Capítulo 53 - Encontro (part2)

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Narrador.

Era preciso atravessar a Cidade para chegar até onde Henry queria. London levou um susto quando eles chegaram até uma grande e luxuosa carruagem branca e dourada com dois cavalos negros e um colcheiro de cartola preta.

- Um reino tão moderno que possui veiculação tão antiga.. - London refletiu em voz alta. - Essa é nova pra mim.

Henry sorriu para ela.

- Lumbras é muito mais do que aparenta, é só saber olhar. - Disse ele.

Os dois entraram na carruagem. Não demorou muito tempo até chegarem no destino desejado por Henry. Na saída do veículo, ele ajudou London pegando sua mão enquanto a mesma descia as escadas da carruagem.

- Nós não o pagamos. - London disse enquanto a carruagem se afastava.

- Você ainda não notou? - Ele lhe perguntou. - Em toda a Aureatus, os meios de veiculação dos senhores são gratuitos. Desde os trens, ônibus.. até os senhores elementares que se movimentam pelo ar usando o próprio pedaço do solo. - Uma pausa. - Os povos já pagam impostos aos reis como um modo de agradecimento por estarem ali cuidando de todos, nada mais justo que os reis lhe agradarem também com pequenas coisas como essa.

London assentiu.

- E onde estamos? - Perguntou olhando para a mansão a sua frente. - Parece ser a casa de alguém importante.

- Já foi, de um Duque. Hoje é belo detalhe da história e um lugar de reflexão. - E pegou sua mão. - Vem, quero te mostrar uma coisa.

E a puxou para dentro.

- Ninguém sabe quem você é  mesmo? - London perguntou baixinho enquanto outros senhores passavam por ali no grande salão de entrada.

- Para minha felicidade. - Sussurrou ele de volta. - E quero ficar assim por mais oitenta anos. - Henry viu o ponto de interrogação no rosto de London diante de suas palavras. - Quando eu chegar aos meus cem anos, eu já poderei me tornar rei se o meu pai desejar deixar o trono. Só poderia me tornar rei antes, se o rei atual viesse a deixar o trono por algum grande problema.

- Ser rei é uma responsabilidade muito grande. - London lembrou.

Henry concordou.

Um senhor das trevas em vestes sociais, cujo cabelo vermelho era bem escuro, se aproximou dos dois. Os olhos negros como a noite vinham animados em direção à London. A pele bem bronzeada e o sorriso largo o tornava mais bonito.

- Boa tarde senhores.

- Boa tarde. - Henry e London disseram juntos. Henry se pos um passo a frente. - Viemos para pedir um quarto.

London se virou para seu acompanhante daquele dia com uma sobrancelha levantada. O que estava acontecendo?

- Quanto tempo? - O homem perguntou.

Henry encarou London por um momento. Ele viu claramente o ponto de interrogação naqueles olhos mais uma vez, sorriu por dentro mas se manteve sério por fora.

- Acho que uma hora é o suficiente.

O homem levantou uma sobrancelha e encarou a London por um momento dos pés à cabeça como se procurasse algo nela.

- Tenho quase certeza de que é a primeira vez dela.. - O homem disse para Henry.

- E é. - O jovem confirmou. Ele suspirou. - Tem razão. Talvez duas horas.. - Disse.

London o olhou mais confusa ainda. Pensamentos lhe enchiam a mente. Ela estava começando a ficar assustada.

- Qual o tamanho do quarto? - O homem perguntou.

- Quanto maior, melhor. Não? - Henry sorriu para o homem que sorriu de volta.

- Venham comigo. - O homem disse.

Henry puxou a mão de London que foi com ele seguindo o rapaz que guiava os dois.

- Henry, o que a gente veio fazer aqui? - London perguntou baixo. Ela tentava não pensar em certas coisas, mas sua mente agora era um tormento.

- Você confia em mim? - Henry perguntou a ela depois de entrarem num elevador e o mesmo começar a fechar as portas.

London assentiu com a cabeça ainda que estivesse estranhando tudo aquilo.

Alguns segundos de silêncio e então o elevador abriu suas portas.

Os dois continuaram a seguir o homem por um corredor que mais parecia o de um hotel luxuoso. Ouro para todos os cantos, vasos de flores aqui e ali, um chão dourado ao qual quase se podia ver o reflexo perfeitamente e um tapete vermelho que se estendia pelo espaço.

Das várias portas por ali, pararam numa perto do fim do corredor. Era branca com uma maçaneta redonda dourada.

London entrou no espaço enquanto os dois homens resolviam coisas de dinheiro e tudo mais.

Estava tudo escuro, a jovem teteou as paredes para poder encontrar o interruptor. Quando o encontrou e o espaço foi tomado pela luz, ela se surpreendeu.

Era um quarto grande, sem janelas, pintado de preto do teto até as paredes e com piso de mesma cor. Quanto aos móveis, bem, não havia móveis.

- Mas o que... - Ela adentrou mais no cômodo, os olhos percorriam tudo, procurando algo além do vazio. Escutou a porta se fechar. Sua atenção se voltou para a entrada nesse momento.

Henry a encarou. Estava apoiando as costas na porta fechada.

- Henry, o que.. ?

- Isso vai parecer estranho mas confie em mim. - Ele pediu.

- Por que parecer estranho? Do que você está.. ? - A voz de London sumiu no momento em que as luzes foram apagadas deixando o cômodo um completo breu. - Henry? - Sua voz era tensa.
 
Ela escutou os passos mais perto. Ele se aproximava.

- Xxiu. - Ele disse baixinho. - Eu preciso me concentrar ou não vou conseguir te mostrar.

- Mostrar o quê? O que diabos está acontecendo, Henry?

- Um segundo. - Sua voz já era próxima. Ele estava em sua frente.

A respiração de London era pesada, ela não sabia o que estava acontecendo e o que estava prestes a acontecer. Henry não dava dicas.
- Henry, isso está estranho, eu quero sair daqui.. - Disse nervosa. Chegou a dar um passo para trás recuando, mas ficou sem reação com o que veio a seguir.

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Eu imaginei esse encontro, essa cena em específica faz muito tempo. Beeeem lá quando comecei a imaginar essa história. É maravilhoso estar escrevendo ela pq sinto que não só continuo no mesmo caminho planejado como também é algo que me fez refletir. Logo vocês vão entender. Quero ler os coments. Me contem se estão gostando pfvr, é legal ler comentários ❤

Os Senhores: O Segredo De AureatusOnde histórias criam vida. Descubra agora