Sem sonhos, eu acordei em um quarto encima de um cama que parecia de uma enfermaria. Prestando atenção no ambiente eu realmente parecia estar em uma enfermaria. Eu estava sozinho e era dia. Preferiria continuar dormindo ao ter que acordar durante o dia, mas logo me levantei da cama e vi que eu estava com uma bermuda de seda e uma blusa branca também de seda. Eu estava sem minhas roupas pretas oque me incomodava um pouco.
Peguei um copo de néctar que estava no apoio do lado da cama e logo virei o copo sentindo meu corpo ficar bem melhor mesmo durante o dia. Percebi que as luzes do quarto estavam ligadas mas o ambiente estava escuro.
- Finalmente acordou. - Dizia uma voz que eu reconhecia.
Vi uma gata com manchas cinzas pular na cama a minha frente e logo se sentar enquanto me encarava e eu podia ver um sorriso na sua aura. Revirei os olhos a olhando e logo cruzei as pernas encima da cama.
- Oque está fazendo aqui, Mira? - Eu disse em tom frio como sempre.
- Eu meio que raciocinei um pouco e percebi que você pediu pra eu e a Kiro não irmos com você, mas não falou que a gente não podia vir para o Acampamento Olimpo, e cá estamos nós!
- Kiro também está aqui? - Perguntei ainda frio.
- Não... Depois de um desentendimento ela foi embora e eu não a vejo desde então...
- Ah sim... Entendi. Bom, preciso continuar minha missão... - Me levantei da cama e descalço fiquei em pé por um segundo procurando minha mochila e não achando ela, sai em direção a fora da enfermaria sem falar nada para Mira.
Quando fui para fora senti a luz do dia me queimar um pouco. Como aquilo era ruim e como eu estava diferente de quando eu estava no início do mês. Comecei a caminhar e por onde eu passava os campistas me encaravam. Alguns com medo, outros com ódio e alguns com admiração. Eu tinha salvado a vida deles. Por favor, né? Senti um tapa no meu rosto ao pensar nisso.
- Você não deveria falar isso! Os campistas aqui teriam tanta chance quanto você de lutar com aquele Drakon, você não salvou a vida deles, só não falhou em matar ele antes dele ser derrotado por algum campista aqui!
Dizia uma voz feminina com certa raiva de mim foi quando olhei para frente para ver quem tinha falado isso e logo vi ficando surpreso. Era um espírito. Ou melhor. Uma aura de forma feminina que brilhava na cor vermelha.
- Você nao devia falar isso... - Dizia uma aura branca de voz masculina do lado dela - Ele pode ter pavio curto...
- Quem são vocês? - Perguntei ficando sério enquanto encarava aquela aura vermelha.
- Os mesmos espíritos de ontem. Se lembra? - Disse a aura branca.
- Lembro. Que merda estão fazendo aqui? E quem é esse lixo que bateu na minha cara? - Disse com raiva na minha voz.
- Essa é minha mulher. Ex-Filha de Ares e atual morta. Peço perdão por ela...
- Vão embora... - Disse curto e grosso não deixando ele terminar de falar.
- Como quiser, my Lord. - Disse ele uma última vez antes dos dois desaparecerem na minha frente.
Respirei fundo e continuei a andar por aquele acampamento indo em direção aonde eu achava ser a área dos chalés e felizmente eu estava certo. Segui por todos os chalés indo diretamente em direção ao dos meus sonhos. Eu precisava chegar nele o mais rápido possível foi quando das sombras de um chalé que estava contra o Sol, saiu Alexandre segurando e jogando minha mochila para mim.
- Bom trabalho ontem... Resolvendo os problemas que você causou.
- Ta achando que fui eu que trouxe aquele Drakon para cá? - Disse o olhando o retrucando imediatamente enquanto colocava a mochila nas minhas costas.
- Não acho, tenho certeza. Antes de você chegar, nada disso tinha acontecido antes aqui.
Fiquei calado enquanto o olhava, ele tinha me deixado sem respostas.
- Cadê o resto do pessoal que veio fazer essa missão? - Disse aquilo sem me importar de verdade, simplesmente queria mudar de assunto já que eu tinha ficado sem resposta.
- Bom, quando você sumiu, Enzo assumiu a liderança e mandou a gente seguir com a missão em direção ao acampamento. Tivemos que pegar um avião e mesmo ele sendo filho de Zeus um raio atingiu o avião. Acho que ele ficou bem, mas Eliza está desaparecida e bem, sobrevivi por causa que Isabelle invocou um Grifo que salvou nos dois.
