O que eu quero para mim

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Disquei seu número, precisávamos conversar e desta vez eu sabia o que falar, depois de alguns segundos a ligação caiu na caixa postal, e as outras duas também, mandei mensagem torcendo para que ele me respondesse logo, porém eu não consegui me manter parada, troquei de roupa e fui até sua casa, sua mãe apenas me disse que ele havia saído a algum tempo e que achava que ele tinha ido até a casa de Cris. Corri até lá, na esperança que ele ainda estivesse. Bati na porta, ignorando o " Já estou indo".

- Alguém morreu? – Cristiano perguntou sorrindo, as vezes odeio seu senso de humor, como agora.

- O Isaac está aqui? – Tentava segurar minha respiração.

- Ele foi no mercado, já deve estar voltando, porque não fica e o espera?

- Tudo bem. – Disse entrando na casa que estava mais cedo.

Me sentei na sala, estava inquieta e não sabia como me acalmar, só queria que ele chegasse logo, é estranho finalmente ter uma resposta para tudo, e horrível quando ter, ser obrigada a esperar para falar.

Cristiano me ofereceu suco tentando puxar assunto, porém eu não queria conversar, minha mente estava voando e eu não queria faze-la pousar.

- Sim, o suco está bom. – Respondi depois de alguns segundos.

- Por que quer tanto falar com meu irmão?

- Nada muito importante. – Meti, esperando que ele não perguntasse mais nada.

- Por que não quer me falar? – Ele me olhou atentamente.

- Mas eu já falei. – Olhei para ele irritada.

- Acho. – Ele se aproximou. – Que não.

- Problema é seu! – Me levantei rapidamente. – Por que você não liga...

Senti minhas pernas falharem, e meu corpo aos poucos ceder, então tudo escureceu, minha mente descansou. Ouvi alguns gritos e tentei abrir os olhos, parecia uma voz conhecida, mas novamente meus olhos se fecharam.

- Sabe o que é engraçado?!

Meus olhos finalmente abriram, e aos poucos eu lembrei o que havia acontecido, eu estava na cama de Cristiano, verifiquei se minhas roupas estavam no lugar, e se meu corpo estava intacto, arfei de alivio quando percebi que nada tinha acontecido. Me agarrei ao primeiro objeto que poderia machuca-lo, e me dar tempo para correr, o problema é que só tinha uma caneta perto de mim.

- O que você fez? – Me levantei.

- Você gosta de histórias, não? – Se virou e olhou para mim. – Vou te contar uma: Eu sempre tive que viver à sombra do Isaac, ele sempre foi o primeiro em tudo, e eu apenas o segundo. Quando crescemos igualmente, todas as garotas que eu gostava, quando o conheciam se esqueciam de mim. – Me senti mal. – Com o tempo eu parei de me apaixonar, até que conheci a Carina, morava bem perto da casa da minha mãe, era tímida, mas simpática, pena que ela escolheu ele em vez de mim. É claro que eu fiz alguma coisa, me tornei um ótimo amigo, aquele em que todas podem confiar. Então a chamei para ir até minha casa, pois sabia que Isaac chegaria, então quando ele estava abrindo a porta beijei sua namorada. As coisas saíram bem melhores do que eu imaginei, ele ignorou tudo que ela dizia, e me ouviu perfeitamente, tudo acabou conosco brigando e aquela garota idiota escorregando na rua, que jeito ridículo de morrer.

- Você não gostava dela? – Tudo bem que eu concordava que ela era meio idiota, mas de qualquer forma isso é muito trágico para brincar.

- Até gostava, mas ela não me escolheu, assim como você, Rosa. – Ele sacudiu os ombros.

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