Capítulo 9-*Os Guardiões de Altarnia*

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O povo ainda mantinha as acaloradas honrarias na entrada de Íkios enquanto Sergian, Dave, Diego e Ângela estavam paralisados com o choque de ver o tão citado sir Clóvis subir a escadaria e se aproximar a cada segundo. Dave mostrava um olhar preocupado, sua mente trabalhava rápida e forçosamente em uma maneira de saírem daquele lugar e com a solução em mente, diz puxando Sergian e Diego:

____Já sei onde podemos nos esconder e temos que agir antes de sermos notados.

Em um movimento o velho se vira e logo corre entre a multidão com enorme agilidade. Os três garotos logo se colocam a persegui-lo, mas logo escutam a voz de Aiára soar confusa logo mais atrás:

____Meninos? Onde vão? O tio de vocês está aqui, devem ir recebê-lo, é o mínimo...

Diego se vira enquanto corre e corta a garota:

____Desculpa, Aiára, temos que ver algumas coisas urgentes. Depois a gente se vê, eu prometo!

Antes de se virar novamente para seguir Dave, o garoto pôde notar o triste olhar da garota, como se ela sentisse que aquela seria a última vez que se veriam. Sergian sente um pouco de tristeza em Diego, algo similar à dor de anos atrás, mas não tinha tempo de consolá-lo, a prioridade era fugir o mais rápido possível. Porém, para o azar do grupo, a voz de Guts se faz audível ao falar com o cavaleiro que já estava no segundo pavimento:

____Grandioso Clóvis! Aqui estão seus sobrinhos e devo dizer que eles me deram trabalho, muito trabalho! Mas o que fazer se são ótimos lutadores e bravos guerreiros? Pode ficar tranquilo que com certeza serão cavaleiros, eu garanto isso! Mas, onde estão eles?

Ao ouvir isso Dave se põe a correr mais rápido e vira uma rua para sair do alcance de olhos curiosos. Porém, antes que todos conseguissem entrar no mesmo local, Guts consegue identificar Sergian e seu escudo à distância e logo aponta para o garoto, gritando:

____Sergian! Onde está indo, moleque?

Se amaldiçoando por ser lento e chamar muita atenção, o garoto se esforça mais e consegue entrar na rua. Logo mais à frente vê que Diego entrava em um tipo de mercearia simples feita de uma madeira quase negra e teto de palha. Ao segui-lo e entrando no local, nota que Dave fecha a grossa porta de madeira e passa a chave duas vezes. Isso o faz se perguntar em como o velho tinha conseguido a chave daquele local, mas de alguma forma sabia que isso seria explicado em breve. Olhando ao redor nota que estava cercado de pequenas mesinhas, cestos, barris, caixotes e outros produtos artesanais, todos feitos de madeira. Lá também tinham frutas, algumas conhecidas como maçã, uva, banana, e outras exóticas que nunca tinha visto na vida e, como o local estava bem escuro, não podia defini-las muito bem.

Tenso, Dave se ajoelha e olha pela fechadura por um breve momento. Ninguém falava, apenas esperavam para ver se o perigo já tinha pelo menos se afastado um pouco. Logo ele respira um pouco mais fundo e se vira para o grupo com uma expressão muito séria, quase irreconhecível:

____Senhores, não irei mentir e sei que já perceberam, estamos em enormes apuros! Não podemos tentar nada contra um grupo de soldados tão grande e nem podemos contar com ninguém para nos ajudar.

Ângela estava nervosa e pela primeira vez Sergian a vê trêmula e hesitante:

____Mano, mais que merda é essa? Como, velho...? Eu pensei que era impossível esse tosco vir pra cá!

Mesmo inquieto, Diego senta em um banquinho perto de uma bancada cheia de algo que parecia morango, só que preto, e come um para disfarçar seu estado:

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