Capítulo 56 - A conversa das dez

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London Narrando - Terça de noite

Sentadas no chão da cobertura aberta do nosso prédio com as pernas cruzadas, Marnie e eu estudavamos para as provas teóricas que seriam ao longo do mês.

Mais uma vez o vento soprou forte e virou algumas folhas do livro em minhas mãos.

- Que ódio. - Reclamei voltando até a página que lia. - Já não chega essas luzes externas piscando toda hora.. esse vento também resolve ficar de graça..

- Meu cabelo chegou num nível que dá até medo. - E começou a enrolar suas madeixas num coque ao alto da cabeça - Eu acho que depois da gente sair daqui, se eu passar na frente de um espelho, eu grito.

Eu ri.

- Exagerada. - Falei antes de voltar a leitura.

Alguns minutos mais tarde, Marnie perguntou:

- London.. - Eu a encarei. - Você já tentou fazer algo com seus poderes?

Pisquei os olhos algumas vezes.

- Não, eu.. - Parei pra pensar por um momento. - eu nem tentei, não sei o que pode acontecer então..

- Não está curiosa? - Perguntou a com os olhos mais curiosos ainda.

- Eu estou mais pra com medo.. - E ri nervosa. - Na verdade, eu nem sei se já consigo fazer algo..

- Olha, seu aniversário é no mês que vem que nem o meu. - Disse alguém por perto. Marnie e eu encontramos o ser deitado no ornamento do muro de proteção que cercava a cobertura. Henry encarava o céu estrelado enquanto falava. - E os meus poderes já começaram a aparecer..

- Posso saber quem te chamou na conversa? - Perguntei brincando.

Henry virou a cabeça de lado e me encarou. Ele parecia sério.

- Posso saber porque diabos você não responde minhas mensagens desde o nosso encontro?

- Encontro? - Marnie perguntou surpresa.

- Eu esqueci de por o celular para carregar quando cheguei e ontem quando acordei, ele estava sem bateria. Também não achei o carregador porque meu quarto está uma bagunça. - Respondi.

Os olhos de Henry estavam quase fechados enquanto me encarava.

- Sei. - Disse desconfiado. - E posso saber o motivo de não ter pedido o carregador da Marnie?

- É verdade. Você não me pediu.. - Marnie disse pensativa.

- Eu não quis incomodar... - Falei como se aquilo fosse óbvio.

- Sei.. - Disseram os dois num uníssono perfeito.

- Vocês parem. - Adverti.

Silêncio. Henry suspirou.

- Depois eu quero saber desse encontro.. - Marnie sussurrou me. - Rolou beijo?

Abri a boca pra falar mas Henry foi mais rápido.

- Ah, rolou.. - Disse encarando o céu novamente. E foi bom, viu? - E virou a cabeça em nossa direção. - Mas ela se mandou depois.

- O quê? - Marnie me encarou perdida.

- Não foi bem assim..

- Qual parte? - Ela perguntou

- O beijo? - Henry perguntou. - Ou a parte que você foi embora?

Marnie me encarou novamente.

- Eita. - Ela disse se divertindo com aquilo tudo.

Henry sorriu do mesmo modo e ambos se encararam.

- É.. - Ele disse. Os dois estavam brincando comigo.

- Vocês dois podem parar com isso? - Pedi me levantando. - Eu não vou mostrar mais nada pra você se continuarem.. - Disse a Marnie me referindo a meus poderes aos quais não fazia ideia sobre.

- Não, não. - Disse ela se esticando e pegando em minhas mãos me puxando para perto logo em seguida. - Era brincadeira, me desculpa! - E riu sem graça.

Eu a fuzilei com os olhos e me sentei.

Henry também se pos sentado no ornamento, parecia tão curioso quanto Marnie.

- Não acham que fazer isso aqui no alto é pedir para que o mundo veja? - Lembrou nos.

- Faz sentido. - Sussurrei. - Onde então?
  
           -*-

- O lado bom de se ter um esconderijo no meio do nada é esse.  - Henry disse arregaçando as mangas de sua blusa preta.

Dei uma olhada em volta.

Estávamos os três frente à aquele velho armazém que pertencia a Henry. Era um lugar onde se podia chegar caminhando quinze minutos da escola. Árvores por perto cercavam tudo ali e segundo Henry, eram encantadas para camuflrar o lugar.

Notei o som dos grilos no mato. Tudo estava muito calmo por ali.

- Como está de noite, há sombras um pouco acima de nossas cabeças. Vão evitar que alguma luz que produza vase e seja vista por alguma construção alta. - Henry informou.

- Seu pai te arranjou isso? - Marnie perguntou. Lembrei que ela não estava conosco quando Henry apresentou o lugar, era o mesmo dia da minha primeira vez em Lumbras.
- Aposto que todo esse cuidado em não ser visto não é só pra evitar suas saídas para boates ou algo assim, não é?

Henry sorriu.

- Está certa. Ouso dizer que não devo ser o único a ter um lugar assim por perto da escola.. aposto que outros membros das classes mais altas como o Jun sendo filho de um grão Duque, também deve possuir algo do tipo..

Notei Marnie estremecer com aquela resposta.

- Não há necessidade para tanto, não acha? Quer dizer.. Aureatus nunca esteve em guerra.. - Lembrou ela.

- Mas isso não quer dizer que pode nunca estar. - Henry disse sério.

Prendi o ar por um momento com as últimas palavras ditas. Estava tão estremecida quanto Marnie.

- Vira essa boca pra lá. - Ela disse ficando de costas para ele ao caminhar para perto de uma parede e apoiar as costas ali.

  Henry riu de sua frase e desviou os olhos para minha direção.

- Pronta? - Perguntou me.

- Pronta pra quê? - Perguntei de volta.

Henry arregaçou as mangas de sua blusa.

- Pode vir com tudo. - Disse parecendo se preparar para algo.

- Vir pra quê?

- A gente vai lutar.

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sumi por muito tempo? tipo um mês? tipo isso. pq? trabalhos q ainda nem terminei sendo q vou entrar em semanas de provas logo agora? tá dando pra fazer tudo ? não. to enlouquecendo? só um pouco. mas vai, viu? a gente dá um jeito pra ficar viva no fim

Os Senhores: O Segredo De AureatusOnde histórias criam vida. Descubra agora