Capítulo 10-*Traição*

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Cansado da tarde muito agitada, Rilarc se reencostava na rústica parede da torre que por sorte tinham encontrado naquela tarde. Olhando ao redor, via algo que já estava acostumado em locais de vigia como aquele, como uma pequena mesa de madeira seguida de uma cadeira e várias tochas nas paredes que iluminavam bem o estreito local. Por algum motivo a torre tinha enormes buracos na parede, tendo intacta somente seu segundo e terceiro andar, mas não era algo que deveria se preocupar. O cavaleiro relaxa os ombros e suspira cansado. Sua armadura pesava e a enorme, quase descomunal, espada feita totalmente de uma estranha pedra cor de safira ao seu lado não o tinha ajudado muito nesta questão. Voltando a fitar a vacilante chama da tocha um pouco mais acima de sua cabeça, escuta Matt dizer com seu carregado sotaque enquanto continuava a mexer viciosamente em seus dois revólveres vermelhos:

____Ora, mas se é não que nosso amigo Rilarc tá concentrado por demais? Pode ser sincero com seu amigo aqui, tá pensando na morenona que tá com a gente, não é? Essa mulher é um estouro, um tiro de rifle no coração de qualquer homem!

Se conseguir deixar de rir, concorda que a Vanessa era de fato alguém que se deveria falar no aumentativo, porém nega e responde enquanto pega sua espada ao lado e dá breves petelecos na lateral de sua "lâmina":

____Não é isso que me atormenta, Matt, só estou pensando em tudo que passamos desde que chegamos nesse mundo. Para falar a verdade, no momento penso mais em como essa arma tem sido um problema, mesmo ela sendo tão boa.

O cowboy fecha um olho e aponta a arma para Rilarc, mirando em sua cabeça:

____Ora, cavaleiro, não deve achar nada de mal dessas belezuras. Elas são boas por demais e têm ajudado em tudo. Ainda bem que o careca caolho fez o favor de dar elas pra gente.

De repente uma outra voz surge na entrada:

____Reclamando da vida de novo, cavaleiro? Leva na boa, sem stress e relaxa um pouco. Se você continuar assim, vai ter um aneurisma.

Os dois se viram e veem Diogo entrar carregando duas longas espadas de cabo negro com lâminas douradas apoiada seus fortes e despidos ombros. Matt fita o rapaz sem camisa a sua frente e não consegue deixar de esbravejar:

____Ô garoto, já não te dei o aviso pra usar camisa quando tiver com a gente? Que mania miserável de ficar mostrando essas "pedras" que chama de músculo por aí.

Ignorando, o rapaz coloca as espadas em cima da pequena e velha mesa, se sentando pesadamente na cadeira de madeira que range sob seu peso:

____Escuta, cara, camisa esquenta! E porque eu vou esconder um corpo escultural desses? Tenho mais é que mostrar do que eu sou feito mesmo. Fiquem os dois sabendo que mulher gosta é de ver homem sarado.

Uma suave voz feminina surge de cima das escadas em resposta:

____Não mesmo, meu bem, mulher gosta é de homem de verdade! Sabe aqueles homens machos? Aqueles que peitam tudo? Então, é esse tipo de homem que ganha uma mulher.

Vanessa desce as escadas elegantemente e a cada passo sua cintura se move de um lado a outro sinuosamente, o que prendia a atenção de Matt e Diogo sempre que acontecia. Um pouco abobalhado com a cena, o rapaz retruca:

____Mas quem disse que eu não sou macho? Quando aqueles mercenários esquisitos apareceram eu peitei eles direitinho. Se isso não é ser macho, foi mal aí, mas eu não sei o que é ser.

Matt solta uma alta gargalhada, que assustaria o grupo se não já estivessem acostumados, respondendo:

____Garoto, você quase morreu no mesmo instante. Foi de dobrar a barriga ver você, esse homão todo, apanhando de uns capangas bem menores. Se não fosse o cavaleiro aqui, você tinha virado peneira.

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