Capítulo 54 - Encontro (part3)

1.6K 268 92
                                    


Narrador

Era muito bonita. Brilhava iluminando todo aquele escuro. Meio vermelha, meio branca. Não dava para saber perfeitamente a cor. Quem sabe algo perto de branco avermelhado

Seja lá o que fosse aquilo, flutuava na mão de Henry. Encantava os olhos de London.

- Isso é luz? - London perguntou com os olhos esbugalhados. - Você pode fazer luz?

- É luz e não é, e é algo que todos os Senhores das Trevas podem fazer.

- Mas como... ?

- Pode aproximar a mão se quiser. Não precisa tocar, você já vai sentir só de chegar perto. - Disse ele baixinho.

Em silêncio, a garota fez o que lhe tinha dito. Não entendia o que Henry pretendia com aquilo mas o fez mesmo assim, pois a curiosidade falou alto.

Logo sentiu algo lhe tomar. Era uma mistura de sensações. Alegria, amor, paz.. apenas coisas boas. Era quente, lhe tomava, lhe fazia sorrir, sentir esperança, calma.

- O que é isso? - Sussurrou encantada.

- É parte da minha alma. - Henry disse baixinho. - Uma parte da minha essência.

London o encarou surpresa. Afastou a mão gentilmente e permaneceu em silêncio esperando uma explicação.

- Antigamente muitos acreditavam que um Senhor, fosse ele de qualquer um dos reinos, era um instrumento de sua própria natureza. Controlado por esta. Com o tempo, notamos que nós não somos os dominados mas sim os dominadores. Estamos apenas abaixo da maior força que conhecemos ao qual chamamos de destino, de universo..

- E o que isso tem haver com esse negócio aí de dominadores? - London perguntou apontando para aquela bola luminosa em pleno ar.

- Acontece que, no caso dos Senhores das Trevas, para que possa dominar a escuridão, é preciso que aqui dentro - E pos a mão no peito esquerdo. - haja luz. - London o encarou confusa. - as trevas são o lado ruim do mundo, London. Elas são o ódio das pessoas, a mágoa, a tristeza, a depressão, os atos de crueldade.. para conseguir controlar tanta coisa ruim, nós, Senhores das Trevas, precisamos nos lembrar que somos como os outros Senhores. Somos gentis, amamos, nos alegramos, sorrisos.. que também temos um lado bom.

- Acredito que seja difícil isso, às vezes. - Ela refletiu. - Digo, quem vive com tanto contato com as trevas, às vezes pode..

- Se sentir só, se sentir um pouco triste.. - Henry continuou. - É, é bem isso. Temos que tomar muito cuidado para que as forças que controlamos não nos tomem.

- Incrível.

Henry sorriu.

- Desculpe me por não explicar o porquê de estarmos aqui antes. Queria que ficasse surpresa.

- Você conseguiu. - London sorriu.
- Ainda não acabou. - Ele se sentou no chão e então se deitou deixando sua luz descansar no vácuo - Vem.

London apenas o seguiu fazendo o mesmo. Queria saber o que mais poderia ter ali.

- Responda me algo - Pediu baixinho quando já estava deitada ao lado do garoto e seus olhos se mantinham atentos aquela luz. - Por que tivemos que vir pra cá? Não era só esperar anoitecer para que pudesse me mostrar?

Henry suspirou diante daquelas palavras. Ainda haviam detalhes a serem contados.

- Para que um Senhor das Trevas consiga liberar o que você vê, é preciso escuridão total. Chamamos esse ato de efeito ing e ang. - Henry apontou para o breu. - Minha teoria é de que um não existe se não existir o outro. Nunca haverá só luz, nunca haverá só escuridão.

- Sem dúvida, é uma ótima teoria. - London sussurrou parecendo pensar no assunto.

- Eu tenho mais uma. - Lembrou. - Eu seriamente acho que isso também ocorre com Senhores das Estrelas. Vocês precisam ter um lado obscuro para poder lidar com a luz que controlam.

- Está dizendo que eu tenho um lado 'darkness' da vida? - London riu.

- Tipo isso. - Ele sorriu junto. - E acredito que assim como muito breu pode cegar, muita luz faz o mesmo.
- Faz sentido. E esse papo todo me deixou com fome. - London disse passando a mão na barriga.

Henry riu. Riu alto.

- Não é engraçado. - London o fuzilava com os olhos. - É triste. Meu lado 'sadness' está gritando com o buraco negro que está se formando aqui dentro. - E passou a mão na barriga novamente.

Henry mudou de posição nesse momento virando seu corpo para o lado, ficando de frente para a garota. Ele a encarou de um modo que ela não conseguia distinguir.

- O que foi? - London perguntou baixo enquanto tentava decifra lo.

- Tá muito grande o buraco negro ou você pode aguentar um pouquinho? - Ele perguntou baixo.

- Dez minutos ou quinze é o meu máximo. - Disse pensando sobre o assunto.

- Dá pra fazer muita coisa em quinze minutos. - Henry disse claramente pensativo.

- Como o que?

  Silêncio.

London soube a resposta no segundo seguinte. Fechou os olhos em algum momento.

Henry puxou a para mais perto pela cintura e intensificaram se ali.

A luz avermelhada tornou se mais radiante, brilhante assim iluminando o quarto com mais vigor, mas nem Henry ou London notaram o que acontecia a sua volta. Talvez estivessem ocupados demais para isso.

- O que foi? - Henry perguntou quando London se afastou por um momento parando o beijo bruscamente.

- Acho melhor a gente sair daqui antes de continuarmos.. - Ela sussurrou.

- Está com medo de algo a mais acontecer? - Henry perguntou com malícia. - Que pensamentos pervertidos ocorrem na sua mente, ahn?

London desviou os olhos desse por um momento, estava sem graça pela impressão que tinha dado. Ela se levantou logo em seguida pondo se de pé descendo o olhar até o chão onde o garoto ainda se mantinha deitado e agora a encarava confuso.

- Se você acha isso, então tudo bem. - Era um modo de desviar do mal entendido e ainda transferir aquela sensação de estar sem graça para ele.

- Não, não é isso.. - Henry disse se pondo de pé. Ele tinha caído nas intenções de London.

Ela balançou os ombros.

- Vamos comer algo. Estou com fome. - Disse já caminhando para fora da sala. Agora, de costas para Henry, enquanto girava a maçaneta, ela sorriu de canto.

Quando London deixou a sala, Henry encarou a sua própria luz como se olhasse para o nada. Sua expressão era uma total confusão.

Ele suspirou e pegou sua essência que agora tomava o cômodo com uma cor que transitava do vermelho para o roxo. Tudo se tornou breu com exceção a entrada cuja luz adentrava graças a porta aberta.

Em silêncio e ainda confuso, Henry foi atrás de London.

-----------------------

Gente, eu não sabia como terminar aushaishaushais odeio isso. O treco inteiro pronto e não sabia como terminar.

Teve gente que pensou coisas pervertidas no cap anterior kkkkkkkkkkkkk adorei. Ainda quero escrever partes mais intensas nesse sentido, mas esse livro não vai ter foco nisso, pois já estamos na reta final.

Adorei os comentários no cap passado. Ri muito ❤

Os Senhores: O Segredo De AureatusOnde histórias criam vida. Descubra agora