Capítulo 18-*Procurados*

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Sergian pensava ter visto ou imaginado tudo que a tecnologia poderia mostrar, mas nada em nenhum mundo poderia se comparar a Íqstad. Seus impressionados olhos não conseguiam parar de se mover ao redor de toda a cidade, pois era muito para ver e pouca visão para a imensidade daquele lugar. Todo o local era tomado por veículos voadores e grandes arranha céus de um estranho metal espelhado que mudava de cor sutilmente a cada momento, sendo todas de tons metálicos. O piso que revestia a cidade se parecia com um enorme espelho que em um breve momento se transformou em um grande campo verdejante produzindo até mesmo árvores e flores, como se fosse uma tela que não só mostrasse a imagem, mas que também criasse os modelos da natureza. Mais a frente havia um único caminho que levava a um grande chafariz cor de bronze que de alguma forma fazia a água flutuar sinuosamente, a cada momento criando alguma forma artística pelos céus. Além, havia três enormes prédios, um no canto esquerdo da cidade, um no meio e o último no extremo direito, sendo todos eles conectados por um enorme tubo transparente, que para Sergian devia ser uma ponte para a locomoção entre eles.

Íqstad também era cheia de seres dos mais variados tipos, havendo anões que andavam de um lado para o outro em grupos ameaçadores, humanos que ficavam pelos cantos, negociando e até mesmo alguns pequenos kobolds tocando estranhas flautas por ouro. Porém o que o mais impressionou foram as outras duas raças que via ali, pois uma era de homens pequenos, com menos de um metro e dez que possuíam orelhas pontudas e mais finas que as dos elfos. Sergian conhecia bem quem eram, pois em suas jogatinas de RPG com Diego tinha uma preferência exagerada por essa raça, que eram os halflings. Eles sorriam espertamente e mesmo os mais velhos tinham no rosto o modo juvenil de viver, o que passava a estranha sensação de paz e ao mesmo tempo, jovialidade. Já os outros seres eram tão ou mais incríveis ainda, pois eram robôs vivos. Eles andavam livremente pelas vias de Íqstad e, diferente das outras raças, tinham os corpos de formas e cores diversas, a ponto de não parecerem parte de uma mesma raça. Uns eram grandes e robustos, outros pequenos e frágeis tendo alguns o corpo coberto por peças de metal velho enquanto muitos outros usavam placas lustradas que tinham saliências para se assemelhar ao corpo humano, havendo até aqueles que conseguiam disfarçar quase perfeitamente o fato de serem robôs por baixo de suas vestimentas. Impressionado com tudo aquilo, Sergian diz quase em um sussurro:

____Inacreditável...

Diego passa o braço por seu ombro e mostra um alegre sorriso:

____Tô de cara, essa Íqstad é no mínimo muito incrível! Olha tudo isso, velho! Nunca vi coisas assim nem mesmo nos filmes mais futurísticos.

Ângela dava pequenos pulos de felicidade enquanto apontava para os cidadãos:

____Olha, velho! Saca as roupas deles! Quero comprar roupas tipo, agora!

Impressionado por ver pela primeira vez alguma feminilidade na garota, Sergian nota que de fato estilo dos íqstadianos era diferente e ao mesmo tempo belo. Havia a mistura de uma cultura mais pop com o futurístico, por isso viam muito cor metálica em contraste com cores vivas como o amarelo e o vermelho claro. Ela olha insistente para Dave que se mostrava indiferente a tudo aquilo:

____Senhoria Ângela, temos roupas para usar e outros objetivos para nos concentrar. Precisamos de mantimentos e ouvi falar que aqui em Íqstad existem comidas que não estragam e nem mesmo perdem o sabor por um preço muito acessível. Depois disso vamos à área de comércio e compramos algumas vestimentas.

Ângela se emburra, perguntando:

____Qual é, Dave? Pensei que tu ia ficar feliz quando viesse pra cá.

Ele suspira cansado e Sergian logo pôde sentir que ainda estava mexido com o ocorrido na competição; ter perdido o fez ficar daquele modo. Talvez não fosse só a derrota, mas ter fracassado por sua causa, que tinha sido um peso para seu grupo quando mais precisaram. O velho coça o queixo desinteressadamente e responde:

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