Primeiro Caminho - Egocentrismo: Parte 2

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Avancei contra o boneco e rapidamente dei um corte com o sabre na diagonal no seu peito que o rasgou. A espuma dentro dele saiu um pouco para fora e rapidamente girei para a esquerda e decepei facilmente a cabeça do boneco. Aquilo estava muito fácil... Eu pensava que os bonecos resistiam algum ataque.
- Deveria guardar essa fúria toda para amanhã... - Disse uma vez que rapidamente identifiquei. Era Isabelle.
Me virei para ela e a espada virou névoa vindo até minha mão e voltando a ser o anel.
- Ah... Sobre isso... Eu não vou participar. Seria injusto demais...
- Injusto demais? Oque quer dizer com isso? - Disse ela me olhando enquanto aproximava mais de mim.
- Eu sou o cara mais forte desse acampamento, não quero machucar ninguém...
Vi em seu rosto um leve olhar de desprezo e nojo, olhei para o lado e vi o tal Enzo e Alexandre entrando chegando alí também.
- Então só por que sua mãe é Nyx você se acha, tão forte? - Disse Enzo com o mesmo olhar de desprezo.
- Eu não me acho... Eu sou. - Disse aquilo normalmente apenas os olhando.
- Se você se acha tão forte por que não participa então? - Disse Isabelle, vi naquele momento sua aura e sabia que meus olhos tinham mudado de cor. Ela estava com raiva.
- Por que não vi ninguém a altura para eu desafiar.
- Ah é... Eu te desafio então, filho de Nyx. - Olhei para ver quem era. Enzo, filho de Zeus.
- Está me desafiando? - Sorri um pouco mas senti meus olhos mudarem de novo vendo a aura dele, ele estava motivado. Fiquei sério naquele momento e o olhei - Como quiser... Eu aceito o desafio...
- Ótimo. Até amanhã. - Disse ele agora saindo de perto e vi na sua aura decepção como se ele esperasse mais de mim.
- Foda-se. - Eu tinha o belo costume de desejar foda-se a todos que falassem "até amanhã", para mim. Eu odiava isso.
- Você é realmente fascinante, espero que sobreviva amanhã. Podemos ser amigos... Enfim, eu vou visitar uma pessoa. Falou...
Ele foi engolido pelas sombras e simplesmente desapareceu. Era a tal viagem das sombras. Sorri vendo aquilo e prestei atenção na Isabelle, que parecia estar ainda mais enojada comigo e se virou indo embora sem dizer nada. Balancei a cabeça e voltei minha atenção ao boneco triturado e pensei em como aquilo não podia aumentar minhas habilidades. Respirei fundo e me virei olhando para a floresta e em seguida ouvi o urro de uma criatura. Era o momento perfeito. Corri em direção a floresta e segui o barulho até chegar em um ciclope médio com três metros de altura.
Olhei para ele e vi que ele estava urrando para um sátiro que estava encima de uma árvore. Pensei em como aquele idiota não quebrou ou escalou a árvore para pegar o sátiro e balancei a cabeça. Era o momento perfeito. Pensei em um arma e a foice apareceu na minha mão. Nunca tinha sequer tocado em uma foice mas eu sentia uma grande habilidade com aquela arma. Peguei uma pedra e joguei ela acertando a cabeça do ciclope. Ele virou para mim e me viu encima de um tronco caído de árvore, eu pude sentir o medo correr pelo corpo dele e ele tremulir deixando sua arma, um machado velho e muito grande cair no chão.
- Perdão! Eu não sabia que era sua área... - Ele fez uma pequena reverência e começou a correr e fugir.
Aquilo me deu muita raiva. Ele estava fugindo? Eu queria uma luta! Corri na direção segurando aquela foice com as duas mãos e vendo que ele estava mais rápido senti a escuridão me fazer mais forte e aquele mesmo sentimento sanguinário veio no meu corpo. Eu comecei a correr muito mais rápido e consegui avançar até chegar nele, fiz um movimento rápido com a foice na vertical de cima para baixo e cravei a lâmina da foice na cabeça do ciclope, mesmo ele sendo muito mais alto a foice era maior do que eu me ajudando a matar ele. Ele caiu de joelhos no chão e explodiu em areia. Voltei ao normal e a foice voltou a ser o anel cinza que emendava com o preto.
