A mulher vestida de branco, com os cabelos pretos presos em um rabo de cavalo, carregava a prancheta em uma mão enquanto a outra batia a caneta na mesa. Os olhos implacáveis da cor cinza analisavam friamente o jovem a sua frente, esse último encontrava-se olhando para o chão fixamente.
- Então... Você os viu de novo? - A moça indagou.
O garoto sentando na cadeira remexeu-se, mordeu o lábio inferior nervoso enquanto deixava os cabelos negros cobrirem parcialmente seus olhos. Ele não era louco, passava longe disso, tinha certeza. O jovem era perseguido por um homem, esse homem sempre estava lá, quase em todos os lugares. Janelas, ruas, salas da faculdade, parque de diversões, em frente a sua casa, sempre, o tempo todo, mas ele sumia como mágica.
- Não - Respondeu ele com a voz um pouco rouca devido ao silêncio prolongado.
- Tem certeza? - Questionou-o - Você tem que dizer a verdade, Changkyun, eu quero ajudar.
Na mente do jovem ele não era louco, havia realmente um homem stalker te perseguindo, porém todos negavam veemente essa ideia. Que absurdo era uma pessoa perseguindo outra sem ninguém ver, algo impossível que estava apenas na mente do rapaz. Ele estava cansado, não queria ter que continuar indo falar com a mesma mulher por mais nenhum ano sequer.
Changkyun passou a contar mentalmente, quantos anos fazia que ia falar com ela? 10? Talvez, sequer lembrava, na verdade não lembrava de muita coisa que fez antes dos doze anos. Lembrava-se nitidamente de um rosto que vinha seguido de outro sentimento estranho, apenas isso, e esse rosto na verdade é o seu stalker. Para os outros era tudo pura loucura, tão irritante.
- Eu o vi ontem perto do metrô - Disse por fim encostando a cabeça na cadeira e encarando o teto.
- Ele pulou nos trilhos? - Ela perguntou.
- Não! - Exclamou o jovem balançando as mãos - Ele ia utilizar o transporte, na verdade, ele entrou no metrô. Depois saiu - Explicou pacientemente.
Changkyun olhou finalmente para a mulher que escrevia algo na prancheta, ela parecia concentrada. Sempre séria, sem emoções, tão assustador.
- Acabamos por aqui hoje - Ela disse por fim.
O rapaz levantou-se, sendo imitado pela mulher, e ambos seguiram em direção a porta. Quando ele saiu da sala a moça sorriu para o mesmo, um sorriso tão duro e assustador que parecia até falso. Changkyun sorriu timidamente e nervoso por estar assustado, virou para a outra direção e saiu quase correndo dali.
Enquanto estava saindo daquele lugar o avistou de novo, aquele homem, ele estava falando com a recepcionista, ou aparentava falar. O garoto ficou com medo de realmente estar piorando, então, balançou a cabeça com os olhos fechados e, ao abri-los, constatou que a pessoa realmente sumira.
- Preciso voltar para casa...
Sussurrou para si mesmo. Ele estava cansado de lugares desse tipo, de médicos, psicólogos, remédios, mas realmente tinha esperança que todo esse esforço valesse a pena, que, no fim, pudesse viver normalmente. Ele desejava parar de ver essa pessoa, por mais que tivesse certa curiosidade, só queria ir a padaria sem sentir-se ameaçado por uma ilusão.
Sua expressão ficou séria depois de pensar um pouco, seus passos mais firmes e os olhos acompanhando os lugares por onde passava. Depois de sair da clínica até soltou um sorriso pequeno e seguiu seu caminho.
2
- Você deveria parar de fazer isso - Ela recomendou.
- O que? - O homem desviou a atenção dos papéis na mesa para analisar a mulher a sua frente.
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Monster [Em revisão]
फैनफिक्शनEra para ser a vingança de um demônio, mas acabou virando algo muito maior. Acabou envolvendo muitas coisas. Em uma parte da lenda antiga, a qual esse demônio estava envolvido, dizia algo como: "Antes que a terra se parta e os mundos, outrora separ...