Capítulo 25-*O Terror de Altarnia*

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Mesmo depois de dezesseis dias, a relação entre Rilarc e Matt não havia mudado; não brigavam, mas sequer olhavam um para o outro. O cavaleiro se mantinha resoluto de que perseguir o outro grupo daquela maneira era tolice e o cowboy acreditava que Rilarc era ingênuo demais para estar naquela competição. Vanessa e Diogo tentavam de toda forma fazer com que voltassem a se falar, mas as tentativas eram frustradas. O único alívio que tinham era o fato de que o Fantasma de Altarnia não os perseguira durante aquele período e isso com certeza os deixava mais tranquilos. Ainda estavam no mesmo hotel e sabiam que naquela tarde teriam que se retirar para poderem participar da segunda competição; o que poderia ser um desastre com a atual relação do grupo.

Pela manhã, Rilarc comia alguns pães e bebia uma mistura de fruta com algo que eles chamavam de gás, o que era um pouco ácido, mas de acordo com Vanessa, se o gosto é bom e o mal é mínimo, logo a bebida não podia ser tão ruim assim. Dando mais um gole, se lembra dos últimos momentos com a mulher e de como se olhavam mais agora; ele entendia a lacuna que ela possuía em sua existência. Porém aquela situação o deixava desconfortável, pois a cada momento que se aproximava dela e sentia querer preencher aquele vazio, via sua família se distanciar de sua mente. De repente a porta do quarto de abre e Diogo entra, colocando duas sacolas enormes em cima da mesa com um inocente sorriso:

____Tá aqui as compras! Podem relaxar que tem comida pra uns três meses aí!

Sisudo, Matt entra em seguida com mais uma sacola:

____De que adianta tanta comida se você ia comprar produto perecível? Se eu não tivesse lá com você a gente ia passar fome em uma semana.

O cavaleiro já tinha notado que ele não usava seu sotaque desde o dia da briga; o que significava que estava de fato sério. Porém, pela primeira vez em todo aquele tempo, o cowboy dirige a palavra a ele, ficando a sua frente com as mãos nos bolsos do surrado sobretudo:

____Se for te deixar um pouco mais alegre, nos últimos dias não fomos atrás deles. Acho que o velho Dave me notou e por isso se escondeu de um jeito que nem eu consigo achar. Mas também tenho que dizer que eles estão sendo caçados pelos soldados de Íqstad, na verdade são a prioridade máxima da cidade.

Sem entender o porquê daquela conversa, Rilarc pergunta desconfiado:

____E por que você está me dizendo tudo isso?

Matt sorri levantando as mãos como se estivesse se entregando:

____Calma, cavaleiro, eu só acho que você leva mais jeito pra liderar que qualquer um aqui. Com a competição chegando a gente tem que dividir as informações e ficar bem se quisermos vencer. Boa convivência é uma premissa para a vitória de um grupo, já dizia eu.

Pensando seriamente nas palavras do companheiro, o cavaleiro suspira com o semblante mais leve:

____Eu não acho seus conceitos de estratégia corretos, mas são eficientes e isso eu tenho que admitir. Por isso vamos dar uma trégua e seguir em frente. Tudo bem?

Ele estende a mão para Matt que a segura de imediato, formalizando o cumprimento:

____Mais é claro que a gente pode dar uma trégua, cavaleiro!

O sotaque daquela frase faz com que todos fiquem mais aliviados e logo uma conhecida voz diz ao lado:

____Finalmente vocês dois fizeram as pazes, amigos imaginados?

O grupo se vira e vê Ralz deitada na cama ao lado, totalmente relaxada. A roupa que usava era a mesma e continuava com a enorme venda em seu delicado rosto. Desconfiado, Matt pergunta:

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