- E por que não foi até o acampamento com sua viagem nas sombras? - Disse enquanto prestava atenção na história e meio curioso, Eliza foi aquela idiotinha que tentou ser minha amiga, não liguei pro fato dela ter sumido e eu esperava que o Enzo estivesse morto, aí lembrei dos meus sonhos e lembrei que ele estava bem no Acampamento Divino.
- Você ta loucão? Isso fica em outro continente. Eu ia ficar sem energia no meio do caminho e ia acabar morrendo em um buraco das sombras.
- Ah...
- Enfim, finalmente chegamos nesse acampamento, oque faremos agora?
- Quando vocês dois chegaram?
- Faz dois dias.
- E acho que vocês deviam ir embora... - Disse uma voz tempestuosa e grave que vinha do outro lado. Ele estava na frente de um chalé com pedras marinhas.
Era um garoto um pouco menor que eu. Físico atlético e cabelos negros. Seus olhos eram verde-água e ele usava uma jaqueta de couro encima de uma blusa sem estampa azul, calça jeans um pouco escura e all star preto. Sua aura tinha um formato de um cavalo azul que ficava envolta e ultrapassava os limites do seu corpo mostrando que ele era extremamente poderoso.
- Quem é você? - Disse virando meu corpo para o lado dele o encarando com certa raiva do modo que ele tinha falado.
- Eu sou Neró. Filho de Poseidon.
- Seu primo Alexandre... - Continuei a encarar aquele garoto que agora se aproximava da gente.
- Infelizmente isso de ser irritante é de família... - Alexandre disse despreocupado.
- Eu estou falando sério, vocês causaram muitos problemas! Tem que ir embora...
- Problemas serão oque o mundo todo vão ter se a caixa de pandora for aberta!
- Jarro. - Corrigiu Alexandre.
- Pau no seu cu! - Disse eu e Neró ao mesmo tempo.
- Pra que fazer isso? - Ele sorria feliz que conseguiu provocar a gente.
Eu não tinha percebido mas todos nos falávamos em grego, fluente.
- Acho melhor você sair, esse assunto é entre eu e o parkinson alí.
- Parkinson? - Alexandre perguntou sem me entender fazendo uma cara de confuso - Ah sim, deus dos terremotos! Ele faz tudo tremer... Péssima piada.
- Já fiz piores... - Concordei.
- Enfim, eu acho que não só ele tem que ir, como você também estrelinha! - Ele disse se referindo a mim.
- Estrelinha? - Perguntou Alexandre novamente - Ah ta, filho da Deusa dos astros... Nossa, como vocês são ruins com piadas...
- VAI EMBORA! - Falamos ao mesmo tempo vendo ele entrar em um buraco que as sombras tinham feito e desaparecer.
- Agora voltando ao foco do assunto, você deveria parar de pensar em só no acampamento, se a caixa... Ou melhor, jarro, não for pego a tempo todo o mundo sofrera!
- E por que acha que o jarro de Pandora estaria aqui no Acampamento que fica perto do próprio Olimpo? O antigo ponto de poder dos deuses?
- Meus sonhos. Eles me mostraram esse lugar.
- Por causa de sonhos você veio para cá? E trouxe um Drakon? - Ele disse nervoso ficando na minha frente me encarando.
- É diferente! Oque está pensando? Eu sou filho de uma deusa das previsões, eu não sonho com isso atoa!
- Fala sério. Sua mãe é muitas coisas e seus irmãos outras coisas...
- Oque quer dizer com isso?
- Quero dizer que não é só por causa de seus sonhos que essa merda pode estar aqui!
Eu já estava com raiva dele quando em um ato impensado meu punho foi na direção do rosto dele e logo atingiu sua mandíbula o mandando para trás.
- Enquanto eu estiver aqui, é melhor não dirigir a palavra a mim!
Ele começou a rir. Tinha caído no chão e encarava o céu com seus cabelos grandes que nem o meu caído nos olhos. Ele pulou e logo ficou em pé enquanto me encarava e um pouco de sangue escorria da sua boca.
- Olha você, se achando superior... Por que sinto que essa não é a primeira vez que você faz isso desde que descobriu quem é sua Mãe?
Ele ficou sério e antes que eu percebesse ele me deu um soco incontavelmente forte na minha boca me mandando uns cinco metros para o lado. Levantei meio atordoado e tonto, ele estava mais forte do que eu, mas eu tinha meus truques. Fiz as sombras segurarem seus pés e elas levantaram ele o lançando contra o chão.
