Capítulo 4-*O mundo entre os mundos*

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Sergian não sabia onde estava, ou pelo menos se estava de fato em algum lugar. Tudo ao redor era branco, nada, vazio, mas de alguma forma, sublime e puro. Se tivesse morrido ao entrar naquele estranho portal, estava no céu, ou em uma colônia muito evoluída ou algo similar a isso, nunca se importou tanto com religião para se ater a tais detalhes. Olhando ao redor naquela imensidão vazia, percebe que do nada algo estava atrás de si. Podia ver o brilho de uma dourada e irradiante luz perto, pouco menos de meio metro, mas não podia se virar para ver. Não que seu corpo estivesse preso, era mais como se ele não quisesse obedecê-lo. A luz se aproximava suavemente, mas não sentia medo, apenas a esperava calmamente. Logo uma voz sussurrante em seu ouvido composta por vários tons dóceis femininos e masculinos diz de forma calma e paciente:

____Sergian, não sabe o quanto esperei para poder ter a oportunidade de falar com você. Na verdade eu não queria te ver, pois isso seria o mau presságio que indicaria todas as adversidades que estariam por vir, mas se você está aqui não tenho solução a não ser de fato lhe dizer tudo que precisa ouvir nesse momento, é importante que escute muito bem e me obedeça sem questionar. Não se vire para mim, pois minha luz pode te cegar, se tentar me tocar morrerá com o calor de meu corpo. Apenas escute, pois o momento de acordar em Altarnia se aproxima com enorme velocidade.

Aquela voz entra em seus ouvidos e percorre todo seu corpo como um confortável bálsamo que mergulha toda sua alma em um estado de alegria e paz profunda. Queria ver o dono da voz, mesmo que isso o cegasse, queria tocá-lo sem se importar com o fogo que sempre temeu, mas não poderia desapontar aquela triste e divina voz, por isso apenas fechou os olhos e tornou a ouvi-la:

____Neste torneio algo de muito ruim vai acontecer. O ser que pode acabar com todos os mundos irá finalmente agir. Nos acalmava saber que ele estava apenas esperando em seu disfarce, mas agora temos medo ao ter a certeza de que ele não vai mais ficar inativo. Não posso te dar mais detalhes nem informações. Só quero que saiba que estou com você e hoje mesmo me sacrificarei para te acompanhar onde for. Não quero que faça nada além de confiar no que sente e seguir seus princípios. Não pense também que é algum tipo de escolhido, pois mais dois de nós vão acompanhar outros dois competidores, tal é nosso medo de que o plano dê errado. Por isso não falhe, por favor, sequer pense em desistir. Isso é por algo maior que nós e definitivamente, maior que você. Boa sorte em sua jornada, nos veremos em breve.

Sergian sente a luz se esvair aos poucos e logo a sensação de calma e tranquilidade o abandona, lhe causando imensa tristeza. Ao se virar não vê nada além do enorme branco. Seja quem fosse o autor daquela voz, estava triste, desesperado e dependia dele para fazer alguma coisa. Mas por que ele? Existiam pessoas muito melhores para se escolher. Olhando para as próprias mãos, se lembra do último recado da voz: "Isso é por algo maior que nós e definitivamente, maior que você". Não importa quem ele fosse, não deveria deixar aquele pedido em vão. Não iria permitir que o autor daquela triste voz ficasse ainda mais decepcionado.

**********

Uma forte pontada na cabeça, era isso o que fazia Sergian acordar naquela manhã. Odiava ter que acordar cedo, mas aquele estranho sonho o deixava inquieto, por isso seria melhor levantar logo e ir para a escola, mesmo que não quisesse nenhum um pouco fazer isso. Abrindo os olhos lentamente, recebe impressão de um forte sol, o que o faz não conseguir enxergar por um momento. Assim que se acostuma com a claridade vê algo tão belo que definitivamente nunca tinha visto igual nem mesmo na sua amada internet. À sua frente estava um vasto céu alaranjado cheio de finas nuvens recém-formadas que se refletiam no imenso e infindo mar. Fascinado e sem entender o que estava acontecendo, olha ao redor assustado e nota que estava em um lindo campo de grama baixa e muito verde. Confuso e sem saber onde estava, se levanta de uma vez e só consegue pensar em uma coisa:

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