- Ótimo treinamento... - Fiz aquele comentário irônico para mim mesmo e voltei até o acampamento.
Chegando lá vi os campistas ainda reunidos envolta daquela fogueira e logo fui para meu chalé. Estava sem sono mas eu sabia oque fazer. Chegando lá fechei a porta do chalé e dentro do mesmo encarei uma estante cheio de livros. Peguei alguns e comecei a ler, sinceramente eu treinar não adianta em nada, sou muito forte e um treinamento para mim teria que vir de algum Deus.
[...]
Já era 05:00 da manhã quando eu já tinha lido um livro realmente grande, felizmente eu consegui ler ele sem a dislexia me atrapalhar já que as letras eram brancas e a folha do livro preto. Eu estava pensando em ir dormir agora quando percebi uma coisa... Aquele livro não estava escrito em português, inglês, grego ou até mesmo latim... Era uma língua morta mas antiga do que o próprio latim, mas eu podia ler ele facilmente, era incrível e muito bom, contando varias histórias gregas e romanas, inclusive de alguns filhos de Nyx que tiveram uma vida e um destino horrível. Deixei os livro sobre a cama e logo me deitei sobre ela encarando o teto estrelado do chalé. Mesmo sem sono eu podia sentir como se fosse una escolha, se eu queria dormir ou não e assim foi. O quarto todo ficou gelado e eu mais pálido começando a dormir de novo.
Tive os mesmos pesadelos de sempre, nada demais única coisa é que sempre parecia mais real do que o anterior, aquilo me preocupava un pouco juntamente de saber o significado agora. A água me afogando era Poseidon, o fogo Era Hefesto, as águias envolta de mim eram Zeus, as pedras preciosas que caiam como chuva na minha cabeça eram Hades, o saia que saia de mim era Ares, e todos os componentes do sonho representava algum deus. Acordei ofegante me sentando na cama e já sabendo que era 16hrs. Eu tinha dormido quase o dia inteiro novamente.
Me levantei da cama e vi que ainda estava com a roupa de ontem, a tirei e logo segui para o banheiro para tomar um banho de água fria. Sai do banheiro me enxugando e fui até o armário vestindo uma blusa de mangá longa preta, uma calça jeans bem escura e um all star cinza. Me virei olhando para o chalé e estava vendo que eu precisava arrumar o mais rápido possível. Suspirei e fui em direção a porta quando a abri e logo mais a frente das árvores vi aquele Sol batendo no chão e nossa eu já sabia oque ia acontecer.
- Vamos lá...
Comecei a andar em direção ao refeitório e passando pela sombra e tocando no Sol me vem um fraco que quase me faz desmaiar e cair. Fiquei forte e dois segundos depois eu estava normal novamente, mas ainda fraco comparado nas sombras e na noite. Continuei o caminho e chegando no refeitório não vi ninguém lá. Sorri pensando que era melhor assim. Me sentei na minha mesa e logo imaginei em um sanduíche natural e cappuccino e logo comecei a comer.
Algum tempo depois tinha terminado de comer quando eu já tinha ouvido barulhos estranhos vindo do campo de treinamento que parecia uma grande arena com todas uns equipamentos de treino, armas, etc., e um caminho que leva para a floresta. Fui em direção a aquele lugar e chegando lá, estava no meio do caminho para o campo de treinamento quando vi algumas pessoas no centro dela lutando realmente sério quando um caiu longe. Já tinha passado bastante tempo e eu só fui perceber naquele momento 17:50hrs.
Fiquei alí parado no corredor que levava até o campo de treinamento quando Asclépio em um lugar mais reservado da arquibancada me viu e logo deu um sorriso, estava distraído vendo carregarem o campista quando ouvi Asclépio.
- Olha só! Finalmente a atração principal chegou... Uma salva de palmas para o nosso querido portador da desgraça, Nathan!
