Capítulo 15-*A bela e o Feio*

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Após uma longa e confortável viagem, Sergian finalmente se sentia feliz e satisfeito. Teve sucesso em trazer de volta um amigo que há muito tinha desistido de recuperar a ponto de conversarem normalmente e até relembrarem as partes boas do passado. Vendo que o trem parava aos poucos, se apronta para descer e acaba olhando para o banco onde Ângela acabava de acordar de um sono profundo. Ela o encara sonolenta e logo se emburra limpando a baba no canto da boca:

____Tá olhando o quê? Nunca viu alguém dormir, não?

Se virando para não ser contagiado pelo mau humor dela, vê que Dave ainda enchia o bilheteiro de perguntas sobre tudo que via. O elfo visivelmente não aguentava mais conversar, estava obviamente cansado e tinha se arrependido amargamente de ter se oferecido como guia. Quando o trem para ele mostra uma nítida expressão de alívio e se apressa em dizer em voz alta:

____Sejam muito bem vindos à ponte de Íqstad! Para chegarem a essa maravilhosa cidade é necessário atravessar a ponte de madeira e ferro. Espero que tenham gostado da viagem e desejo...

Ele olha para o velho que arrumava a bagagem e o fitava com uma expressão curiosa e cheia de perguntas:

____... Vê-los em breve?

Dave sorri animado e responde o cumprimentando:

____Eu também anseio por isso, senhor Ikilkarths. Ainda há vários assuntos que preciso perguntar sobre Íqstad e Velúnia e eu sei que tenho um grande amigo disposto a responder!

Cansado e triste o elfo se retira, resmungando alguma coisa sobre mudar urgente de linha. Todos se arrumam e saem do trem, parando em uma parada idêntica à que tinham embarcado em Ríykas, sendo a única diferença a vistosa floresta ao seu redor com apena uma larga estrada de terra. Olhando o local e a própria parada, Diego comenta:

____Olha, esse povo pode ser muito evoluído, mas não são muito criativos, né? Essa parada é igualzinha à outra.

Sergian ri, mas logo o velho protesta:

____O senhor está totalmente enganado, senhor Diego! Por fazer uma conexão com Velúnia há muito anos atrás, os mecanos aprenderam a importância da cultura e da arte para o desenvolvimento do lazer para os cidadãos. Pode-se até dizer que depois da terra dos elfos, Íqstad possui o maior patrimônio cultural de toda Altarnia.

Ângela o fita com deboche:

____Velho, nem fico mais assustada com seu conhecimento. Do jeito que assombrou o pobre elfo eu duvido que a gente pega um trem enquanto tiver nesse mundo.

Ofendido, ele responde:

____A senhorita Ângela está muito equivocada, pois ele se prontificou a responder minhas perguntas e eu as fiz como ele mesmo sugeriu. Então posso concluir que não houve nada de errado em nosso proveitoso diálogo.

Todos riem e o velho se aborrece por um momento, mas logo mostra um sorriso também, era um clima confortável. Sergian olha ao redor e nota que o local em que estavam era um pouco estranho, pois não havia mais ninguém ali, nem mesmo outros passageiros. Mais adiante avista uma rústica placa de madeira com duas setas apontando para os dois únicos caminhos possíveis naquele local. Em uma delas estava escrito "Íqstad" e noutra "Afstad":

____Pessoal, a placa diz que o caminho para Íqstad é pra lá. Não sei se estamos longe, mas eu sinto que é melhor a seguirmos.

De súbito Dave se mostra um pouco desconfiado e, se abaixando para examinar a estrada, diz compenetrado:

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