Os Senhores: O Segredo De Aureatus

Capítulo 10 - Sozinha

London Narrando

Iniciados e Senhores saíam aos montes do espaço, fui arrastada junto a alguns para à saída. Tentei encontrar alguém conhecido mas nada.

Lembro me claramente da sensação de estar sozinha ter me tomado, o que me dava medo. A tontura já estava passando e agora com os braços cruzados como que se eu estivesse me protegendo de qualquer surpresa que viesse a acontecer, comecei a caminhar pelas ruas movimentadas daquela região.

  Logo pensei em meu celular e apalpei meus bolsos da calça mas então lembrei que o objeto se localizava sobre minha cama sem bateria.

  Suspirei.

- Que droga. - Sussurrei continuando a andar. - Será que há algum orelhão por aqui?  - Perguntei me olhando em volta.

  Não encontrando o que ansiava, continuei a caminhar. O som das boates das redondezas quase se misturavam para quem passasse do lado de fora. As luzes brilhantes eram fortes aos olhos por estarem tão próximas. Caminhei mais rápido até deixar as redondezas e me ver diante de uma praça quase deserta.

  Acredite quando digo que aquele lugar me causava arrepios. Diferente do espaço anterior cheio de luz, esse era mais sombrio de certo modo, tinha árvores com troncos tão bem encorpados mas com uma carência assustadora em relação a folhas. Sendo o mais exata possível, não encontrei uma sequer árvore ali com a presença de folhas, todas estavam praticamente nuas, seus galhos eram longos e em intensa quantidade.

  Em silêncio e sempre olhando em volta para me certificar de que não estava atraindo nenhuma sequer atenção indesejada, continuei minha caminhada sendo agora em um caminho de pedras avermelhadas que se estendia pelo parque.

  Apenas a luz de postes cujas lâmpadas eram enormes esferas brancas iluminavam o local. Notei que até a grama dali estava secando, quase sem vida.

- Esse lugar está abandonado. - Pensei alto enquanto passava por um banco de madeira pintado com tinta branca.

Meu rosto finalmente se iluminou quando avistei uma enorme cabine de vidro à poucos metros. Mal a via devido a pouca luz do espaço. Agradeci mentalmente a mim mesma por ser muito atenta e saí correndo até lá.

Ao entrar na cabine, a mesma se ascendeu me permitindo ter uma boa visão dos botões do orelhão. Pus uma moeda de cinquenta centavos e disquei o número de Liam.

  Uma chamada, duas, três...

- Atende logo! - Sussurrei ansiosa.

- O número digitado encontra se desligado ou fora de área no momento, favor deixar.. - Então eu desliguei.

- Que merda! - Falei pondo o telefone de volta ao gancho.

  Parei um momento para pensar.

  Lembrei de quando quando vi o número de Jun na tela do meu celular mais cedo. Suspirei aliviada por ser boa de memória e o número ser bem fácil de decorar já que tinha dígitos repetidos. Digitei seu número logo depois de por outra moeda.

Foram precisos apenas dois toques para que eu fosse atendida.

- Jun?! - Falei.

- London?! - Ele respondeu me acompanhado de um som alto de música ao fundo. - Onde você está? Estamos te procurando faz quase meia hora!

- Eu não sei bem... eu fui praticamente arrastada para fora do clube depois daquele problema todo com as luzes e como eu não encontrei vocês eu comecei a caminhar e agora eu estou num tipo de praça.. - Falei olhando em volta. - Uma praça que me dá arrepios.

- Praça? - Perguntou. - Okay, okay... não sai daí. Logo eu te encontro.

- Tudo bem... só... vem logo.. - Pedi e desliguei o telefone em seguida.

Respirei fundo e deixei a cabine que se apagou.

  Caminhei até o banco mais próximo sempre tendo atenção a qualquer som ou movimento estranho por ali. Sentei me em um banco próximo a um lago cuja luz da lua cheia refletia de forma bela. - Aliás, sou obrigada a dizer que aquilo era a única coisa de bela naquele lugar.

Cruzei meus braços novamente e esperei em silêncio.

Mal tinha percebido que tinha caminhado por cerca de meia hora. Foi então que lembrei do ponto onde tínhamos descido do metrô e esfreguei a mão no rosto como ato de reprovação diante da minha própria pessoa. Como podia ter esquecido daquele ponto? Se tivesse ido para lá logo os teria encontrado..

  Cheguei até a me levantar depois desse pensamento mas logo me sentei novamente ao lembrar de que Jun estaria vindo e que deixar o local seria pedir para que houvesse um desencontro.

  O medo de estar sozinha em um lugar como aquele me tomou. Eu já não via mais ninguém por ali e não sabia se era pior ou melhor assim. Tentando manter a calma, encostei as costas no banco e olhei para cima. O céu em Aureatus sempre foi a coisa que mais me fascinou. Eram tantas e tantas as estrelas que ali se exibiam que eu não sabia qual pararia para admirar primeiro.

  Ficar ali tendo o céu como foco me acalmou por um momento mas uma brisa razoável de vento me fez olhar para frente em direção ao outro lado do lago onde os galhos de algumas árvores balançavam e assim batiam um no outro e faziam barulho.

  Nesse exato instante, alguém tocou meu ombro direito com a mão me fazendo gritar e saltar do banco para frente.

- Calma! - Ele disse me fazendo reconhece lo pela voz. - Sou eu.

  O encarei e suspirei pondo a mão direita em meu peito para avaliar como se encontrava meu coração. Esse batia como um louco, é claro.

- Vá à merda, Henry. - Falei fechando os olhos por um segundo e respirado fundo para me acalmar.

- Nossa, você se assustou mesmo... - Disse baixo.

- Não, imagina.. - Falei com ironia. - Vou ficar calminha num lugar assustador desses a essa hora..

- Não vai me dizer que estava com medo daqui!? - E levantou a sobrancelha.

Eu o encarei tentando entender o porque dele achar que eu não sentiria tal coisa.

- Já deu uma boa olhada nesse lugar? - Perguntei. - Parece mal assombrado...

Henry sorriu.

- É porque está de noite...

- Duvido que faça grande diferença a luz do dia aqui...

- Ah, pode crer, faz muita!

  Dei de ombros e suspirei novamente.

- 'Tá, dane se. Eu só quero sair daqui logo... preciso comer algo para me distrair.

- Tudo bem. Vamos. - E, com isso, seguiu até o caminho de pedras onde começou a caminhar para longe.

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Quem shippa 😁?