Ele se levantou ficando em pé e começou a bater palmas forçadas e logo ouvi todos fazerem o mesmo. Todos os campistas estavam sentados na arquibancada e aqueles que conseguiam me olhar me olhavam com nojo e reprovação. Balancei a cabeça descrente daquela situação e logo adentrei o campo de treinamento quando eu percebi que só Alexandre batia palmas de verdade mesmo.
- Muito bem! - As palmas pararam quando Asclépio começou a falar - Vamos logo começar a luta mais esperada do dia, Filhote de Zeus Vs Portador da Desgraça!
Aquele tal garoto Enzo quando eu vi parecia pousar no campo um pouco na minha frente enquanto segurava sua lança de bronze me olhando.
- "Então aquele desafio era realmente sério?" - Pensei enquanto o encarava.
- Podem começar. - Disse Asclépio sem pressa enquanto se sentava se divertindo com a situação.
Quando pensei em fazer aquela minha espada eu vi Enzo vindo rapidamente na minha direção segurando sua lança e fazendo um corte no meu peito, rasgou minha blusa e fez um corte não profundo. Dei um passo para trás tentando recuperar o equilíbrio quando vi sua lança novamente fazendo um corte nas minhas costelas, ele ergueu a lança e chutou meu peito na parte do corte que doeu muito mais por causa daquilo e me lançou um metro para trás me fazendo arrastar no chão e bater a cabeça. Respirei fundo e quando abri os olhos eu estava tonto e sentindo muita dor até que sinto uma pontada na minha coxa e quando olho a lança estava cravado na minha coxa esquerda. Volto a ficar tonto pensando que eu deveria me mexer rápido. Eu não ia perder dessa forma tão humilhante.
Senti uma forte descarga elétrica sair da lança e me eletrocutar sentindo a ponta da lança esquentar e acabar me queimando. Que dor insuportável. Pareci desmaiar por dois segundos quando acordei do pequeno desmaio ouvi uma contagem e abri os olhos ainda muito tonto. 17:58hrs. Me sentei usando forças que eu não tinha e a contagem parou e eu pude ouvir um lamento. Quando finakmente minha visão voltou eu vi aquele tal de Enzo me olhar e reprovar oque via. Veio na minha direção novamente andando e eu me forcei a ficar de pé quase caindo de dor e consegui convocar minha espada segurando ela com a mão esquerda. Eu era canhoto mas o anel estava no meu dedo direito então demorou meio segundo para ela se materializar na minha mão esquerda. Mas foi inútil, senti a ponta da lança cortar meu braço esquerdo fazendo eu soltar a espada. Ele pegou impulso cravando ela no chão e deu um chute de dois pés no meu peito novamente me fazendo ir dois metros para trás. Não tinha como eu vencer aquele cara. Eu subestimei muito ele... Eu me sentia fraco e impotente, naquele momento eu percebi, eu não me sentia fraco e impotente, eu era fraco e impotente. Eu simplesmente tive sorte, em todos os casos de risco da minha vida. O ciclope, a manticora, ambos sentiam medo de mim por causa da minha mãe. Eu só tive sorte.
- Desculpa p... - Disse baixo para ninguém escutar - Desculpa pai... - Consegui terminar de dizer sentindo minha respiração fraca.
17:59hrs. Aqueles chutes tinham a função de atrapalhar minha respiração. Ele era incrível, por mais que eu não nunca fosse admitir. Ele era um verdadeiro lutador e herói. Minha vida parecia escapar de mim quando ouvi novamente a contagem de zero a dez e não sei oque me fez ficar sentado mostrando que eu não desisti, naquilo eu senti uma bicuda muito forte vindo dele me lançando mais um metro para trás, o Sol estava se pondo e a sombra do lado da arena que eu estava, era grande. Acabei parando nessa sombra, sentindo mais energia e força. Naquele momento eu entendi que as sombras sempre me deixavam mais forte não importando onde esteja, mas depois daquele chute eu só pude desmaiar ouvindo novamente aquela contagem de zero a dez...
18:00hrs...

O Filho de Nyx - A Maldição Do AnoitecerOnde histórias criam vida. Descubra agora