32 - Assalto?

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— Bem vamos falar do que importa! - George espalha projetos e plantas na grande mesa - Com as informações recolhidas por todos podemos avançar na próxima semana com o plano.

— Que plano? - Pareço ser a única sem saber o que se passa.

— Roubar o cofre do multimilionário, o dono do palacete.

— Um assalto? Eu não vou fazer isso George!

— Vais sim e agora ouve bem tudo, até porque tu vais ser a nossa motorista.

As plantas da casa foram vistas e revistas dezenas de vezes, fotos e informação de horários ajudaram a saber quando agir. Bernard era um polícia corrupto tal como George e o casal era conhecido no mundo dos assaltos, o plano seria os quatro entrarem na casa para roubar o cofre enquanto que eu estarei num carro apostos para fugir e guardar o dinheiro, parece simples mas não é bem assim. Lois anda envolvido com uma das empregadas e vai fazer com que a coitada fique doente no dia do assalto e assim Vicky vai trabalhar em seu lugar, ela irá fazer com que o ar condicionado do primeiro andar avarie para que seja chamada uma equipe de emergência para tratar a avaria e eu a guardarei no carro criando uma manobra de diversão para quando todos forem a sair da casa e assim evitar que sejam revistos. Bernard irá tratar de atrasar ao máximo a polícia para não sermos apanhados e depois haverá mais mas por enquanto é tudo o que sei e já deu para queimar todos os meus neurónios.

— Estamos entendidos ou há alguma dúvida?

— Está tudo óptimo! - Lois parece adorar a ideia.

— Bernard como estão as coisas? - George olha sério para ele.

— Tudo apostos consegui um atraso de cinco minutos para o alarme.

— Boa, Vicky e tu? Tratas do Kane? - o meu coração acelera ao ouvir aquele nome.

— Tudo como planeado, na noite anterior irei dormir com ele e cansa-lo bastante! - dormir? Que nojentos eles dois, ainda bem que agora nós acabámos.

— Boa ideia e tu Angel vais ficar em casa como uma linda menina, vais levar a semana tranquila sem chamar a atenção e vais encontrar-te todas as manhãs com o Bernard para ele te explicar o que tens de fazer Ok?

— Ok! - Eu nem sei o que dizer.

— Bem assim sendo podem ir, vamos mantendo o contacto.

Assim que saio da casa a vejo Lois e Vicky aos beijos, como ele aceita que a sua namorada ande a dormir com outro homem? Que tipo de pessoas são estas?

— Amanhã às dez em frente ao bar do Joe! - Bernard interrompe os meus pensamentos.

— Para quê?

— Temos trabalho a fazer e por favor mentem-te quieta no teu canto.

De volta a casa Brandon espera por mim sentado na sala...

— A esta hora em casa?

— Sim tenho coisas para tratar lá para os lados da casa dos pais, vou levar a Alice comigo e voltamos na próxima semana.

— Brandon precisamos falar, preciso tanto de ti! - ele olha para mim com pena e abraça-me forte.

— Eu sei disso, acredita que não gosto de te ver assim mas tenho de ir mesmo embora, falamos quando eu regressar e tudo tiver acabado.

— Tiver acabado? - do que ele está a falar? - Eu posso saber o que se passa contigo? Somos irmãos e nunca precisei de abrir a boca para te pedir ajuda e agora nem me ouves?

— Angel...Tenho de ir!

Só me faltava ficar sozinha, que bom, parece que o mundo está contra mim! Passo a tarde a ver TV e janto o resto de lasanha que há no frigorífico, já espreitei pela janela e há um carro parado na porta, alguém está a tomar conta de mim como se eu fosse fugir. Olho para o telemóvel que está mudo, tenho saudades de Kane, gostaria de saber o que ele está a fazer agora! São nove da noite e eu estou a dar em doida aqui em casa, pego no blusão e nas chaves do carro e fico ainda mais desesperada por ver que o carro que está a vigiar-me tem os vidros escuros e assim sendo não consigo identificar quem é, estaciono na porta do bar do Joe que está tranquilo com apenas meia dúzia de clientes e fico sentada no balcão a falar com o dono e grande amigo do meu avô. Estou na terceira cerveja com vodka e ele já começa a perguntar se estou bem, até parece que eu estou bêbeda e se estiver? Não posso? 

Ele não aceita servir-me mais nada e eu levanto-me tomando consciência que a minha cabeça anda à roda e as minhas pernas estão moles, sinto um braço que me segura e vejo Bernard nada contente...

— Eu disse para ficares quieta.

— E eu estou, vou já para casa dormir.

— Tu não consegues nem chegar à porta do bar!

— Pareces o meu pai sabes?

Ele não responde, apenas coloca-me no meu carro mas no lugar do passageiro e conduz até casa do meu irmão...

— Vou leva-te à porta e vais diretamente para a cama.

— Sim senhor agente!

— Bem que Kane diz que tu dás trabalho. - Parei de andar e olhei para ele.

— Ele falou de mim?

— Uma vez só! - Ele falou de mim?

— E da Vicky ele fala?

— Esquece isso agora!

— Eles estão juntos, neste momento ele está com ela!

— Ela está a fazer a sua parte do plano.

— Isso não diminui a dor mas obrigado, pareces ser uma boa pessoa é lamentável teres escolhido o caminho errado.

— Vou levar isso como um elogio agora entra e descansa.

A tarefa estava difícil, o caminho para a cama foi atribulado e até derrubei um castiçal em vidro que amanhã terei de tratar mas por enquanto nada melhor que uma cama confortável, com roupa e tudo porque não consigo nem tirar os ténis. Acordo com a boca seca e vejo que são nove horas mas como é que... Estou sem roupa e tapada com o lençol mas eu não fiz isso, fiz? Pulo da cama, tomo um banho e despacho-me de forma a não chegar atrasada ao encontro com Bernard, ele estava à minha espera dentro de um carro simples, talvez para não chamar as atenções.

Anjo de dia (Livro2)Onde histórias criam vida. Descubra agora