Me deitei na cama e logo consegui me fazer dormir, no mundo dos sonhos eu voltei para aquela montanha onde Prometeus estava preso mas agora, não tinha ninguém lá. Fiquei preocupado e com medo e logo tentei mudar de sonho indo até Pandora e ao invés de chegar até ela eu estava em um Acampamento, outro acampamento que mostrava ter vários chalés também. Era outro acampamento para semideuses e logo o sonho foi andando em direção a entrada do acampamento onde tinha o arco com o nome dele, nos sonhos eu não tinha dislexia então consegui ler perfeitamente, "Acampamento Olimpo".
Acordei com batidas na minha porta e logo levantei da cama rapidamente. 21:00hrs. Peguei minha mochila e fui em direção a porta e abri ela.
- Está pronto? - Disse Alexandre na frente de todos os outros, Isabelle, Eliza, Enzo.
- Sim. - Disse vendo Mira ficar do lado do meu pé.
- Então vamos... A van que vai nos levar até a cidade nós espera.
[...]
Enquanto ia na direção da van cada um tinha ganhado uma pequena reserva de Ambrosia e Néctar, tínhamos ganhado duzentos reais e trinta dracmas de ouro. Tínhamos entrado na van e eu fui diretamente para o final dela com Mira que tinha me seguido falando que Nyx ia matar ela se ela não fosse comigo. Uma harpia entrou dentro da van e estranhamente começou a dirigir ela indo em direção a uma estrada que eu não tinha visto antes. Os outros campistas ficaram na frente até vir todos para trás e me encararem.
- Pra onde vamos? - Perguntou Enzo.
- Acampamento Olimpo.
- Onde fica isso? - Perguntou Eliza tentando ao máximo não ter contato visual comigo.
- Eu sei onde fica... Minha irmã mora lá. - Respirei fundo ouvindo Alexandre, eu não sabia onde era.
- Perfeito, você ira guiar a gente.
- Okay, mas, por que vamos até lá?
- Meus sonhos me mandaram ir até lá.
Eles me olharam com uma cara de desacreditados mas não questionaram pois eu tinha certeza que eles não tinham ideia melhor para onde ir. Logo eles voltaram para seus lugares mas Eliza se sentou na minha frente e logo olhou para mim.
- Então oque vamos fazer quando chegarmos lá? - Ela disse ainda com a voz meio baixa.
- Não sei. Quando eu for dormir eu penso nisso...
- Bom, agora que estamos na mesma equipe, acho que a gente devia se conhecer melhor, não é?
- "Conversa com ela, ela parece legal." - Disse Mira com a telepatia, estava deitada no meu colo enquanto dava carinho nela.
- Como quiser. Oque quer saber?
- Bom... - Ela pareceu incomodada do jeito que eu disse e logo me olhou - Você tem namorada?
- "Mudei de ideia, para de falar com ela." - Disse Mira surpresa olhando para mim enquanto eu olhava ela me perguntando o por que.
- Não tenho, e você?
- Não, nem namorado. - Ela deu um sorriso que me deixou um pouco sem saber oque dizer.
- Ah sim...
- Você não é alguem muito comunicativo. - Concluiu ela enquanto me olhava.
- Eu tenho meus motivos.
- Eu sei, você tenta se isolar por que as pessoas com quem você cria laços são mortos.
Abri bem os olhos a encarando ouvindo oque ela disse.
- Isso não é da sua conta.
- Realmente não é. Me desculpe... - Ela disse normalmente sem parecer arrependida - Você é diferente de todos os outros, e isso desperta alguma coisa nas garotas sobre você... Só não sei oque você despertou em mim.
Agora eu tinha ficado calado, o estranho é que ela não tinha sido a primeira a falar isso para mim. Eu não sabia oque dizer mas eu tinha que falar rápido.
- Talvez ódio. Eu sentiria isso se alguem me tratasse daquele jeito...
- Talvez você esteja certo. Talvez eu só te odeie muito... Enfim, vai demorar um pouco até chegarmos na cidade, vou tirar um cochilo.
Ela sorriu e foi andando para seu lugar novamente e logo se sentou inclinando o lugar onde ela estava. Mira olhou para mim.
- Você fez certo... Não gosto dela. Acho que você devia aproveitar esse tempo para dormir também e tentar ter sonhos com esse tal acampamento.
Olhei para ela a encarando e logo disse.
- Oque você não sabe que eu não sei? - Disse sério porém baixo para ninguém ouvir eu falando com um gato.
