Capítulo 12-*O que o faz ir em frente*

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Rilarc já sabia como deveria ser uma cidade que tinha como padrão a simplicidade. Mesmo que sua vida não tivesse sido real, tinha vivido em um lugar onde a pobreza não era recebida como desgraça e a riqueza era governada por aqueles que amavam seu povo. Mas mesmo assim não conseguiu deixar de se impressionar com a humildade de Dánctos. Era uma cidade pobre e pequena, podendo até ser questionável se deveria mesmo ser chamada de cidade. As casas eram poucas, separadas e de madeira frágil. O muro que cercava a cidade estava incompleto e cheio de falhas. Somente dois estabelecimentos tinham mais de um andar, que eram a pousada com a placa de dois duendes bebendo em seus grandes copos de cerveja e a casa que se podia ler "administração de Dánctos" gravado em sua porta. As pessoas eram simples e se vestiam de forma a não expor nada ostensivo. Todos trabalhavam felizes em suas escassas colheitas e nas poucas barracas de vendas que tinham por ali.

Porém quando o grupo adentra o local, que nem mesmo tinha guardas para proteger, percebem que eram recebidos com duros olhares de repugnância. Matt ainda ia à frente em seu cavalo que tinha apelidado de "Alouro", pois era um alazão com cascos e crina de ouro. Ele para de prosseguir e estudando o local, diz sem se virar:

____Olhem, amigos, eu acho que a gente não é muito bem vindo aqui, não.

O comentário era desnecessário, pois a hostilidade daquele povo era óbvia. Diogo coça a cabeça e olha para o chão da cidade, que era todo em terra poeirenta:

____Dá pra ir em outra cidade? Esse aqui é...sei lá... suja demais até mesmo pros cascos dos nossos cavalos.

Vanessa dá um tapa ardido no ombro do rapaz e cavalga à frente:

____Deixa de ser metido, animal! Só precisamos saber qual é a neura do povo daqui e pronto, resolvemos fácil, fácil.

Rilarc trota e passa a frente de todos, adentrando Dánctos:

____Esse é um povo simples que provavelmente não deve gostar de nenhum tipo de ostentação à riqueza, o que a gente não está disfarçando muito bem aqui. Vou falar com o administrador e ver se podemos ficar um dia para reabastecer e dormir em uma cama. Caso a resposta seja não, iremos para a próxima cidade.

Diogo analisa tudo que carregava e reclama:

____Mais que riqueza a gente tá levando? Isso aqui nem pode ser considerado luxo.

Matt ri e responde de imediato:

____Seus dois espetos de ouro e o diamante do cavaleiro, os cavalos com crinas e cascos dourados. Nós estamos esbanjando riqueza sem nem mesmo perceber. Agora vamos entrar e ver o que o cavaleiro consegue pra gente.

O grupo acompanha Rilarc sob os críticos olhares do povo. Ele desce de seu cavalo e bate à porta da administração com cuidado para não quebrar sua fraca madeira. No mesmo momento um senhor a abre, mas ainda permanece do lado de dentro:

____Em que posso ser útil?

Ele já deveria ter bastante idade e usava uma roupa simples e cheia de remendos, que somados a sua calvície gerava pena e até um pouco graça em todo grupo, porém sua expressão simples de homem trabalhador impedia qualquer um ali de fazer isso. O cavaleiro faz uma breve mesura e responde formalmente:

____Me chamo Rilarc Dillastar e esse é meu grupo. Somos aventureiros e queríamos poder passar um dia em sua cidade para comprar algumas roupas, comida e ter uma calma noite de sono, coisa que há dias não temos. O senhor nos daria a permissão e a honra de ter esses pequenos privilégios?

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