Veneno

658 56 0
                                    

Ele me levou pra uma sorveteria. Eu nem sei o nome dele. Estou tão cansada para ficar brincando de amor com professor. Porque, é isso que parece para mim.

- Ok, você gosta de que sabor? - perguntou ele, sorrindo.

- Professor... - estou entrando em crise de loucura.

- É Halehau - disse ele.

Na hora, tive uma crise de riso. Todos ali, ficaram me olhando. Não, quem chama Halehau?

- Estou ficando com vergonha - ele sussurrou, se segura.

- Me desculpe, não deu para segurar - ri. - Quem chama Halehau? Quem?

- Eu, eu me chamo Halehau - ele respondeu, agora, sério.

- É tipo ralé de carro? - coloquei a mão na boca, me segurando.

- É tipo aleluia - ele revirou os olhos. - Agora, fica parada.

- Tudo bem, desculpe - suspirei.

Halehau escolheu os sabores. Eu estava vermelha de tanto rir. Sentamos em uma mesa mais afastada, por causa do meu surto imenso. O sorvete estava incrível, eu nunca ouvi falar desse lugar.

- Desculpe pelo show. É que, eu nunca vi nome assim - sorri.

- Nome de anjo - ele disse.

Meu coração travou, nome de anjo, nome de anjo. Anjo?

- Não faz essa cara, pelo amor de Deus. Parece que viu um demônio, credo.

- Anjo?

- Eu sou igual você, Angel. Filho de um anjo, com uma humana. Minha mãe era uma caçadora de anjos e demônios. Acabou encontrando meu pai. Sabe, eu tenho motivo para está aqui.

- Quer me matar?

Aquilo saiu mais como um pedido, do que pergunta. Ele deitou o queixo em cima das mãos. Que sinistro.

- Não, quero te ajudar. Minha mãe, me disse, na época, que teria uma guerra. Por causa de uma descendente, igual você. Ela pediu para eu te achar, te vigiar e cuidar. Ela falou que você seria uma ótima jóia pro mundo.

- Eu não aguento. Onde vou, tem alguém envolvido com demônios e anjos. Cansei.

- Fica calma, eu também achava horrível ser perseguido.

- Você também foi perseguido?

- Sim. Sabe, minha mãe me escondeu bem. Quando me acharam, eu já podia matar todos, já tinha controle. Então, de quem você é filha?

- Lúcifer.

Helehau cuspiu o sorvete. Ele não sabia? Sério?

- Não acredito. Eu não posso cuidar de alguém, que é filha do demônio. Não tenho porte.

- Eu sei, não precisa. Não quero te obrigar nada, não.

Me levantei da mesa, eu estrago tudo, como faço isso?

- Ei - ele segurou meu braço. - Senta, não precisa ir embora.

- Eu não posso - disse.

- Fica, por favor - ele implorou.

Sentei de novo, depois de um longo suspiro. O que ele quer?

- Nunca pensei que Lúcifer fosse ter uma filha. Ele é tão mal.

- Não fala assim dele.

- Você não gosta dele.

- Para de ler minha mente, que saco, merda. Poxa!

A Lei De LúciferOnde histórias criam vida. Descubra agora