A Lei De Lúcifer

Hora Errada

{Playlist - Melanie Martinez - You Love I}

Eu acabei contando algumas mentiras para Elyl. Na verdade, eu nem deveria contar nada, ele é meu peso e carma. Enquanto minha mãe bajulava o garoto traidor, eu observava Lúcifer.

Eu sinto meia sem noção e deslocada. Agora entendo porque Elyl perguntou se era meu primo. Lúcifer tem a face de um adolescente. Ele parece um irmão mais velho. Ele não tem barba, não é um monstro musculoso, é médio. Ele é um jovem. Igual Leviatã e os outros. Essas coisas pecaminosas não envelhecem. Minha mãe também não parece ser uma mulher formada. Ela parece uma garota de colégio, mais claro, tem o ar sério de uma mulher de trinta e oito anos.

Mais Lúcifer, é um jovem por completo. Deve ser mais velho que Edward de Crepúsculo. Sem dúvida. Meu pai, Lúcifer, deve ter uma fonte da juventude. E não é feio não.

Me levantei do sofá, encarei Yekun que já estava cansado daquela visita.

- Elyl, eu sinto muito dizer isso. Eu preciso que vá embora - disse.
- Angel! - dona Diana disse.

- Tudo bem, Diana. Sei que ela não quer manter contato comigo - Elyl levantou, fazendo cara de dor. - Eu entendo. Já vou.

- Me desculpe por ser grossa - suspirei. - Mais você sabe que não somos amigos.

- Eu sei - ele disse.

Elyl se despediu da minha mãe. Eu não quero que seja como antes, não mais.

Quando ele saiu, ela me encarou, com sangue nos olhos.

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Já fazia alguns minutos que Elyl tinha vazado. Já faz dois dias ou um pouco mais que eu não vou para o colégio. Eu vou voltar. Agora resolvi continuar minha vida, quero reconstruir meu sonhos. E sabe, eu tenho uma lista. Sério, enorme. Antes dessa loucura acontecer, eu queria ser uma desenhista. Famosa em Paris e etc. Adoraria.

- No que está pensando? - fui surpreendida por Halehau.

Ele estava ao meu lado, no sofá. Tenho que colocar um sino em todo mundo dessa casa.

- Deveria bater na porta - disse.

- Sou bem vindo - ele sorriu.

- Não é não. Deixa Lúcifer te pegar aqui dentro - suspirei.

- Ele não vai fazer nada. Pode acreditar querida.

- Como tem tanta certeza?

- Olha só - ele piscou.

Quando Samyaza apareceu, pensei que iria quebrar a cara do convidado estranho. Mais ele caminhou na nossa direção e surpreendeu Halehau com um abraço apertado.

- Pai, para com isso - Halehau disse, me fazendo gritar.

Não era um grito de susto, era de medo e surpresa. Arregalei meus olhos, é mentira.

- MÃE - gritei, dando passos para trás, chocada.

Minha mãe apareceu só de toalha e toda molhada. Opa, hora errada. Ela desceu a escada correndo, meia sem jeito.

- O que foi garota? - segurou meus ombros. - O que aconteceu?
- Me diz que Halehau não é filho de Samyaza - minha voz falhava.

- É sério? Deixaram ela saber? - encarou eles dois. - Agora Angel está chocada com isso.

- É melhor fazer um chá antes que a garota capote - disse Samyaza, suspirou.

Minha mãe foi para a cozinha. Mesmo de toalha e toda molhada, se preocupa comigo.