Capitulo 13

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Just stop your crying

It's a sign of the times

Welcome to the final show

Hope you're wearing your best clothes

You can't bribe the door on your way to sky

You look pretty good down here

But you ain't really good

Sign Of The Times - Harry Styles


Entro em uma loja de brinquedos e imagino todos eles com meu filho. Cada pai com seu filho presente nesta loja é um tapa na minha cara por não ter vivenciado isso com meu filho. Ando mais um pouco e vejo uma mulher no caixa, parece com Verônica, mãe da Carol. Não me aproximo para não assustá-la, olho mais alguns brinquedos e resolvo por fim comprar um pequeno vídeo game de mão. Quando eu estou perto do caixa, Verônica já não está mais lá e agradeço a Deus por isso.

— O senhor quer que embrulhe? — A moça me pergunta.

Fico olhando pra ela sem reação. O que eu queria com esse presente?

— Senhor? — Pisco rapidamente, lembrando de onde eu estou.

— Sim, por favor. — Ela sorri e começa o embrulho. Sei que talvez eu demore um pouco para entregar esse presente, mas eu quero muito ver o meu filho. Eu esperei tanto por esse momento que agora vendo a moça me entregar o presente, estou com medo, medo dele nunca me aceitar. Suspiro levemente.

******

— Obrigado. — Digo a atendente, que agradece e eu me dirijo à saída da loja.

Volto para o hotel, entro no elevador e me deparo com um pai junto com a filha no colo pelo que parece ela está dormindo. Fico admirando mais uma vez essa cena, ele repara que eu estou olhando e pergunta:

— O senhor tem filhos? — E agora, penso comigo mesmo, o que eu respondo?

— Tenho sim, mas ele fica mais com mãe.

— Ah, entendo. — Ele diz e seu olhar passa por mim de cima a baixo, ele obviamente está me analisando e esperando que eu diga alguma coisa.

— Essa semana verei ele, estou realmente um pouco longe, mas vou recompensa.

— Faz bem. — Ele argumenta. — Nada no mundo é melhor que o amor por de um filho. — Eu apenas aceno com minha cabeça. É evidente que ele é um pai mais presente que eu. Ele chega até seu andar e dispara ao sair:

— Até mais cara.

— Até. — Digo timidamente.

Chego em meu quarto e deixo o presente em cima da cômoda, vou direto para o banho. Deixo a água relaxar o meu corpo, mas tenho algumas lembranças do dia em que deixei Carol.

— Como ousa Fernando?

Sou incapaz de responder e minha mãe a interrompe:

— É só dizer a quantia que você quer. Toda mulher têm um preço. — Não conseguia olhar para Carol.

— Eu não quero nada de vocês. — Senti ela me olhar e mais uma vez não consegui encará-la. Ela se levantou, pegou a bolsa e não olhou para trás.

Soquei a parede do banheiro, o banho que era para me relaxar se tornou uma tortura. Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha, o quarto onde eu estava era um dos melhores do hotel, havia tv, frigobar, uma vista maravilhosa de Curitiba e hidromassagem, fora alguns outros benefícios do próprio hotel. Termino de me enxugar, coloco uma samba-canção e vou até a varanda. Estava fazendo um pequeno frio em Curitiba, já era tarde. Fiquei mais um pouco na varanda do quarto imaginando como seria me filho ou filha, isto estava me matando aos poucos, Na verdade, eu estava sufocando, suspirei e voltei para o quarto. Pedi um lanche para o restaurante do hotel e eles entregaram cerca de vinte minutos depois. Dei uma pequena gorjeta para o garçom:

— Obrigada senhor. — Ele agradeceu e eu apenas acenei, ele saiu logo em seguida.

Peguei meu notebook e as informações que o detetive havia coletado sobre onde morava Carol e meu filho. Eles moravam num bairro simples de Curitiba, havia alguns comércios próximo de onde eles moravam. Anotei o nome de cada estabelecimento e telefone, iria sondar alguns deles, sei que isso talvez pareça errado... mas não posso dar o luxo de aparecer de repente na casa deles. Depois de tantas anotações, estou exausto, deixo tudo em cima da mesa. Antes de me deitar, ligo para a recepção do hotel para recolher a louça do meu lanche.

Agora sim, me deito pensando no meu itinerário de amanhã. Me debato um pouco na cama:

"— Você não é meu pai!" — Escuto alguém me dizer, tento acordar do meu próprio pesadelo pessoal. — Eu te odeio! — A pessoa se aproxima e eu não consigo ver seu rosto."

Acordo de repente e sinto meu corpo suado. Pego meu celular e vejo que ainda são 3:00 horas da manhã, me reviro na cama e não consigo mais dormi. Foi o sonho mais estranho que eu tive, depois que Carol foi embora e que eu tomei consciência de tudo que eu fiz; venho tendo esses pesados – ás vezes é discutindo com minha mãe, ás vezes é vendo o olhar triste de Carol, mas o que mais me dói é ter este pesadelo em especifico, o do meu filho não me aceitar. Levanto de vez da minha cama e vou para o chuveiro, tomo um banho gelado, respiro calmamente e tomo um remédio para dormir. Sim, eu – Fernando, sou o homem mais fodido emocionalmente, tomo remédios para dormir diariamente e alguns para controlar o meu humor. Passado um pouco mais uma hora, consigo finalmente dormir. Acordo com o sol em meu resto. "Merda!" penso comigo mesmo por ter deixado a cortina aberta, são 9:30 da manhã. Tomo meu café, me arrumo e saio rumo a quem sabe minha felicidade.

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Fernando está dando o que falar né??? Essa redenção toda dele será que é verdade? 🤔😁

Votem e comentem 😊 #Amovocês 😍😘

Apenas Um Amor - EM PAUSAOnde histórias criam vida. Descubra agora