Decisões Erradas

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Conforme os campos floridos se aproximavam, o coração do príncipe começou a bater mais rápido como resposta a sua crescente ansiedade. Ele ordenou que o condutor parasse a carruagem no canto da estrada e percorreu a pé pelos campos floridos. Emerson caminha a seu lado, mantendo total discrição e sem questionar as ações de Metias.

Os longos e contínuos elevamentos de terra, resultantes do terreno irregular de Arandunas, permitiram a formação de alguns vales nas partes mais rebaixadas do terreno, são nesses vales que uma bela variedade de flores colore o solo. 

Não muito distante da estrada e mais ou menos perto do lugar em que anteriormente se encontraram, Metias avistou Helena. Ela estava vários metros a frente do príncipe, virada de costas e novamente acompanhada da velha ama.

Metias foi a seu encontro e Emerson suspirou ao seu lado. Mary foi a primeira notar a presença dos forasteiros. Discretamente, ela chamou a atenção de Helena para os homens que se aproximavam. 

A princesa virou, já tendo certeza de quem se aproximava. Abriu um leve sorriso e agarrou um punhado de flores da terra e as ofereceu a Mary, tentando acalmá-la. Emerson não avançara junto com o príncipe e manteve-se a uma distância respeitável do amigo.

Mary, insegura e desconfiada, dirigiu sua atenção ao punhado de flores em suas mãos e começou a tecer uma pequena tiara de flores. Sem dizer uma palavra um ao outro, Helena e Metias foram caminhar pelo vale.

-Por que você veio?- ela perguntou, enquanto observava o sol se pôr no horizonte alaranjado.

-Quanto a isso...

-Acho que ambos sabemos por quê- ela concluiu por ele.

-Certo...

-Você não tem mais nada a dizer?

-Certo... É... Desculpa, não sei- disse Metias.

-Eu te deixo nervoso?- ela parecia em conflito.

-Mais do que eu gostaria de admitir.

Enquanto Helena desviava os olhos para o horizonte, Metias a observava com uma espécie de admiração.

-Você acha que isso é uma coisa boa?- ela perguntou.

-Em outras circunstâncias, deveria ser. Mas no nosso caso...

-É...

Metias agora observava as flores lilás e amarelas que se espalhavam pela grama fofa.

-Isso tudo é muito bonito. Acho que agora sei porque você gosta de vir aqui.

Helena não pareceu gostar do comentário do príncipe.

-Acho que você não sabe. Não tem como saber.

-Conte-me- ele pediu.

-Você não entenderia. 

-Você está brava?

-Não. Mas é que você presumiu que eu gostasse de andar por aqui apenas pela beleza do lugar. Sua visão é bastante superficial quanto minhas motivações- ela parecia incomodada.

Assustado e confuso, Metias não compreendeu o que Helena queria dizer.

-Desculpe?

-Não precisa se desculpar, já disse que não estou brava. Eu apenas não quero que você pense em mim como alguém tão superficial. Eu tenho outros motivos pelos quais gosto de vir aqui. Motivos que você não entenderia- ela estava tentando fazer Metias entender seu ponto.

-Tente.

-Talvez em uma outra hora.

Perdendo completamente o que ela quis dizer e focando apenas nessa parte da conversa, Metias perguntou com esperança:

A História Não Contada do Príncipe MetiasOnde histórias criam vida. Descubra agora