Capítulo 2

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Quando se tem vinte e dois anos e está solteira - e já foi noiva - sua família também tende a pensar que deve dar alguns empurrãozinhos em sua vida sentimental. Que talvez, você esteja com o coração  carregado demais para conseguir enxergar os tantos “pretendentes” que te cercam.

E lá estava eu, sábado a noite em casa com a família, ou quase isso. Era uma noite chuvosa, Luna havia escapado para a casa de uma das amigas, dormiria lá para uma festa do pijama; meu pai trabalhava e minha mãe finalizava o jantar na cozinha enquanto eu estava no sofá da sala fazendo “companhia” à um amigo do meu irmão mais velho

Edu estava com sua noiva, Marinês no outro sofá e eu ao lado de João Pedro, assistíamos um filme de ficção científica, não era algo ruim, eu amava aquele tipo de filme, mas na atual situação eu preferia estar em meu quarto lendo um livro.

Entenda o que aconteceu antes disso:

Eu havia passado o sábado fazendo faxina em meu quarto e depois de tomar um bom banho e lavar os cabelos o que  eu queria era minha cama e meu livro. Mas, Edu chegou com a noiva e o amigo, sabe!? Assim, como se não quer nada. Educada como sempre cumprimentei a todos e disse que iria para o meu quarto descansar, mas minha mãe, prestativa disse:

- O que são mais algumas horinhas por aqui!? - ela sorriu - Não seja mal educada com as visitas.

- Eles já são de casa, mãe!

- Ah sim, mas não vamos deixar o João de vela aqui, não é!? - ela sorriu, mais animada do que normal - E ele é um garoto tão bonzinho, vamos, faça companhia à ele.

- É, fica com a gente, gatinha! - Edu falou, piscando para mim.

Marinês e João me encaravam animados e minha mãe praticamente me jogava no sofá, não tive muita escolha. Ainda mais quando meu próprio irmãozão preparava minha forca.

A noite terminou da seguinte forma: Um encontro de casais para a próxima sexta-feira. Não, eu não era nada de João. Colega, talvez. Mas, o suposto “encontro de casais” era evidente, Marinês propôs que fossemos jantar juntos, de acordo com ela, éramos muito entrosados e seria divertido.

Meu irmão a um tempo vinha falando de João mais que o normal,  dizia que ele estava estudando direito e que ajudava a mãe a sustentar a casa, fora que tinha carro coisa e tal, um rapaz bem sucedido! E um ótimo cristão, garoto de Deus. Sim, meu irmão estava me arranjando um pretendente por mais que eu custasse a acreditar.

Em meu quarto eu já bolava uma ótima desculpa para não aparecer no encontro de sexta-feira, quando uma mensagem apitou em minha mente: sim! Eu tentava bolar uma enorme mentira. Não que eu me orgulhasse, mas eu só queria escapar de tudo aquilo! Devia ter um jeito, e tinha! Eu só precisava falar a verdade ou cumprir com minha palavra.

Em Mateus 5:37 diz: “Seja o seu falar:Sim, sim ou não, não. Pois, o que passar disso é do maligno”.

Depois do jantar e as insistentes palavras de Marinês eu havia dito:

- "Beleza! Nos vemos na sexta-feira, às sete!”

Ou seja, não poderia voltar atrás com minha palavra ou mentir!

O sorriso de João aumentou, Edu piscou para a noiva que me abraçou apertado. Eu poderia ser mais jovem, mas não boba! Sim, senhoras e senhores, eu estava sendo cercada por um casal de cupidos. Pobre João! Já havia sido fisgado pelo visto, e enquanto a mim!? o que faria para escapar de tudo aquilo sem constrangimentos!?

É melhor deixar para os próximos capítulos, naquele momento o quê consegui fazer foi me jogar na cama e pensar alto:

- "Deus! Me ajuda, Papai!”

Em Teu Amor (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora