São Paulo

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Quando acordei não parecia ser tão tarde, porém minha prima já não estava mais no quarto, talvez tenha levantado mais cedo para levar Tiago até o trabalho, junto aos seus avós, eles me contaram que adoravam fazer isso, era notório o orgulho que eles tinham do neto, que era justificado pelo brilho nos olhos de ambos.

Decidi tomar meu banho, pois antes de dormir tinha combinado com Sane que iriamos até a USP quando acordássemos, mas pelo visto isso não aconteceria pois ela não havia me dito nada sobre sair ou me deixar sozinha, muito menos quando voltaria. O banheiro era dentro do quarto, bem amplo e com um espelho enorme de frente para o chuveiro.

Ouvi um barulho quando estava me secando, logo reuni meus pensamentos e entendi que era a irresponsável entrando pela porta para me avisar que chegou, então me enrolei na toalha ainda um pouco molhada e abri a porta.

- Por que não me avisou que iria sair? – Disse assim que abri a porta em um tom de autoridade.

- Mas eu não saí. – A voz não era da minha amiga, era um homem o dono do quarto.

- Me desculpa, achei que era outra pessoa. – Fiquei meio sem reação quando ele me olhou, podíamos ter conversado ontem, porém foi indiretamente, nada como agora.

- Você está de toalha.- Ele disse sorrindo de um jeito desejoso, apontando para minha vestimenta.

Meu instinto foi correr para o banheiro e me vestir, porém quando cheguei lá me lembrei que tinha deixado toda a roupa em cima da cama, e tudo que tinha no banheiro era um blusão azul escuro que ficava a uns quatro dedos abaixo da minha bunda, mas para compensar ele era de manga. Fechei os botões até altura do meu pescoço tentando tomar coragem para sair e pegar minha roupa, esperando que ele não estivesse mais no quarto.

Ao sair não vi ninguém, então sentei na cama e respirei fundo de alivio, entretanto antes que pudesse soltar o antes aderido, o mesmo homem sai de dentro do closet, me olhando e sorrindo do mesmo jeito que antes, entretanto agora havia um pouco mais de humor.

- Acho que ele fica melhor em você do que em mim. – É claro que a única roupa do banheiro era dele, não podia estar mais envergonhada.

- Obrigada, deixei todas as minhas roupas aqui. – Corri novamente para o banheiro, agora levando toda minha roupa e tentando equilibrar a toalha enrolada na minha cabeça.

Desta vez, saí vestida do banheiro, estava coberta com uma bermuda até o joelho e uma blusa larga, nada tão marcante quanto o blusão que acabara de tirar. Ele ainda estava lá.

- Pronto, bem melhor. A propósito, como se chama? – Falava naturalmente enquanto secava meu cabelo com a toalha.

- Meu nome é Tarso, está gostando do meu quarto? – Ele disse levantando as maquiagens de Sane e sorrindo.

- Sim, muito obrigada, você sabe aonde Sane foi?

- Ela saiu cedo junto com meus avós, foram levar o Tiago, e normalmente depois, eles passam na feira. Só devem chegar atarde. – Não acredito que ela fez isso comigo, tínhamos combinado.

- Entendi, obrigada. – Ele olhou para mim de uma forma carinhosa, entendendo que eu não queria passar o dia em casa.

- Posso te levar para ver alguns lugares, tem algo em mente?

- Tarso? – Olhei para ele analisando só agora seu nome. Não posso dizer que achava feio, mas no mínimo diferente.

- Oi? – Ele me olhou com um absorvente na mão que tinha acabado de achar no meio das maquiagens.

- Dá para você parar de mexer aí?! – O adverti de um jeito brincalhão – Por que Tarso?

- Não sei, meu pai viu em algum jogo e decidiu que seria um nome legal, minha mãe não concordou, mas ele ganhou a aposta e teve que ser "Tarso".

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