Não Há Lugar Como Nosso Lar

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Nas últimas semanas o palácio real havia entrado em um estado de caos organizado. O rei Daniel estava cada vez mais distante por conta da partida do irmão. Melvin estava dando mais trabalho que o normal para as babás. Já a rainha Bella esteve muito focada em tentar descobrir mais detalhes sobre os Libertadores.

A única informação de conhecimento geral era de que até a próxima primavera Metias estaria de volta, segundo a única carta que ele havia mandando a família. Portanto, a surpresa foi grande quando 6 semanas depois de sua partida, uma carruagem estranha parara à porta do castelo e despachara os dois viajantes cujo paradeiro dessas últimas semanas até então fora desconhecido.

-Nada como estar de volta ao lar!- anunciou o príncipe para ninguém em especial, uma vez que o comandante o estava ignorando.

Emerson, de cara fechada e segurando sua mala, se aproximou dos guardas que estavam de patrulha e exigiu que os portões fossem abertos para eles. Metias, com a consciência já pesando pelas palavras ditas na viagem, tentou se aproximar do amigo.

-Olhe... É... Emerson, sinto muito pelas palavras que disse, fui um tremendo de um babaca e reconheço isso agora. Sei que não é o que parece, mas me importo com Carolina e quero que ela seja feliz acima de tudo... Não sou esse idiota possessivo que dei a entender e sinto muito se você a ama, sinto muito que eu seja o noivo e o objeto de afeição dela e que eu não seja capaz de correspondê-la. Eu realmente sinto muito.

Emerson aguardava pacientemente a abertura dos portões principais enquanto Metias falava.

-Não se preocupe, príncipe, teremos tempo de resolver isso no futuro, sei que você não é uma pessoa ruim e fará o certo para Carolina- o comandante respondeu.

Os portões se abriram e os dois caminharam, com as malas em mãos, para dentro do jardim da frente, em direção ao palácio.

Enquanto os dois viajantes adentravam a propriedade do castelo, um jardineiro os reconheceu e foi correndo avisar os outros empregados, que foram correndo chamar as crianças.

-E o que seria o certo nessa situação?- indagou o príncipe.

O comandante soltou um riso frouxo ao responder:

-Oras! Deixar ela ir, mas é claro!

Metias parou e disse mais para si mesmo que para o companheiro:

-Não tenho tanta certeza se quero...

Antes que Emerson pudesse raciocinar e responder, as portas da frente do castelo se abriram e o pequeno Melvin correu em disparada em direção ao tio sumido. Logo atrás, a herdeira do trono, Lily, e o príncipe Will caminhavam paciente e alegremente também de encontro ao parente, e por último, a princesa Georgina. A notícia da volta do princípe Metias já corria o palácio inteiro e rapidamente e rei e a rainha se juntaram aos recém chegados.

Emerson apenas assistiu enquanto a família reunida se abraçava e tentava matar as saudades. Daniel chegou até a esticar a mão para o ex comandante como gesto de boas vindas, mas nada muito íntimo ou informal.

Após uma dispensa da rainha e atual comandante, o homem de coração pesado pela conversa na carruagem e pelo amor não mais tão secreto que carrega, seguiu exausto para seu antigo aposentos na ala dos soldados.

Depois que todos da realeza estavam devidamente reunidos na sala de jantar, após os empregados terem levados as malas de Metias para seu quarto e os cozinheiros terem trazido sobras do café da manhã e um banquete improvisado de frutas, as perguntas começaram.

-Onde você estava?- Daniel perguntou.

-Por que você foi embora em primeiro lugar?- Georgina inqueriu, de braços cruzados.

A História Não Contada do Príncipe MetiasOnde histórias criam vida. Descubra agora