Capítulo 34 - Amiga não, melhor amiga.

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London Narrando - 9 de Março. Quinta feira

E lá estava o sol tornando o dia mais bonito. Depois de praticamente um mês bem cheio, eu finalmente tinha tempo e cabeça para sentar me novamente embaixo de uma árvore sobre uma toalha no gramado com algumas guloseimas e um livro dentro de minha mochila, e um chapeu prqueno de palha na cabeça.

Depois de comer um doce aqui e outro ali, fiz o mesmo que muitos espalhados por aquele gramado e me deitei pondo o chapéu no rosto para tampar a luz do sol.

É claro que meu primeiro pensamento, como tinha sido todas últimas noites que ia dormir, foi aquele sonho. Aquele maldito sonho.

Suspirei depois de cinco minutos com aquelas imagens. Tentando manter a calma, eu espantei aquilo tudo da mente e comecei a contar, realmente a contar números.

"86, 87, 88.."

Alguém deitou a cabeça em meu ombro me fazendo levar um susto.

Tirei o chapeu imediatamente e encarei a figura. Era Jun Kyung deitado ao contrário com a cabeça ao lado da minha e apoiada em meu ombro esquerdo.

- Que susto, criatura! - Falei quase gritando.

- Desculpa. - Ele pediu já fechando os olhos. - Eu passei o dia todo tentando me distrair com algo. Ia para a biblioteca ler quando te vi aqui e resolvi te encher um pouco. - Sussurrou mantendo os olhos fechados. Sua voz soava tão cansada, tão triste que me deixou sem reação.

- Você está bem? - Perguntei no mesmo tom enquanto meus olhos se focavam nas flores do ipê onde estávamos.

- Não.. - Respondeu. - Mas eu não quero te encher com isso.

Eu o encarei pelo canto dos olhos.

- Mas você não disse que veio para me encher?

Vi Jun sorrir enquanto colocava o braço sobre os olhos.

- E já estou. Estou abusando de sua boa companhia e de parte do seu largarzinho aqui.

Sorri enquanto olhava para cima novamente.

- Do que quer falar então? - Perguntei depois de alguns segundos.

- Nada. Eu vi que estava dormindo então vim fazer o mesmo. Por favor, não se incomode comigo, pegarei seu ombro emprestado por uma horinha e me vou. - Era incrível como a cada palavra sua, eu conseguia sentir seus sentimentos mais intensamente. Sabia que seja lá o que fosse, o estava incomodando muito.

- Tudo bem.. - Sussurrei. - Mas se quiser, eu estou aqui para te ouvir.

E então fechei os olhos. Passado se alguns poucos segundos, estava prestes a por o chapéu sobre o rosto novamente quando esse me é tirado da mão.

- Ei! - Falei baixo virando ligeiramente o rosto para o lado de Jun Kyung.

Ele segurava o chapéu e o encarava.

- Você também sente isso? - Sussurrou encarando o objeto. Parecia pensativo.

- O quê? - Perguntei baixo. De certo modo, estava feliz com o fato de que ele parecia querer falar algo.

- Que tem algo errado? Que estamos aqui, agora.. e estamos bem, mas logo tudo vai mudar drasticamente?

Sim, eu sentia isso.

- Você teve alguma visão? - Perguntei.

Ele negou com a cabeça.

- Eu só sinto isso. Eu sinto um aperto no peito e meu coração batendo como louco do nada. - Sussurrou. - Eu não sei se podemos considerar isso como uma forma de prever o que vai acontecer, mas sei lá..

Os Senhores: O Segredo De AureatusOnde histórias criam vida. Descubra agora