"Como algo assim pode existir?", era o que Rilarc pensava enquanto andava pelas incríveis ruas de Íqstad. De onde vinha o que era mais avançado em termos de tecnologia era um novo modelo de carruagem que poderia ser levada por mais de um cavalo. Olhando para o céu via estranhos veículos voarem de um lado a outro sem ao menos usarem asas. Ao seu redor o solo era tomado por uma fina camada de grama verdejante, onde de súbito surgiam frondosas árvores que formavam um elegante corredor para quem ali transitava. Duvidosas criaturas chamadas mecanos passavam por ele o deixando inseguro sobre suas inclinações; como confiar em algo que não possui humanidade? Observando tudo ao redor com velocidade e até mesmo um pouco de medo, sente a mão de Matt em seu ombro:
____Calma, cavaleiro, nada aqui vai te atacar a não ser que ataque antes.
Ainda com os óculos no rosto, Diogo diz enquanto arrastava o pé na grama recém-criada:
____Olha, vocês podem até não acreditar, mas essa belezinha me faz ver tudo em trezentos e sessenta graus! Me sinto a garota do exorcista, mas sem a parte de rodar a cabeça.
O cowboy passa o braço por suas costas com um alegre sorriso:
____Nem esquente a cabeça, galego, porque a gente vai usar isso aí com toda certeza. Agora nós temos é que comemorar em um bom bar, até porque vencemos uma batalha difícil hoje!
Ao contrário do restante do grupo, Vanessa olhava tudo ao redor com muita atenção, se mantendo calada e séria. Sem entender o que estava acontecendo e preocupado o cavaleiro logo pergunta:
____Vanessa, tem algo te incomodando?
Ela morde o lábio inferior com certa chateação e logo o encara com seus vivos olhos:
____Eu quero roupas novas! Faz tempo que não tenho nenhunzinho agrado de vocês. Parece até que não sabem cortejar uma mulher.
Desolado, Matt abaixa a cabeça tirando algumas poucas moedas do bolso:
____Morenona, me perdoa! Como eu, o grande garanhão, posso esquecer de dar presentes pra uma mulher que nem você? Toma essas moedas, é tudo que eu tenho!
Diogo ri e apenas responde:
____Essas moedas não dão pra comprar nem um sutiã, cowboy.
Rilarc a encara duramente e faz um gesto para o companheiro guardar o dinheiro novamente:
____Vanessa, ultimamente nosso dinheiro tem sido para você comprar roupas e outras coisas. Tenha um pouco mais de senso, afinal se você quiser mesmo alguma coisa, trabalhe ou mereça tê-la.
Ela faz um charmoso bico e diz com os olhos marejados:
____Mas Larczinho, eu levei a bandeira, meu bem. Por favor, seja bom para sua futura esposa e deixa ela fazer umas comprinhas.
Os outros dois ficam atordoados com aquela expressão, mas o cavaleiro se mantém firme:
____Aquele foi um trabalho em equipe e todos nós merecemos um prêmio por isso. Por isso vamos comemorar nesse tal de "bar" e depois pensamos em comprar roupas para todo o grupo!
O cowboy bate palmas e sorri maliciosamente:
____Essa é a justiça do cavaleiro e por isso ele tem razão, morenona. Vamos encher a cara, até porque daqui mesmo eu já vejo um bar!
Todos se viram para onde ele olhava e veem um pequeno estabelecimento que se assemelhava a um "saloon" de filmes de faroeste, tendo um letreiro em neon vermelho escrito "Porres Inesquecíveis", com a imagem de dois halflings dançando em cima de um enorme touro. Atravessando as pequenas portinholas, viam várias mesas tomadas por seres de diferentes raças ao redor, tendo ao fundo uma animada melodia de violino eletrônico. Rilarc não pôde deixar de notar que em todos os lugares havia pelo menos um halfling conversando animadamente com os clientes e que a bebida que os mecanos tomavam era um estranho e grosso líquido preto. Ao se sentarem, Vanessa bufa entediada:
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InMaster
FantasiaCinco humanos serão transportados para Altarnia, um mundo entre o real e o imaginário, para enfrentar seus piores inimigos, as personalidades que eles mesmos criaram. O vencedor do torneio InMaster poderá se sentar no trono dourado e ter um desejo r...