London Narrando - Domingo, 14 de abril.O sol brilhava com toda sua graça naquela manhã. Os pássaros voando e cantando perto dali deixavam o dia mais gostoso. Uma brisa suave passava pelas grandes janelas que preenchiam toda a extensão de uma das paredes da cozinha de casa.
Abri a torneira para lavar a louça do café da manhã que havia feito faz pouco tempo e o deixara sobre a mesa ali perto.
Escutei os passos já conhecidos de Liam quando ele desceu as escadas. E veio até a cozinha.
- London? - Perguntou assim que entrou no cômodo.
Não me virei para encará lo, mas sorri ali onde estava e peguei uma colher para ensaboar.
- Bom dia. - Falei com alegria.
- Bom dia. - Ele disse. O tom mais baixo que o meu, um tanto hesitante. Sabia que ele estava estranhando minha presença. - Olha só, fez o café da manhã... - Escutei os pés de uma cadeira se arrastarem no chão.
- Cheguei muito cedo, então decidi fazer algo para a bela adormecida. - Falei brincalhona. Estava lavando uma leiteira nesse momento.
- Hum... Isso aqui... - Disse falando de boca cheia. - tá ótimo!
Sorri.
- Fico feliz.
Já estava quase terminando a louça. Lavei uma frigideira ao qual tinha feito uma omelete de frango.
- Mas me diga, lembrou que eu existo e veio visitar seu pai postiço? - Perguntou depois de alguns segundos.
- Quase isso... - Respondi fechando a torneira e pegando um pano pra secar a pia. - Eu estou em dúvida de umas coisas e queria que você me esclarecesse...
- Sobre?
Mordi o lábio inferior. E encarei a parede por um momento enquanto pensava no que devia fazer a seguir. Respirei fundo e me virei.
Liam devorava sua omelete. Devia estar muito boa. Aproximei me com calma. Relutante a cada passo. Antes de me sentar seus olhos se fixaram em mim me fazendo parar por alguns segundos antes de continuar.
- London... - Ele sussurrou olhando para algo no alto da minha cabeça. - O que é isso?
- Eu esperava que pudesse me dizer. - Falei dando um pequeno sorriso. - Afinal, você e mamãe eram melhores amigos.
Liam nada disse. Ele parecia estar em choque com o que via.
Eu sabia que nos dias a seguir, o efeito de camuflagem daquela poção cessaria vagarosamente até que a real cor do meu cabelo se mostrasse por completa, mas eu não tinha parado para pensar que um mês antes de completar anos, a mudança de cor já era bem mais evidente, o que mostrava o quanto eu era desatenta já que Jun e os outros já começaram a mostrar esses sinais bem antes de seus aniversários. Naquela mesma manhã, eu havia acordado com uma mecha grossa azul que estava entre o tom do ultramar e o celeste no alto da cabeça bem na parte frontal do cabelo onde estava minha franja que nos últimos dias usava partida ao meio.Ótimo. Penteei meu cabelo para trás e como os fios coloridos eram curtos, pus um boné para que ninguém notasse antes de chegar em casa.
- Eu não acredito. - Disse rindo sem humor algum. Seus olhos vagaram pela paisagem lá fora. - Ela continuou a se envolver com aquele ser.
- Você está falando mal do meu pai? - Perguntei estranhando seu comportamento.
- Não estou falando do seu pai. - Disse voltando a me encarar. - O pai que você teve era um Senhor do Tempo, mas o seu verdadeiro... - Ele mordeu o próprio lábio como se quisesse evitar continuar.
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Os Senhores: O Segredo De Aureatus
FantasyEm um mundo de Senhores que dominam diferentes elementos, London se vê prestes a entrar na tão honrada e respeitada Instituição Educacional de Aureatus; uma escola interna que ensina seus iniciados - novos Senhores - a controlar seus poderes que est...