- Muita coisa, mas não posso te contar... E se estiver achando ruim vai reclamar com sua mãe! - Ela disse seria enquanto saia do meu colo indo para o lugar ao meu lado.
Eu realmente senti vontade de retrucar mas eu preferi me manter calado. Olhei para o lado vejo o cenário da floresta pela janela e logo pensei em dormir. Era divertido agira saber que eu poderia dormir quando eu quisesse. Fechei os olhos para dormir quando...
- Todo mundo se segura! - Disse Enzo mas já era tarde demais.
Batemos em algo muito forte lançando tudo e todos para frente. eu acordei um segundo depois encima de uma cadeira vendo parte do meu corpo sangrar e doer. Vi Mira do outro lado, inconsciente, mas estava melhor do que eu. Vi as outras pessoas em situações piores enquanto me sentia tonto. Tentei me levantar quando vi... Eu juro que eu vi, uma luz negra que corria do lado de fora da van e invandiu ela me pegando e me jogando contra o chão. Tentei me sentar e vendo a van tombada com a parte da frente dela caída e o resto para cima, como se ela tivesse pulado e tentado entrar na terra com ponta da van.
- Oque é... Isso? - Disse tonto e ainda confuso - Isabelle... Mira!
Chamei elas e não sei o motivo de ter falado o nome delas mas dei um curto sorriso vendo Mira sair por uma janela quebrada da van e vir na minha direção até cair desmaiada nos meus pés. Vi de novo aquela luz negra e pensei no meu sabre que se transformou em névoa e virou novamente em um enorme sabre negro na minha esquerda.
- Quem é você? - Disse tentando não cair por causa da tonteira.
- Olá... Irmão!
Após ouvir aquela voz senti a maior dor do mundo acertar meu peito e me lançar contra uma árvore, parecia que algo tinha me chutado. Quebrei e atravessei cinco árvores antes de parar deitado no chão e sentir a espada voltar a ser névoa voltando para o anel. Eu acho que eu apaguei por cinco minutos antes de sentir as sombras daquela noite virem até meu corpo e começar a me curar e me fazer acordar ainda fraco. Na minha frente aquela luz negra parou e começou a ganhar a forma de um humano até que a luz desapareceu e revelou um homem de 1,86 com um físico atlético e uma roupa preta que mal consigo identificar, botas de motoqueiro uma calça jeans preta rasgadas em algumas partes, uma blusa cinza embaixo de uma jaqueta de couro que tinha nas suas costas uma espada gigante de duas mãos que parecia ser feita de luz negra pura.
- Quem... Quem é... Você? - Disse me sentando fraco encarando ele.
- Não ouviu oque eu disse? Eu sou seu irmão. - Ele sorriu sádico se aproximando.
- Eu não tenho irmãos. - Disse fraco ainda tentando confrontar ele.
Ele revirou os olhos e pisou no meu peito me prensando contra o chão.
- Ah você tem sim... Vários... Bem... Deixa eu me apresentar, eu sou a desgraça da dor, mas como é meu irmão pode me chamar de George.
- Que merda de nome em... - Cuspi um pouco de sangue falando aquilo.
- Como é insolente... Gosto de você, mas sabe por que sou a dor?
- Não quero saber. - Retruquei vendo um pouco ao longe a Mira se levantar e encarar aquela cena.
- Bom... Como quiser... Sabe por que estou aqui?
Me mantive em silêncio observando ele enquanto eu tentava respirar mas sentia todo aquele peso e dor sobre mim que quase não me deixava levantar ou me manter concentrado, mas ouvi aquilo e realmente aquilo me interessava e eu queria saber o motivo dele fazer isso.
- Por... Que? - Usei o que conseguir encontrar das minhas forças para perguntar aquilo para ele.
- Por causa da sua missão...
- Oque... Tem... Minha missão? - Perguntei ainda fraco.
- Você não pode completar ela, se você fazer isso vai atrapalhar todos nós, entende?
A luz da lua sai de trás de uma nuvem e ilumina um pouco a floresta. 22:30hrs. Respirei fundo quando senti uma crise de força dentro de mim e levantei as pernas enroscando na perna dele e o derrubando no chão com tanta força que rachou o chão. Me soltei dele invocando meu sabre e segurando ele com as duas mãos e mirando na sua garganta enquanto olho ele.
- Não é você que vai me atrapalhar...
