Capítulo 14 - De Volta a Lumbras

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Henry Narrando

22 de fevereiro, quarta

- Desnecessário a gente vir aqui hoje. - Falei cruzando os braços - Tenho duas atividades para terminar que tenho que entregar amanhã..

- É uma ordem direta do rei, se ele solicita sua presença, então ele terá sua presença. - Lyra me respondeu enquanto caminhávamos sobre Lumbras.

- Foda se o que o rei quer. - Falei enquanto entrávamos em uma pequena padaria.

- Sabe que se fosse qualquer outro a dizer isso agora, eu poderia executá lo sem piedade, não sabe?

Eu lhe dei um sorriso ao pararmos no caixa. Um homem de cabelos vermelho escuro se aproximava.

- Sei, sorte minha que não pode. - Falei baixo e logo em  seguida sorrindo.

- Filho da mãe. - Sussurrou.

- Que é a rainha. - E dei de ombros saindo vitorioso.

   O homem se pos a nossa frente e logo perguntou:

- O que desejam?

  Lyra apenas se inclinou para frente e então disse baixo:

- A passagem.

O homem agora sério assentiu com a cabeça.

- Sigam me. - Disse baixo enquanto olhava em volta.

Lyra fazia o mesmo que ele enquanto caminhávamos para dentro.

  Entramos em uma sala e seguimos até um tipo de galpão onde ficavam ingredientes para pães em várias prateleiras.

  O padeiro puxou uma um carrinho com prateleiras que iam até nossa altura, a empurrou para um canto e se abaixou, tirou uma chave do bolso e a encaixou em uma fechadura que ficava a apenas dois palmos do chão. Houve um estalo e logo que o homem tirou a chave, a parede recuou para trás e foi para o lado desaparecendo por total depois de três segundos.

- Nossa. - Falei olhando para o extenso corredor cercado por metal em todos os lados. As luzes ali se ascendiam uma seguindo a outra.

- Essa é uma das últimas passagens criadas, são poucos os que sabem de sua existência, o que convenhamos, é ótimo caso aconteça algum ataque ou algo do tipo. - O homem me disse.

Assenti com a cabeça mostrando compreensão.

- Vamos. - Lyra disse já entrando e me puxando pelo pulso.

O som de nossos passos ecoavam pelo espaço devido a superfície. Não chegamos a andar muito. Cinco minutos mais tarde já víamos a saída.

   Haviam dois botões na parede junto a duas portas que mais pareciam com a entrada de um elevador.

- Qual botão? - Perguntei já levantando o braço.

- Eu sei lá. Os dois são idênticos. - Respondeu dando de ombros. - Aperta qualquer um.

- E se der merda? - Perguntei temeroso.

Lyra me lançou um meio sorriso debochado.

- Foda se. Você sempre sai impune de tudo mesmo..

- Está na hora de alguém lavar a boca aqui. - Falei me referindo ao seu palavrão.

  Lyra levantou uma sobrancelha e mostrou me o dedo do meio de sua mão esquerda.

Eu revirei os olhos e então apertei o primeiro botão. As portas se separaram dando nos visão para a cozinha onde pelo menos uma dezena de empregados trabalhavam.

O silêncio tomou o espaço quando fomos notados.

- Lord Henry. - Disse um dos cozinheiros se curvando e sendo seguido por todo o resto que fez o mesmo.

- Boa noite. - Falei.

- Deseja algo? - Outro perguntou.

- Ah, não.. - Respondi deixando a passagem e adentrando no espaço com Lyra sempre ao meu lado. - Não liguem para nossa presença, já estamos de saída. - e com isso peguei a mão de Lyra e caminhei para fora dali.

Como eu quase não ia à aquela parte do castelo, ficava confuso com a localização dos cômodos por ali,  mas menos de um minuto mais tarde eu consegui me encontrar novamente. Começamos a caminhar num corredor deserto em relação a pessoas, apenas se ouvia o som do vento entrando forte pelas janelas e as cortinas pesadas levemente sendo balançadas.

- O que será que ele quer? - Perguntei a Lyra de repente.

- Deve estar sentindo sua falta e quer vê lo. - Respondeu me baixo.

Dei um meio sorriso sem humor algum.

- Meu pai? O rei de Lumbras, Senhor dos Senhores das Trevas, o todo poderoso sentindo falta do seu filho? - Havia claramente indignação em minhas palavras.

- Um pai não pode querer ver o seu filho? - Perguntou me parando de repente. Parei também e a encarei. - Por que não pode acreditar nisso?

- Você sabe, Lyra. Você sabe muito bem como é o Senhor de Lumbras. O reino é o seu tesouro mais precioso, ele só lembra de mim quando lhe passa à mente que um dia serei eu a tomar seu lugar e governar o que é me herdado por direito.

- Esse é o dever de um rei, Henry. - Sussurrou séria mas ainda assim deixando escapar um leve tom de tristeza em suas palavras. - Ele deve por o reino acima de tudo, até de sua família.

  Bufei desviando os olhos dela por um momento e depois voltando para os mesmos.

- E é por isso que não quero ser rei. - Falei.

- Mas vai. É o seu dever. Aceite o enquanto é cedo. - Alguém disse atrás de mim.

Ao me virar, tive tempo o suficiente ainda para vê lo abandonar a forma de sombra para se converter em um igual.

E lá estava, um homem alto, de barba rala bem feita, cabelos mesclados do vinho ao vermelho vivo e profundos olhos castanhos dourados. Esse era o rei da bagaça toda.

-E aí, pai? - O cumprimentei sorrindo mas já esperando a bronca.

- Majestade. - Lyra disse se curvando.

- Lyra, você pode nos dar licença, por favor.

- É claro, Majestade. - Ela respondeu doce.

Eu a encarei implorando para que não me deixasse sozinho enquanto ela apenas me olhou feio e saiu andando.

- Henry, venha comigo. - Meu pai pediu

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To postando dois mas lembro sempre q isso não será costume, é só pq um é muito continuação do outro e estou adiantada.

Obrigada aos parabéns que li. Não tive tempo de responder mas agradeço. Muito gentil da parte de vcs.

Fico feliz do livro estar indo bem, eu sinto como se fosse a primeira vez que estivesse postando algo aqui e fico ansiosa com as reações das pessoas kkkkkkk

Os Senhores: O Segredo De AureatusOnde histórias criam vida. Descubra agora