Em um sagrado lugar em meio ao nada, estava um enorme altar de mármore branco que com seus cinco grandes e brilhantes degraus prateados levava a um majestoso trono de prata. Ao redor desse único objeto não havia nada a não ser um vasto campo verdejante de grama baixa e aveludada que no momento era banhada pela morna luz do amanhecer. O trono recebe as primeiras impressões do sol e parecendo absorver sua energia, muda de cor gradativamente, se tornando dourado e ao mesmo tempo, luminoso.
Naquele momento em cima do altar surgem três estranhas e fortes luzes de cores, formas e intensidades diferentes. A primeira à direita era retangular, branca e lentamente nevoenta. De dentro dela surge um apático estranho ser alto e magro que usava um capuz branco com três linhas douradas para ocultar o rosto. Seu magro corpo era coberto por uma folgada armadura cinza de placas que cobria sem falhas cada possível espaço, não mostrando nenhuma parte de seu corpo a não ser o esguio pescoço. Ao seu lado esquerdo havia luz vermelha, inquieta e de energia revolta que tinha a forma de uma enorme cruz que pulsava em pequenos raios cada vez mais viva e mais forte. Atravessando-a com imponência, outro sujeito aparece sobre o altar usando também um capuz branco com os mesmos detalhes em dourado do primeiro. Porém mesmo usando-o, este não se preocupava tanto em cobrir o rosto, na verdade queria que sua altiva face estivesse à mostra. Sua pele era negra e seu olho esquerdo coberto por um rústico tapa-olho de aço. A fina armadura esbranquiçada e sem vida que vestia não cobria mais do que os antebraços e pernas, sendo o resto de seu forte corpo tomado por uma volumosa veste vermelha escura. A terceira luz era azul, vívida, serena e brilhante como a água, tendo a forma de um losango perfeito. Quem a atravessa em passos firmes é uma delicada moça de estatura média que não usava o capuz em sua cabeça, mas o tinha preso elegantemente a suas costas. Seus cabelos cheios e alaranjados eram cacheados com perfeição, se destacando em sua aveludada pele alva sem nenhuma marca que contrastava perfeitamente com seus luminosos olhos verdes claros. Sua beleza se tornava ainda maior em conjunto com seu delicado e provocante vestido que parecia ser feito de pequenos diamantes azulados que se abria modestamente na perna direita, mostrando a bota branca de veludo que subia discretamente até sua coxa.
De súbito os portais se fecham, deixando os três seres sob a morna claridade do sagrado objeto. Eles se viram e olham fixamente para o trono que irradiava de forma pulsante, singela e calma, como um coração batendo suavemente. O homem negro fecha o único olho e inspira profundamente na esperança de absorver aquela pura energia. Voltando a abri-lo e dando alguns passos à frente coloca de forma hesitante sua mão esquerda no braço do objeto, sendo tocado por sua pura energia. Sentindo algo mudar dentro de si e sabendo que aquele era o momento certo, quebra o silêncio daquele divino local com sua grossa e rouca voz quase em êxtase:
____ Meus amados irmãos, eu posso sentir! O jogo deve começar o mais rápido possível e não há maneira alguma de prolongarmos isso. Os três mundos clamam por nossa decisão e têm sede de evolução e equilíbrio, e nós, como responsáveis por isso, devemos corresponder ao pedido do mundo. É nosso dever como honrados servos da lei!
Se virando de uma vez, encara os outros dois seres com uma doentia determinação que gerava desconforto:
____Este será o nono torneio em mais de mil e duzentos anos de criação deste mundo e por isso vocês estão aqui. Juntos comigo irão escolher quais serão os candidatos a InMaster desta nova era. É uma tarefa que exige extremo cuidado, pois uma falha poderá colocar o destino dos mundos no caminho da destruição absoluta. Então o que me dizem meus irmãos de leis? Estão preparados para essa nova fase? Possuem a coragem necessária para dar este importante passo?
Com um cansado passo à frente, o sujeito alto retira seu capuz lentamente, revelando ser um homem de rosto magro e seco, de pele alva e sem vida. Seus olhos eram totalmente brancos e fundos, seus cabelos castanhos eram poucos, cobrindo somente a parte de trás de sua cabeça. Ele se aproxima do trono em passos arrastados, mas não ousa tocá-lo. Na verdade não se alegrava em ver que alguém tocava algo tão sagrado naquele momento e até repreenderia quem o fizesse se isso não fosse tão exaustivo. Com uma expressão mórbida e a voz leve e carregada, responde dando ênfase sempre na última palavra da frase:
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InMaster
FantasyCinco humanos serão transportados para Altarnia, um mundo entre o real e o imaginário, para enfrentar seus piores inimigos, as personalidades que eles mesmos criaram. O vencedor do torneio InMaster poderá se sentar no trono dourado e ter um desejo r...