Eu vi ele surpreso caído no chão. Parece que ninguém tinha batido de frente com ele. Ele ficou em silêncio por um segundo me olhando como se estivesse se concentrando para fazer algo, logo olhei para Mira correndo em minha direção e antes de fazer perguntas para o tal George vi a luz negra envolver meu corpo.
- Eu não sou capaz de matar um irmão meu, mas se depender de mim essa missão nunca ira se finalizar!
Ele dizia aquilo e logo vi Mira pulando em mim enquanto ela segurava com força minha mochila e quando finalmente chegou em mim... Senti aquela luz explodir e logo depois eu estava em outro lugar, um tanto diferente... Era um templo. Um templo japonês para ser exato. Estava nevando muito forte mas era 10:30hrs da manhã. Eu oficialmente estava no Japão, eu não sentia o frio, ao contrário ele me deixava bem mas como era de manhã logo senti o cansaço e exaustão tão rapidamente e fortemente que acabei desmaiando com Mira ao meu lado.
[...]
Acordei. 20:00hrs. Eu estava sem blusa encima de um colchão fino em uma sala que as paredes pareciam ser feitas de papel quadriculado com algumas madeiras. A única luz vinha de algumass vela que estavam ao redor. Mira estava deitada na minha barriga sem blusa. Respirei fundo e ia tentar levantar quando senti uma mão tocando minha testa e me parando.
- Você precisa descansar! - Disse uma voz feminina meio aflita.
- Ele não é daqui, eu já disse... Ele não vai entender oque a gente fala... - Disse uma voz masculina que vinha do outro lado da sala. Pensei por um segundo e ele estava certo, eu não devia saber o idioma deles mas eu entendia por perfeição mesmo sabendo que era Japonês.
- Aí que você se engana! - Eu mesmo me surpreendo comigo falando japonês fluente.
- Ahhhhh, Lorde Nathan! - Dizia Mira atônita e feliz - Eu sabia que você ia ficar bem! Eu não sabia que você falava japonês...
- Nem eu... - Disse baixo para mim mesmo colocando ela do meu lado e tentando sentar novamente dessa vez sem a garota me impedir.
- Ei, você precisa continuar deitado! - Disse a voz feminina fazendo força para me fazer deitar.
- Ah... Claro... - Disse me deitando de novo ainda sentindo um pouco de dor e olhando para ela agora com seu rosto acima do meu. Era bonita. Uma japonesa com olhos puxados, cabelos grandes e soltos de cor negro e olhos turquesa que brilhavam na pouca luz.
- Você ainda está fraco. - Disse a voz masculina e quando inclinei e cabeça para olhar ele vi outro japonês de olhos mas dessa vez seus olhos eram azul marinho profundo e seus cabelos eram pretos com leve toque castanho. Ele usava roupas kimono de samurai.
- Eu estou bem melhor... Obrigado vocês dois mas eu preciso ir... - Disse dessa vez me sentando rápido e me virando para eles sem ela conseguir me segurar.
- É, e ir para onde? - Disse ele enquanto me olhava, eu não percebia mas tinha uma katana em uma bainha presa a sua cintura.
Olhei para Mira e logo voltei a olhar para eles. Eu não sabia oque fazer ou para onde ir... Eu não sabia se aqueles caras estavam vivos. Respiro fundo.
- Ainda não sei... - Disse abaixando o olhar.
- Entao apenas fique deitado aí... Quando tiver algum rumo você pode ir... - Ele disse sério, como se mandasse alí, suas palavras esbanjavam confiança e certeza do que ele diz. Respirei fundo e me levantei. Eles não tentaram nada ou falaram nada. Um silêncio tomou conta da sala e eu fui em direção a uma parede que parecia abrir puxando para o lado, fiz isso e quando abri senti uma brisa suave do vendo bater pelo meu corpo e apagar todas as velas, eu via abaixo apenas neblina e névoa, o céu estava tampado por nuvens densas.
- Onde eu estou? - Disse ainda olhando para o horizonte escuro da noite daquele lugar mas que me acalmava e me curava aos poucos.
- Tóquio, ilha de Honshu, você está no Monte Fuji, templo do deus Susano-o...
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O Filho de Nyx - A Maldição Do Anoitecer
FantasyNathan Oliver é um garoto problemático que vivia uma vida normal em um colégio de tempo integral onde seu Pai um ex-astrônomo da aula de física. Após um incidente com um aluno onde ele acaba quebrando seu pulso e braço ele se ve obrigado a fugir com...