Após a conversa com Carol eu subi para o quarto, meu vôo era cedo e eu precisava descansar.
Muitas vezes eu usava a hora do meu banho para pensar, isso me acalmava. E dessa vez não foi diferente, eu chorei, chorei por ter sido um péssimo homem para Carol e por ter perdido os primeiros anos de meu filho. Será dificil no começo, mas vou mostra que posso ser um pai presente.
Desligo a ducha e me visto. Tento dormi, mas é em vão. Os pesadelos essa noite são constantes:
"Mãe, você não vai levar meu filho! - Repito com a voz firme.
- Você não o ama. - Suas palavras são como um soco em meu estomago. - Quer apenas provar que pode ser um pai, mas você não é nada. É igual a mim. - Ela diz levando meu menino pra longe"
Acordo assustado, o pesadelo que tive foi tão real. Hoje eu sei do que minha mãe é capaz e ela não vai levar meu filho embora, eu não vou deixar. Fico andando pelo quarto, tentando entender o que acabou de acontecer e quando vejo já é de manhã.
Merda.
Passei a noite em claro, arrumo minha mala, termino de fazer check-out do hotel e sigo para o aeroporto. Meu voo, como previsto, não demora muito para chegar e a viagem é tranquila. Consigo tirar até um pequeno cochilo. Ao chegar meu pai está me esperando.
- Filho, que bom que está aqui.
- Minha mãe já colocou fogo na empresa? - Não o cumprimento, a raiva me consome.
- Não, consegui contê-la por hora. Agora ela invoco que você precisa se casar.
- Ela não para nunca? - Digo passando a mão entre os cabelos. Meu pai ri do que digo:
- Você conhece sua mãe mais do que ninguém.
- Mas ela passou dos limites do pai! Dar ordens na empresa que eu administro? Planejar um casamento sei lá com quem? Isso está fora de qualquer sanidade. E não me diz que isso é normal por ser ela. - Pela primeira vez, meu pai concordou comigo:
- Filho, não sei o que fazer com sua mãe.
- Pode deixar pai, deixa que eu cuido dela. Preciso de um banho e descansar.
- Não dormiu a noite? - Meu pai sabe que não gosto dormi fora do horário.
- Não.
- Novamente com os pesadelos?
- Sim, novamente. - Eu digo, suspirando.
Fomos para casa e o caminho foi em completo silêncio. Não estava no clima pra conversar com ninguém, meus pesadelos haviam voltado e minha mãe está querendo controlar minha vida novamente. Assim que chegamos em casa minha mãe estava nos esperando na sala de estar.
- Meu filho não acredito que você voltou de sua misteriosa viagem. - Ela disse com um ar de sarcasmo. Era óbvio que ela já sabia que eu tinha ido para Florianópolis, só não tinha certeza que ela sabia do motivo da minha viagem.
- Olá mãe, soube que visitou a empresa essa semana? - Fui direto ao ponto.
- Apenas uma visita corriqueira.
- Visita corriqueira mãe? O que combinamos há mais ou menos cinco anos atrás?
Ela revirou os olhos.
- Se a senhora não se lembra, vou lembrar. - Dei uma pausa e continuei. - Eu iria assumir a empresa e não olharia para trás. Eu assumi a empresa do papai como a senhora pediu e em troca a senhora não iria controlar minha vida novamente.
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Apenas Um Amor - EM PAUSA
ChickLitTodos nós temos fantasmas na vida... Os de Caroline Waters são a confiança nos homens. Desde que foi deixada grávida pelo pai de seu filho, tem se dedicado a cria-lo com ajuda de seus pais e com muito esforço e dedicação. Caroline cursa publicidade...