Masoquista

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Lúcifer foi embora todo vermelho depois que abracei ele. Espero não ter feito nada de ruim. Eu espero.

O intervalo estava horrível, até a diretora anunciar um torneio de esportes no colégio. Os garotos faltaram tirar a roupa em comemoração. Esperamos isso muito tempo. O colégio nosso, nunca entrou em torneio. Os garotos vão adorar acabar com outra escola. Eu também. Não gosto muito de esportes, mais se me der uma peteca, acabou. Ninguém me segura. Ninguém.

Halehau estava pondo a gente em total vibe. Os garotos estavam praticando futebol e outras coisas. As garotas, peteca e queimada. Talvez um vôlei. Eu sei que entrei no grupo de peteca. Que dizer, badminton. Meu amor do coração.

- Katherine, Meg e Elizabeth, no grupo vermelho - disse Halehau.

Claro, elas são de outra sala, estão na minha frente. Eu sou atrasada. Por isso, fiquei no grupo azul. A guerra está feita.

- Comecem - Halehau disse.

Katherine sacou, foi assim que começou um ótimo jogo. O grupo azul já estava com cinco pontos. O vermelho, sete. Eu não vou perder para Katherine. Até os garotos pararam de jogar para observar a gente.

Quando vi, tinha feito uns cinco pontos. O grupo de Katherine perdeu. Bem no final, deixei a bola escapar da minha mão, bateu na cara do garoto novo. Que estava sentado na arquibancada, vendo tudo.

Halehau correu para socorrer o garoto. Coitado. Eu sou muito desastrada mesmo viu. Peguei minha mochila, para sumir logo dali. Mais algo me fez travar. No lado, canto da boca dele, vi um sorriso. De prazer. Então é isso, o garoto é um sadomasoquista.

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A aula de história estava me deixando com dor de ouvido. Essa professora só sabe falar. Abaixei minha cabeça e deixei o sono me levar.

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Acordei em uma casa. Eu estou sonhando. Comecei a andar, tentando sair dali. Até ouvir risos de um quarto. A porta vermelha me atraiu. Quando entrei, vi um garoto. Ele estava nu, de joelhos na cama, passando a mão no cabelo. O corpo cheio de sangue. Na mão direita, um coração. Senti ânsia de vomitar. O corpo dele, cortado, no pescoço, uma corrente de ferro. Ele mordeu o braço, fortemente, emitiu um riso. Estava feliz com aquilo. O garoto se levantou, veio na minha direção, cheguei para trás. A porta se trancou sozinha. O garoto tocou meu rosto, com a mão cheia de sangue. Era estranho, eu não conseguia ver o rosto dele direito. Ele sorriu, me deu um beijo na testa.

Seu sorriso se tornou sádico. Ele puxou meu braço e me jogou na cama. Tirou a corrente do pescoço e colocou em mim. Começou a tirar minha calça, tentei pedir socorro, nada. Quando conseguiu o que queria, pegou uma faca e começou a me cortar na perna. Era como se meu coração estivesse sendo tirado. Meu corpo ardia e sangrava. Ele batia no meu rosto. Sempre rindo. Prendeu minhas pernas nas dele. E aquela facada no peito, foi o final de tudo. Todo meu sofrimento. Ele me matou.

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Dei um grito ao acordar. Eu estava na sala de aula. Todos me olhando, até a professora.

- Angel, você está bem? - ela perguntou, preocupada.

- Não - respondi.

Ela me liberou para tomar um pouco de ar. Fui em direção ao refeitório. Preciso de água.

Pelo caminho dos corredores, vejo muita gente matando aula. Vejo até aquele idiota do Josh. Bebendo água, ele me viu.

- Angel - ele entrou na minha frente, ridículo.

- O que você quer? - perguntei.

- Conversar - ele respondeu.

- Não tenho nada para conversar - suspirei, coloquei a mão na cintura, que idiota.

A Lei De LúciferOnde histórias criam vida. Descubra agora