A História Não Contada do Príncipe Metias

O Que Pensa Saber Mas Não Sabe

-Ande, Daniel, apresse-se, estamos saindo daqui imediatamente!- a rainha anunciou após ouvir a revelação do cunhado.

-Para onde, Bella? Do que você está falando?- o confuso rei perguntou.

-Para Arandunas, obviamente, querido- respondeu a comandantes que logo depois chamou um criado e disse:- Chame o soldado Emerson, a princesa Lily e uma escolta real. Partiremos em viagem ainda hoje.

-E quanto a mim?- perguntou Metias.

-Você mal voltou de lá. Talvez seja bom ficar por aqui...- Bella respondeu.

-Eu irei com vocês. Melinda confiou a verdade a mim. Tenho a obrigação de finalizar esse assunto de uma vez por todas junto com todos vocês. E também, sinto que devo estar lá para remediar quaisquer possíveis conflitos que possam surgir com essa reunião...

-Certo. Sem mais perdas de tempo. Partiremos agora mesmo- Anunciou a rainha e logo após saiu da sala onde faziam as refeições, segurando as saias volumosas do elegante vestido vinho de veludo com confiança e determinação, e se dirigiu a seus aposentos para colocar uma roupa mais prática. Daniel, um tanto quanto perdido diante da situação, demorou um pouco mais para sair dali e ir ao arsenal pegar sua espada.

Vinte minutos depois, todos estavam devidamente arrumados para a viagem ao reino inimigo e ansiosos pelo que viria a acontecer enquanto partiam pelos altos portões de madeira do castelo em um grupo de três carruagens, uma carregando a família real e Emerson e as outras, guardas.

-Mãe, onde estamos indo e por que minha presença é requisitada?- a princesa regente Lily quis saber, já dentro da carruagem em movimento.

-Estamos indo resolver uma importante questão de Estado em Arandunas. Você, como futura rainha, deve nos acompanhar para observar o desenrolar dessa inusitada situação com fins diplomáticos.

-Certo... Mas o que aconteceu que precisamos resolver com tamanha urgência?- a jovem perguntou.

-Um importante fato sobre um evento do passado, mais especificamente sobre a Noite Púrpura, surgiu e temos de averiguar sua veracidade- a mãe respondeu.

A princesa parecia ansiosa mas manteve sua compostura, sem fazer mais perguntas, pois sabia que era esperado de sua parte que apenas observasse o desenrolar da situação, juntando as peças desse quebra-cabeça em sua cabeça e, mais tarde, sozinha com seus pais, discutiria possíveis soluções ao problema, do mesmo modo como vinha fazendo, desde que atingira idade suficiente, quando surgiam questões importantes de Estado para, assim, se preparar para assumir o trono de Cabo Delle como a primeira rainha do sexo feminino a se tornar monarca por direito de nascença, e não por casamento.

O caminho para o reino vermelho demorou algumas horas. Horas as quais todos os cinco viajantes da carruagem real passaram imersos em seus próprios pensamentos, observando desde a paisagem de colinas que passava pelas janelas, até as próprias vestimentas e calçados.

Quando enfim chegaram aos portões do palácio inimigo, uma comoção teve início entre os guardas de Arandunas devido aos inusitados visitantes. Provavelmente um mensageiro fora enviado aos aposentos do rei Nicholai avisando sobre a chegada dos monarcas forasteiros. Todo o procedimento até a final abertura dos portões rendeu alguns vários minutos de espera por parte da comitiva real.

Quando já haviam passado pelos portões de entrada e as portas do palácio foram abertas, os reis de Arandunas e Cabo Delle tiveram um reencontro cara a cara não muito agradável e pouquíssimo esperado. A surpresa no rosto de Nicholai expressava o quanto esta reunião de última hora lhe era indesejada.

Ao seu lado, e claramente reunidas às pressas, estavam a rainha Melinda, com uma expressão bastante chocada e um pouco ofegante, e a princesa Helena, com vestimentas casuais demais, completamente despreparada para a ocasião.