- Eu não me acho superior... Eu sou superior! Pelo menos a você eu tenho certeza!
Mais uma vez no chão ele riu e ficou de joelhos no chão me encarando, ele socou o chão e eu pensei que era de raiva quando abaixo de mim senti um tremor e em seguida eu recebi um golpe tão forte que só me lembro de água fervente batendo contra mim me levantando para sete metros do chão e logo eu caído com o corpo todo molhado.
- Assim que você é superior a mim? Caído no chão após receber um simples ataque? - A voz dele ecoava na minha cabeça e parecia vir de todas as direções.
Comecei a me levantar devagar. Eu não tinha muitas chances contra ele. Era 14:00hrs e o Sol brilhava forte, me deixando mais cansado. Dessa vez um milagre não ia me ajudar.
- Não é assim que sou superior a você... - Fiquei em pé um pouco tonto sentindo meus ossos doerem - É assim!
Meu corpo explodiu em névoa e por um segundo eu tive uma visão 360° e logo localizei ele. A névoa no campo começou a se multiplicar até tudo entorno de cem metros ser tomado por uma névoa densa e roxa. Meu corpo se juntou atrás dele. Aquela névoa me fazia mais forte. Dei um chute nas suas costas que o mandou para frente mas sem ele cair. Pulei na direção dele e dei um chute voador na sua nuca e ainda no ar dei o segundo chute na cabeça fazendo ele ir para o chão. Cai no chão e logo me levantei quando olhei minha mochila alí próxima. Eu queria tirar logo aquela roupa de seda, mas fiquei em posição de ataque vendo ele se levantar.
- Você é bom... - Ele dizia sarcástico sem parecer surpreso com oque eu fiz. Sua aura brilhava em um azul escuro mostrando ele estar com raiva de mim.
Ele ergueu um braço e quando abaixou ele rapidamente eu senti e vi tudo ficar mais escuro, não por causa da névoa, mas acima da gente o céu estava nublado de repente com o Sol tampado com nuvens de tempestade e logo eu sentia uma forte tempestade começar e molhar tanto eu quanto ele. Nesse momento eu senti um forte furacão começar jogando a névoa para longe e abrindo o campo de visão dele. Aquele vento me arrastava para trás quando eu vi que o vento rodiava ele. Ele estava fazendo um furacão envolta dele.
Não sei por que, mas aquilo me irritou. Eu só queria bater nele mas ele se demonstrava superior, eu queria ser mais forte, eu sentia meus joelhos falharem com a intenção de fazer eu me ajoelhar e cair. Ele vinha na minha direção enquanto o vento me mandava um pouco para trás e quando percebi ele estava na minha frente com um rosto de ódio.
- CHEGA! VOCÊS DOIS PAREM COM ISSO. AGORA! - Dizia uma voz rígida e forte gritando próximo da gente a uns dez metros.
Quando nos viramos para ver quem era, era Hercules junto de outros campistas ao seu redor nos encarando. O furacão e a tempestade tinham acabado quando eu vi vários cortes pelo corpo devido ao vento. Encarei o maldito Neró na minha frente que também me encarava e parecia tão nervoso quanto eu.
- Vocês passaram dos limites. Não é assim que se resolve uma intriga! Não no meio dos chalés! - Ele dizia se aproximando da gente.
- É você tem razão! - Neró dizia ainda me encarando estando a uns setenta centímetros de mim, com uma voz sarcástica. Parecia comigo.
- Oque originou essa briga? - Hercules dizia já estando do nosso lado ainda nervoso.
- A arrogância dele! - Eu e Neró acabamos por falar ao mesmo tempo um apontando para o outro.
- Seu... - Eu ia ofender ele quando ele disse mais rápido.
- Cala sua boca! Não é aqui que vamos resolver isso, não é conversando que vamos resolver isso!
- Mas pera... Não é conversando que se resolve as coisas? - Disae um campista meio perdido se aproximando.
- Não para eles. - Disse Hercules - Para pessoas iguais a eles, conversa é o melhor jeito de piorar tudo!
- E como eles resolvem isso? - Disse a mesma voz.
- Eu sei como... - Eu e Neró falamos ao mesmo tempo outra vez - Eu te desafio para um duelo!
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O Filho de Nyx - A Maldição Do Anoitecer
FantasyNathan Oliver é um garoto problemático que vivia uma vida normal em um colégio de tempo integral onde seu Pai um ex-astrônomo da aula de física. Após um incidente com um aluno onde ele acaba quebrando seu pulso e braço ele se ve obrigado a fugir com...