London Narrando - 9 de Março. Quinta feiraE lá estava o sol tornando o dia mais bonito. Depois de praticamente um mês bem cheio, eu finalmente tinha tempo e cabeça para sentar me novamente embaixo de uma árvore sobre uma toalha no gramado com algumas guloseimas e um livro dentro de minha mochila, e um chapeu prqueno de palha na cabeça.
Depois de comer um doce aqui e outro ali, fiz o mesmo que muitos espalhados por aquele gramado e me deitei pondo o chapéu no rosto para tampar a luz do sol.
É claro que meu primeiro pensamento, como tinha sido todas últimas noites que ia dormir, foi aquele sonho. Aquele maldito sonho.
Suspirei depois de cinco minutos com aquelas imagens. Tentando manter a calma, eu espantei aquilo tudo da mente e comecei a contar, realmente a contar números.
"86, 87, 88.."
Alguém deitou a cabeça em meu ombro me fazendo levar um susto.
Tirei o chapeu imediatamente e encarei a figura. Era Jun Kyung deitado ao contrário com a cabeça ao lado da minha e apoiada em meu ombro esquerdo.
- Que susto, criatura! - Falei quase gritando.
- Desculpa. - Ele pediu já fechando os olhos. - Eu passei o dia todo tentando me distrair com algo. Ia para a biblioteca ler quando te vi aqui e resolvi te encher um pouco. - Sussurrou mantendo os olhos fechados. Sua voz soava tão cansada, tão triste que me deixou sem reação.
- Você está bem? - Perguntei no mesmo tom enquanto meus olhos se focavam nas flores do ipê onde estávamos.
- Não.. - Respondeu. - Mas eu não quero te encher com isso.
Eu o encarei pelo canto dos olhos.
- Mas você não disse que veio para me encher?
Vi Jun sorrir enquanto colocava o braço sobre os olhos.
- E já estou. Estou abusando de sua boa companhia e de parte do seu largarzinho aqui.
Sorri enquanto olhava para cima novamente.
- Do que quer falar então? - Perguntei depois de alguns segundos.
- Nada. Eu vi que estava dormindo então vim fazer o mesmo. Por favor, não se incomode comigo, pegarei seu ombro emprestado por uma horinha e me vou. - Era incrível como a cada palavra sua, eu conseguia sentir seus sentimentos mais intensamente. Sabia que seja lá o que fosse, o estava incomodando muito.
- Tudo bem.. - Sussurrei. - Mas se quiser, eu estou aqui para te ouvir.
E então fechei os olhos. Passado se alguns poucos segundos, estava prestes a por o chapéu sobre o rosto novamente quando esse me é tirado da mão.
- Ei! - Falei baixo virando ligeiramente o rosto para o lado de Jun Kyung.
Ele segurava o chapéu e o encarava.
- Você também sente isso? - Sussurrou encarando o objeto. Parecia pensativo.
- O quê? - Perguntei baixo. De certo modo, estava feliz com o fato de que ele parecia querer falar algo.
- Que tem algo errado? Que estamos aqui, agora.. e estamos bem, mas logo tudo vai mudar drasticamente?
Sim, eu sentia isso.
- Você teve alguma visão? - Perguntei.
Ele negou com a cabeça.
- Eu só sinto isso. Eu sinto um aperto no peito e meu coração batendo como louco do nada. - Sussurrou. - Eu não sei se podemos considerar isso como uma forma de prever o que vai acontecer, mas sei lá..
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Os Senhores: O Segredo De Aureatus
FantasyEm um mundo de Senhores que dominam diferentes elementos, London se vê prestes a entrar na tão honrada e respeitada Instituição Educacional de Aureatus; uma escola interna que ensina seus iniciados - novos Senhores - a controlar seus poderes que est...