Nada de Sorrir

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{Playlist - Ladytron - Seventeen}
{Trilha sonora\Abaddon - Lana Del Rey - Serial Killer}

Eu peguei pesado. Mais acho que um anjo tão perfeito, não deveria ter traído Deus. Ainda mais que, eu sou fruto de um novo pecado dele, na terra.

- Angel, você brinca demais - minha mãe disse. - Não brinque com Lúcifer, é sério. Ele está tentando ser um bom pai.

- Eu não estou me importando - disse, eu era meia fria as vezes. - Eu, eu não importo.

- Angel, o que aconteceu com você? - perguntou ela, quase chorando de culpa.

Do nada, senti algo saindo de dentro do meu corpo. Era Kan, ele estava mais bem vestido. De blusa regata branca, calça jeans rasgada, jaqueta preta e um tênis. Ele sorriu e me empurrou da maca. Sentou ao meu lado, minha mãe riu.

- Vou te dizer porque ela é assim - ele disse. - Filha de Lúcifer.

- Bem, faz sentido - suspirei.

- Na verdade, Angel está com a depressão aumentando - Kan encarou minha mãe. - Ela precisa voltar a se tratar. Eu sinto a dor dela, eu sinto as vontades dela. E as vontades, não são boas.

- Está me chamando de suicida? - perguntei, franzi a testa.

- Estou - respondeu ele. - Você é filha daquele demônio, não duvido nada. Angel, você está morrendo por dentro, é sério. Está tudo preto, é ódio crescendo.

- Eu não me importo com o que estou sentindo ou passando - revirei os olhos. - A minha vida virou um inferno mesmo.

- Angel... - interrompi ele.

- Estou morrendo mesmo - deixei as lágrimas caírem, da dor me tomar por inteiro. - Estou cansada, é a verdade. Meu pai me abandonou quando pequena, voltou agora. E minha vida só cai mais e mais. Minha amiga morreu... Morreu.

Coloquei a mão no peito e fechei os olhos. Deixando a dor sair, eu precisava desabafar.

- Filha, eu sei que é difícil - ela me encarou. - Eu sou culpada por tudo isso, sou sim. Eu não deveria ter me relacionado com seu pai, com Lúcifer. Eu...

- Mãe, mãe, para - disse. - O que aconteceu, aconteceu. Não tem como voltar. Você era jovem, ninguém pode segurar o amor, eu acho que era isso.

- Isso mesmo, ninguém tem culpa de nada - disse Kan. - Mais essa dor não pode voltar. Ela tem que parar. Sua saúde corre risco, sua mente corre risco.

- Eu não consigo controlar - suspirei. - Não consigo.

- Eu vou te ajudar - Kan sorriu, doce - Quer ajuda ou pode resolver tudo?

- Quero ajuda - aquilo saiu rasgando da minha garganta.

- Então vou ajudar, vamos todos ajudar você a voltar a viver - ele apertou minhas bochechas. - Coisa linda do Kan!

- Para - ri.

- Não consigo, você é um docinho - ele piscou para minha mãe. - Claro, nada veio de Lúcifer.

- Obrigado - dona Diana sorriu.

Revirei os olhos, Kan era meio bipolar. Ou louco. Aniel apareceu, vestido de médico. Kan soltou uma gargalhada.

- Que merda é essa? - perguntou ele, vermelho de alegria.

- Irei cuidar da minha criança - Aniel me encarou. - Não confio nos outros médicos. Podem ser demônios.

- Entendi - Kan suspirou.

Aniel fez uma cadeira aparecer. Ele puxou e se sentou. O cabelo dele era atrativo para mexer.

A Lei De LúciferOnde histórias criam vida. Descubra agora