Capítulo 68 - Ciano e a Flor

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Narrador - 7 de maio, segunda feira.

Em Valaurea, o céu era limpo, o sol brilhava forte e havia um arco íris imenso atravessando o céu.

  Uma jovem mulher de cabelos compridos verde pinheiro e cachos volumosos pousava para uma pintura. Seu vestido longo era branco com renda em algumas partes, tinha um decote não muito discreto.

A brisa balançava as árvores dentro dos limites do castelo. Uma pétala rosa de um ipê ali caiu no cabelo do jovem que assistia a moça de longe. Ele tinha seu corpo apoiado no tronco daquela árvore.

- Até quando vai ficar aí me observando, Cyan? - A moça perguntou. Seus olhos estavam fechados até então, mas já o tinha sentido ali parado faz um tempo.

O jovem se pôs ereto e deu alguns passos para frente. A garota abriu seus olhos revelando um lilás ali.
Encarando a flor em sua mão, ela disse:

- A reunião chata de homens já terminou?

O jovem sorriu para a mesma se aproximando dela.

- Sim, minha irmã. - Respondeu ele.

A garota o encarou arqueando uma de suas sobrancelhas verdes.

- E o que ficou decidido sobre a garota?

- Nosso pai e os dois reis do Império da Mente chegaram a conclusão de que a garota não é uma ameaça. - As palavras do garoto fizeram a jovem se levantar e levantar a mão em direção ao pintor que parou sua obra, fez uma reverência aos dois ali e se afastou. - Eles estão ansiosos para a ascensão da mesma ao nosso mundo.

- Deixe me adivinhar... - A jovem disse olhando para a flor em sua mão mais uma vez. - Eles acreditam mesmo que ela trará o restante dos Senhores das Estrelas à Aureatus.

- Mais do que isso, Dália. - Cyan disse enquanto os dois iniciavam uma caminhada pelo jardim do palácio. - Eles esperam com isso, que algumas questões adormecidas deem o ar da graça mais uma vez.

Dália puxou a saia de seu vestido por um momento e continuou a caminhar ao lado do irmão com toda sua graça.

- Está falando dos velhos boatos sobre os Senhores das Trevas, não? - E encarou o príncipe pelo canto do olho.

- Sim. - Cyan assentiu jogando seu cabelo para o lado. A pequena bagunça ao alto de sua cabeça o tornava ainda mais charmoso. - Sabe que eu acredito neles.

Dália encarou o irmão.

- Você é um fanático, obcecado por qualquer coisa que tenha relação nem que seja mínima por Lúminas. - A firmeza em suas palavras era claramente perceptível.

- Eu prefiro o termo "admirador" - Corrigiu Cyan gentilmente. - Daria o que fosse preciso para ver um Senhor das Estrelas usando seus poderes diante de mim. - E suspirou.

Um momento de silêncio. Apenas se ouvia os passos dos dois pela grama recém cortada.

- Bem, queria dizer que também acredito nos boatos. - Dália disse de repente. Cyan levantou uma das sobrancelhas não acreditando no que ouvia. Dália continuou encarando uma árvore ao longe enquanto falava. - Como pode os cinco reinos viverem em perfeita harmonia pela eternidade? É claro que em algum momento, haveria de ter algum conflito. - Ela parou fixou seus olhos no irmão. - As histórias dizem que fomos abençoados pela mãe natureza que nos deu mil anos de vida, uma terra cheia de riquezas e dons, dons esses que na verdade, são maldições.

- Maldições? - Cyan pareceu confuso.

Dália assentiu encarando aqueles belos olhos azuis do garoto.

- Eles substituem as armas. - Ela sussurrou. - Não se esqueça, ainda somos humanos, humanos com mais tempo de vida, com mais riquezas e mais poder. Ainda assim, pense: Isso tudo ainda muda nossa natureza?

- Do que está falando, Dália?

Dália lhe deu um pequeno sorriso é sussurrou:

- Você sabe qual a diferença real entre humanos normais e nós? É que nós temos mais recursos para entrar em guerra. - E se afastou para continuar sua caminhada. Cyan a seguiu curioso. - Quanto ao egoísmo, a vaidade, a inveja... tudo continua igual.

- Mas sabemos controlar isso. - Ele foi rápido em lembrar.

- Sabemos? - A garota levantou uma sobrancelha. - Todos nós? Em todos os momentos? - Ela negou com a cabeça. - Minha teoria é de que alguém se zangou com algo ali. - Disse se referindo ao incidente de Lúminas de dez mil anos atrás. - Quem sabe um rei nunca tenha gostado de outro, ou sentia inveja... - Dália se virou para o irmão e abriu um sorriso travesso. - mulheres.

- O quê? - Perguntou Cyan. A aquela altura da conversa, ele só ouvia o que a irmã tinha a dizer. Ele sabia o quanto ela era inteligente, a mesma costumava acertar com frequência suas suposições.

- Eu aposto que um queria a mulher do outro. Não digo nada se o rei de Lumbras não estava tentando se vingar por algo do tipo, também.

- Sua mente vai longe demais, às vezes. - Sussurrou o garoto ainda que o mesmo também estivesse pensando seriamente na possibilidade.

Dália mordeu o lábio.

- Confie em mim, Cyan. Tem muita coisa por baixo dos tapetes que escondem os fatos do tempo. Mas logo vamos saber, é só questão de estarmos por perto quando a bomba estourar.

- Sei que está armando alguma coisa, irmã. O que pretende? - Perguntou o príncipe.

Um momento de silêncio.

- Quando Lúminas tiver seus filhos de volta, os velhos boatos voltarão a vida mais do que tudo. Os Lumbrianos terão medo de um possível conflito com o reino da Luz. Aposto que os reinos restantes se aliar a um dos lados em algum momento. - Ela olhou para cima onde o último pedaço de terra de Valaurea flutuava. - Com a vinda da verdade, uma guerra poder ser evitada ou até iniciada. Devemos estar preparados para tudo e proteger nossa fonte. Eu tenho um plano.

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Minha última nota saiu essa madrugada. Estou de férias. Amém. Foi o pior semestre que tive em três anos. Falta um ano e meio. :)

Well, acabei de fazer o capítulo. Saiu bem curto mesmo pq era meio que uma apresentação dos dois irmãos. Lembrem-se deles.

Os Senhores: O Segredo De AureatusOnde histórias criam vida. Descubra agora