Cheguei em casa após entregar mais currículos. Precisava de um plano B caso senhor Ferreira tivesse decidido por outra pessoa. Minha mãe estava sentada na sala vendo televisão.
- Filha, já chegou?
- Já sim mãe.
- Como foi a entrevista?
- Não sei mãe, sempre quando digo que tenho o João parece que eles me olham torto.
- Ei, para com isso. Ter filho não é ter doença não.
- Mas... – Ela me corta.
- Nada de "mas"... Seu amigo Pedro te ligou, disse que ia te mandar mensagem.
- Ok mãe, você quer que eu faça alguma coisa agora??
- Não filha, daqui a pouco você pode começar a fazer o jantar.
- Está bem. - Depositei um beijo em seu rosto e fui para meu quarto.Odiava me sentir impotente e desde que João Victor nasceu eu me sentia assim. Ajudava como podia, mas eu precisava trabalhar.
Entro em meu quarto e consigo ver que Pedro realmente me mandou uma mensagem.
"E aí Carol, que tal um happy hour hoje?"
O nosso happy hour era no barzinho em frente a faculdade, na verdade estava mais para lanchonete. Só de pensar em lanches, já me dava água na boca. Pensei em declinar do convite, mas nesse exato momento minha mãe entrou no quarto. Até parece que ela sabia o que eu estava prestes a fazer.
- Então filha, o que Pedro queria?
- Ele quer nos encontrar mais cedo na faculdade, digo na lanchonete em que o pessoal vai.
- E você vai, não é?
- Ah não mãe, quero ver o João antes de ir para lá e não quero gastar muito.
- Para com isso, não se preocupa com o João. Vai se divertir um pouco filha.- Está bem, Dona Teresa, eu vou me encontrar com Pedro e a Lúcia.
- Assim que se fala.Ela saiu e eu aproveitei para responder meu amigo:
"Ok, eu vou. Mas você tem que passar aqui em casa."
"Aeeeeewww, pode deixar. Vou passar na Lúcia e depois passamos aí."
Sorri lendo sua mensagem. Pedro, desde quando cheguei aqui sempre foi muito prestativo, um verdadeiro amigo.
Tomei um longo banho, me arrumei para o grande dia. Afinal, iria começar mais um ano letivo e algo me dizia que seria um dos melhores da minha vida — Suspirei — Ok, talvez eu esteja sendo otimista demais. Mas já fiz uma entrevista hoje e isso era um bom sinal.
Vesti uma calça jeans mais escura e uma blusa um pouco mais solta e como íamos mais cedo, coloquei mais uma blusa na bolsa. Fiz uma maquiagem leve, nada de muito exagerado e desci para esperar meus amigos.
- Filha?
- Sim, mãe.
- Você almoçou o quê hoje?
- Ah mãe... eu comi um lanche.- Não gosto de ver você comendo assim. Porque não veio para casa? Teria feito mais comida!
- Porque eu resolvi entregar mais alguns currículos e por isso comi só um lanche.
- Está bem, vê se coma alguma coisa.Graças à Deus, meus amigos buzinaram dando fim ao interrogatório da minha mãe.
- Mãe, tenho que ir.
- Se cuida, por favor.
- Pode deixar.
- Oi gente. – Eu disse não muito animada, ao entrar no carro.
Tenho esse problema, uma hora estou com meu animo nas alturas e outras vezes nem tanto.
- Meu Deus, se anime! – Lucia dizia.
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Apenas Um Amor - EM PAUSA
Literatura FemininaTodos nós temos fantasmas na vida... Os de Caroline Waters são a confiança nos homens. Desde que foi deixada grávida pelo pai de seu filho, tem se dedicado a cria-lo com ajuda de seus pais e com muito esforço e dedicação. Caroline cursa publicidade...