topo até lá em baixo ao chão.

— Não há outra maneira de descer? - Os meus pais já tinham ido e agora era Alice que se preparava.

— Vá lá Angel é rápido! - Agarro a sua mão com força.

— Odeio alturas Kane!

— Já percebi mas confia em mim e se fizeres isso eu deixo - te levar a moto de volta.

— Sério? - A ideia agradava-me.

Respirei fundo e desci naquela coisa de olhos fechados até sentir os pés no chão e Kane veio logo atrás, ele tirou as chaves da moto do bolso e passou-as a mim, senti-me vitoriosa e sentei-me a aguardar que ele fizesse o mesmo, ele abraçou o meu corpo e a cada quilometro percorrido eu só pedia para que a viagem não acabasse. Tivemos de passar perto de um pequeno lago e parámos para comer umas coisas que a minha mãe preparou para nós...

— Que boa ideia filho, temos de repetir isto.

— Descobri isto por acaso, foi uma cliente que me falou.

— Uma cliente? - Alice finge estar com ciúmes.

— Corrijo, uma cliente muito feia!

Rimos da cara de Brandon com as suas palavras, o meu irmão está mesmo KO.

— Kane quando é que vens visitar-nos para conheceres a cidade?

— Qualquer dia.

— A Angel pode fazer-te uma visita pelos lugares. - Semi fecho os olhos, sei onde ela quer chegar.

— Mãe só estou livre daqui a algumas semanas e acho que Kane trabalha.

— Vou tentar. - Péssima ideia ele não vai gostar de saber os sítios que frequento.

Regressámos a herdade mas haviam mais surpresas reservadas, paintball o que descobri ser divertido mas, doloroso sei que vou ficar com nódoas negras e a disputa entre homens e mulheres terminou com os homens na vitória. Seguiu-se uma degustação de vinhos e queijos e regresso a casa de Brandon que tinha piscina, a Alice emprestou - me um bikini e caímos na água e depois acabei por adormecer deitada ao sol na toalha em cima da relva fofa...