Veias roxas. Olhos purpura

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Era mais um dia da minha pacata vida de estudante. Estavas eu no curso de informática na qual fazíamos o último módulo e a última lição, e eu e meu mano já tínhamos feito um curso de inglês antes, então era muito fácil esse tal inglês interativo.

Fazíamos as lições voando como se não tivesse amanhã, eu não sabia, não tinha como saber, mais haveria sim um amanhã, ele só não era o que achamos que fosse. Era uma segunda feira, dia primeiro do mês de maio de 2017. No mesmo dia eu iria para a escola pois estudava de noite. Era meu último ano no ensino médio. Era só eu terminar as lições, pegar um ônibus e ir à escola. Mas não foi assim tão fácil.

Estávamos sentados aguardando o horário de voltarmos pra casa. Cada segundo ansiosamente era bem observado enquanto olhos ingênuos observava os ponteiros fazerem seus movimentos que há milênios tem sido a representação de tempo.

Quando o ponteiro das horas marcava 17hrs, era dada a hora de irmos embora. Cada um pegou sua mochila, levantamos e saímos como se fosse um dia normal. Afinal, até o presente momento estava sendo um dia normal. Fomos em direção ao terminal de ônibus. Caminhávamos tranquilamente enquanto isso estava conversando com meu irmão enquanto desviávamos das pessoas no calçadão de Carapicuíba. Estava bem movimentado afinal era um dia "útil" no calendário capitalista. Enquanto estávamos a caminho do terminal, de longe vi uma banquinha de casquinhas me lembrei que ele ainda estava me devendo uma casquinha de chocolate então comecei a provoca-lo para que comprasse uma para mim.

- Aí, você lembra daquele favor que você tinha pedido para mim?

-Não estou lembrado não...

-Como assim!? Eu Guardei a louça toda pra você continuar seu jogo no computador! E você me prometeu comprar uma casquinha! - termo usado para um sorvete de massa muito famoso nas regiões metropolitanas do Brasil.

-Haaaa, tsc. Era esse, serio que você vai fazer eu te comprar uma casquinha? - Indignado, forcei o olhar para outra direção evitando contato visual comigo.

-Com certeza, nunca se deve esquecer de uma casquinha de chocolate , vamos ali ó, a casquinha de lá é bem boa! - Terminei apontando para o estabelecimento desejado

-Tá tá, mas vamos rápido para não perder o ônibus!

Enquanto nos direcionávamos para a comprar as casquinhas, vimos uma pessoa que aparentava ser uma pessoa que não bate bem da cabeça, ela estava se contorcendo e gritando bem alto. Ele estava de capuz e bermuda, com as mangas da blusa arreganhadas, os seus braços e pernas estavam pulsando com veias roxas.
Ele estava chamando muita atenção, com a rua movimentada logo mais engarrafamento humano ia ser bem possível. Uma pessoa com um moletom azul e com o logo da Infezzjoni (empresa de farmacêuticos e pesquisas químicas). Aparentemente ele era de bom coração, se aproximou indivíduo e o tocou no ombro perguntando-lhe se estava tudo bem com ele, ao perceber que ele não conseguia responder o homem gentil retirou o capuz dele.
A reação foi quase que instantânea, após o capuz ser retirado o homem que estava apenas tentando ajudar foi mordido no braço e caiu no chão agonizando de dor. Com os gritos as pessoas ao redor desses dois ao perceber algo mudando suas pacatas rotinas pararam por completo e em questão de poucos minutos uma roda de curiosos e interesseiros já estava circulando os dois. O mais interessante é que ninguém se prontificava para ver se a pessoa estava bem ou não, afinal o indivíduo que mordeu também tinha caído no chão.

Curioso e preocupado, me indaguei pois geralmente um homem adulto não demonstraria tanta dor frente as pessoas, ou realmente uma simples mordida fez tanto efeito assim? Será que ele é apenas um pouco mais sensível do que os outros? Eu estava muito amedrontado, mas curioso. Me acheguei mais perto do individuo que acabara de ser mordido, ele estava agonizando por isso não suportei continuar a ver aquilo, e perguntei:

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