A Lei De Lúcifer

Chão Frio

Não senti dor, não senti nada. Mais senti um grande barulho. Meu corpo havia batido no chão, fez um buraco enorme em baixo de mim. Só que, não havia dor. Eu não senti coisa alguma. Maldita hora que fui ser filha de Lúcifer. Maldita hora. Levantei meu olhar, em cima de mim, estava Kan. Suado e sangrando na testa. Ele soltou um sorriso.

- Kan - susurrei, toquei seu rosto.

- Não faça mais isso, eu sinto sua dor, idiota - ele disse, com dificuldade. - Quase perco um dos meus rins.

- Você me segurou? - perguntei.

- Sim. Abracei você, te dando proteção - ele respondeu. - Faz mais isso não, por favor.

- Me desculpe - as lágrimas escorreram. - Ele não me deu escolha. Não me deu.

- Ele sumiu, fica tranquila - Kan disse, beijou minha testa.

- Ele fingia ser Miguel. Ele me abraçou, me tocou. Eu não quero que ele toque em mim - disse, cerrando os punhos.

- Não vai. Mais isso é estranho - Kan se ajoelhou, saindo de cima do meu corpo. - Miguel existe, não é uma alucinação.

- Então onde ele está? - perguntei.
- Não sei. Mais ele permitiu aquele idiota usar o rosto dele. Talvez esteja escondido, esperando a hora certa - disse ele, franzindo a testa.

- Kan - disse, ao sentir meu nariz sangrando, de novo não.

- Vem - ele me pegou no colo. - Você deve ter alguma síndrome da hemorragia.

Quase me fez rir, se eu não estivesse tão mal.

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Kan só parou de limpar meu nariz quando Lúcifer entrou pela porta, carregado por Samyaza e Yekun. Minha mãe atrás, suando frio. Lúcifer empurrou os dois.

- Onde estavam? - perguntou Kan, desafiando a paciência de Lúcifer, até demais.

- Ele procurou pelo irmão gêmeo de Abaddon - disse Yekun. - Mais não encontrou nem rastro.

- Talvez porque ele estivesse aqui - Kan bateu o pano no sofá. - Angel teve que pular da janela, ainda bem que segurei ela. E ele usou o rosto de Miguel esse tempo todo.

- Então, onde está Miguel? - perguntou Leviatã, surgindo atrás de Yekun.

- Não sabemos! - disse Kan, nervoso. - Só sei que, Angel bateu no chão, igual pedra quando joga no lago. E cadê Aniel? Halehau?

- Aqui - Halehau apareceu, atrás de mim, junto com Aniel.

- Angel quase morreu e vocês sumiram. E aquela história dessa mansão ser impenetrável? - Kan levantou, suando de raiva. - Eu quase perdi um rin!

- Vamos conversar sobre isso - disse Lúcifer, ele suspirou.

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Fui rápida ao me arrumar. Minha mãe não deixou eu voltar a estudar. Mais eu, quero voltar. Toda hora, todo dia.

Peguei minha mochila e pulei da janela. Com ajuda de uma corda feita de roupas. Comecei a correr para fora daquela imensa casa. Eu sempre fazia isso quando fugia para algumas festas. Só para agradar Josh. No final, ele era super feroz naquela coisa, me deixava nervosa. Eu queria amor, não um buraco em mim. Balancei a cabeça, tentando esquecer aqueles gemidos frustrantes no meu ouvido. Corra Angel, corra agora.

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Chego muito cansada no colégio. Tenho que fazer de tudo para não ver aquele grupo de demônios. Claro, ao saber que fugi, vão vim no rastro. Então disfarça, respira e disfarça.